Questão 1
Questão
Eles não tinham deixado a Inglaterra para escapar a toda forma de governo, mas para trocar o que acreditavam ser um mau governo por um bom, ou seja, formado livremente por eles mesmos. Tanto no plano político como no religioso, acreditavam que o indivíduo só poderia se desenvolver em liberdade. Entretanto, convencidos de que a liberdade consiste em dar ao homem a oportunidade de obedecer aos desígnios divinos, ela apenas permitia ao indivíduo escolher o Estado que deveria governá-lo e a Igreja na qual ele iria louvar a Deus. [...]
CRÉTÉ, Liliane. As raízes puritanas. Disponível em: <http://www2.uol.
com.br/historiaviva/reportagens/as_raizes_puritanas.html.>Acesso em: 28 de janeiro de 2016 (Adaptado).
A historiografia sobre a colonização da América costuma realçar as peculiaridades da colonização britânica nas colônias do Norte. As diferenças, entretanto, em relação às colonizações portuguesa e inglesa não são absolutas, pois
Responda
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ambos os modelos de colonização eram predominantemente mercantis, ainda que a agricultura de subsistência fosse mais presente na colonização portuguesa.
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tanto os colonos ingleses quanto os portugueses eram profundamente marcados pelas disputas entre as potências europeias, sendo que os portugueses eram aliados preferenciais da França.
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em ambas as modalidades de colonização, a administração colonial era formalmente descentralizada, havendo espaço para uma expressiva margem de autonomia dos colonos.
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o sentido de missão religiosa estava presente nas duas modalidades de colonização, refletindo a ainda forte presença do misticismo no mundo europeu.
Questão 2
Questão
“No século XVII, quando a América Espanhola já apresentava universidade, bispados, produções literárias e artísticas de várias gerações, a costa inglesa da América do Norte era um amontoado de pequenas aldeias atacadas por índios e rondadas pela fome.
[...] Decorridos cem anos do início da colonização, caso comparássemos as duas Américas, constataríamos que a ibérica tornou-se muito mais urbana e possuía mais comércio, maior população e produções culturais e artísticas mais ‘desenvolvidas’ que a inglesa.”
KARNAL, Leandro. Estados Unidos: a formação da Nação. São Paulo: Contexto, 2005. p. 17
Sobre o empreendimento colonial inglês e ibérico, assinale a alternativa correta.
Responda
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O ideal protestante, próprio da América inglesa, de vida contemplativa e de felicidade após a morte, definiu uma concepção negativa de trabalho braçal.
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A Igreja oficial inglesa definiu a unidade religiosa nas treze colônias, sendo todas as diversidades consideradas crime e heresia punidas pela Inquisição.
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Na América ibérica ocorreu a integração do índio ao universo cristão, ainda que de forma subordinada, ao contrário do que ocorreu na América anglo-saxônica.
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Os colonos ingleses eram altamente instruídos e com capitais abundantes, enquanto a América ibérica foi povoada por aventureiros e degredados.
Questão 3
Questão
A pintura e a escrita em latim eram práticas das elites artísticas e intelectuais indígenas no processo de conquista e colonização da América. O estudo de tais práticas permite, assim, analisar aspectos da participação dessas elites naquele período histórico.
Texto 1
Na metade do século XVI, um pintor nativo mexicano, batizado Juan Gerson, criou um extraordinário ciclo de pinturas para a igreja franciscana de Tecamachalco, no atual estado de Puebla. O ciclo representa os eventos bíblicos do Apocalipse, no formato oval, pintados em papel amate, tradicionalmente usado pelos mexicas.
Texto 2
Os espanhóis, assustados de ver os progressos da adoção da escrita em latim entre os índios, escreviam já na década de 1540: "Os índios têm escritores tão bons e tão numerosos que não sei dizer o número deles, e esses escritores redigem cartas que os colocam a par de todos os negócios do país de um mar a outro, o que antes da Conquista era coisa impossível."
As informações sobre as práticas artísticas e intelectuais da elite indígena no processo de conquista e colonização da América evidenciam
Responda
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a mistura de elementos artísticos e culturais da tradição indígena e da cultura ocidental na sociedade colonial em construção.
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a dificuldade espanhola em impedir o acesso à formação acadêmica e artística dos índios que se projetaram no cenário artístico europeu.
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o poder da Igreja de destruir a cultura e a religião indígenas no processo de cristianização e ocidentalização da América.
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o potencial civilizador europeu, que permitiu retirar da barbárie e do paganismo populações até então isoladas da civilização.
Questão 4
Questão
Leia atentamente o texto abaixo sobre os exploradores espanhóis.
Nas Ilhas e na faixa continental, que começa a ser explorada a partir de 1498, as iniciativas mais desordenadas são comuns. Não se encontra, evidentemente, naquelas terras virgens de europeus, nem esquadrinhamento eclesiástico, nem organização senhorial, nem costumes ancestrais, ou seja, nenhum ponto de referência, nenhuma estrutura à qual um cristão pudesse estar ligado. Multiplicando as situações-limite, essa mudança radical de ambiente precipita decisões, reações, escolhas, que mesclam inextricavelmente um passado que acaba de ser deixado para trás e o presente das Ilhas, o acúmulo de experiências anteriores e o imprevisível, material com o qual é feita a realidade das novas Índias.
BERNAND, C. & GRUZINSKI, S. História do Novo Mundo: da descoberta à conquista.
São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo,
Segundo a perspectiva do texto, é correto afirmar que:
Responda
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A mudança de ambiente possibilitou um abandono do passado arcaico e sem serventia em um mundo completamente diferente e virgem de europeus.
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Os espanhóis tinham a garantia do sucesso de seu empreendimento, uma vez que eram capacitados para lidar com as adversidades encontradas.
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O desinteresse da Coroa de Castela e a ausência de um projeto de exploração determinaram uma atuação desorganizada dos exploradores.
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A realidade das novas Índias obrigava os espanhóis a elaborarem novas estratégias de conduta a partir das experiências trazidas da península Ibérica.
Questão 5
Questão
A prática de dividir os índios – repartimiento – para que trabalhassem para os espanhóis, iniciada por Colombo, foi regulamentada pela Espanha com a instituição da encomienda.
Sobre a encomienda e as relações de trabalho que se desenvolveram nessa Instituição, é correto afirmar que
I. a encomienda consistia na entrega de um grupo de índios a um espanhol para que, por meio desse espanhol, os índios fossem evangelizados, protegidos, civilizados e, além disso, pagassem o tributo que deviam ao Rei.
II. a principal forma de trabalho indígena na encomienda foi a servidão pessoal (servidumbre personale), que consistia na prestação de serviços pessoais ao encomendero em troca do tributo, portanto, sem pagamento de salário.
III. ser proprietário de terras era condição para receber índios em encomienda, o que permitiu a formação dos grandes senhorios na América colonial.
IV. enquanto a servidão pessoal (servidumbre personale) preservava as comunidades e a cultura indígena, o sistema da mita, que era o trabalho compulsório e temporário, realizado num sistema de rodízio por indivíduos isolados, destruiu os vínculos sociais dessas comunidades.
Marque a alternativa que apresenta somente informações corretas.
Responda
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III e IV
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I e II
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I e IV
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II e III
Questão 6
Questão
Leia o trecho a seguir.
Como na Espanha, o instrumento para lidar com a dissensão religiosa foi a Inquisição, que fora instalada por Fernando e Isabel. Ela fora transferida para a América pelo menos em 1519 e, mais tarde, funcionou através de tribunais em Lima (fundado em 1570), na Cidade do México (fundado em 1571) e em Cartagena (fundado em 1610). Entretanto, rigorosamente falando, a Inquisição não tinha jurisdição sobre os índios. Sua principal tarefa era suprimir o judaísmo e o protestantismo (bem como a feitiçaria e o desvio sexual).
BARNADAS, Josep M. A Igreja Católica na América Espanhola
Colonial. In: BETHELL, Leslie (org.). História da América Latina. Vol.
1: América Latina Colonial, São Paulo: EdUSP, 1998. p. 540.
Sobre o ambiente cultural e religioso da América espanhola colonial e a atuação da Inquisição nesse contexto, marque a alternativa INCORRETA.
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A Inquisição, como instituição católica e metropolitana, teve participação direta na destruição dos templos religiosos dos povos pré-colombianos, no genocídio das populações nativas e na desfiguração das identidades culturais e religiosas dos povos andinos e mexicanos.
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Para fugir da perseguição do Santo Ofício, a maior parte dos judeus que vivia nas colônias aceitava formalmente a religião católica, contudo, continuava praticando, secretamente, a sua religião. Os criptojudeus ou “cristãos novos”, como eram chamados, passaram a ter suas práticas vigiadas pelas autoridades religiosas.
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As “heresias” e “bruxarias”, perseguidas pelo Santo Ofício na América espanhola, eram práticas culturais e sistemas de crença resultantes de processos de sincretismos. Eram, portanto, expressões heterodoxas da variedade cultural e religiosa que circulavam das colônias, abrangendo, por exemplo, influências cristãs, judaicas, indígenas e pagãs.
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Os “Autos de Fé” eram espetáculos promovidos pelos Tribunais do Santo Ofício, nos quais os condenados eram exemplarmente punidos em público. Para os espetáculos, concorria um grande número de expectadores, de modo que constituíam um poderoso instrumento de propaganda religiosa a serviço da ortodoxia cristã na América.