Métodos de investigação científica

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Nesta apresentação didática dos métodos de investigação científica quantitativo, qualitativo e misto, conforme formos avançando iremos auxiliá-lo na compreensão de cada um dos métodos.
Cristiano Vieira
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Resumo de Recurso

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    Apresentação e roteiro de estudos
      Nas palavras de Koetting (1993), se o objetivo do investigador for controlar e prever fenômenos, o método quantitativo é adequada para orientar seus estudos. Ainda segundo este autor, se os intentos do investigador forem o de compreender ou intervir, os métodos recomendados são respectivamente: qualitativo e misto. Mas o que podemos entender por controlar e prever fenômenos? Há formas de buscar compreensão de temas por meio de métodos quantitativos e não só qualitativos? Quando posso designar um método de investigação misto? Como avalio se alcançarei meus objetivos de investigação fazendo uso do método qualitativo? É comum que tais questionamentos ocorram, sobretudo se ainda nos estamos iniciando no campo da investigação científica, mas deve ter em consideração que tão logo se integre dos métodos existentes e os compreenda, o processo de investigação se tornará assertivo, preciso e com índices de fiabilidade e validade adequados.

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    Apresentação e roteiro de estudos
        Nesta apresentação didática dos métodos de investigação científica quantitativo, qualitativo e misto, conforme formos avançando iremos auxiliá-lo na compreensão de cada um dos métodos. Para isso propormos o seguinte percurso: No tópico 1, apresentaremos premissas e estudos já consolidados por experientes investigadores de cada um dos métodos de investigação, para que possam formar considerações individualizadas das abordagens ora apresentadas, conseguindo por meio da leitura dos textos, observação das imagens e acesso aos hiperlinks disponibilizados, lhes conferir características que os defina; No final de cada tópico de estudos estarão quatro questões que foram formuladas para que possa avaliar parcialmente o nível de entendimento que alcançou no tópico. Recomendamos que tente inicialmente responder sem fazer nenhuma consulta, mas caso encontre dificuldade para responder poderá consultar e reforçar seu aprendizado e dirimir alguma dúvida que ainda possa persistir.

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    Apresentação e roteiro de estudos
      No tópico 2, abordaremos as diferenças entre cada método de investigação científica. Será um tópico curto, pois o nosso intuito é que consiga classificar os métodos de maneira que não mais os confunda. Ao fim deste tópico outras quatro questões deverão ser respondidas. No tópico 3, que encerra os estudos deste tema, apresentaremos quatro situações práticas onde é necessário identificar a metodologia de investigação aplicada para cada uma das dissertações de mestrado que serão apresentadas. Novas quatro questões estarão disponíveis, elas permitirão que aplique seus conhecimentos de modo prático.   Aproveite os arquivos multimídia, que disponibilizamos entre os tópicos, eles podem ser a peça final para formular seu aprendizado e reforçar seu conhecimento. Bom estudo!

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                         Neste módulo vamos abordar as três grandes categorias de métodos de investigação em educação                       (I) O Método Quantitativo                       (II) O Método Qualitativo                       (III) O Método Misto
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    1 . Método Quantitativo   Breve histórico Segundo Martin (2003, p.2, citado por Silva, slide 4), o método quantitativo surgiu na Grã-Bretanha durante a 2ª Guerra Mundial (1939-1945), pois atendia às necessidades de militares, para perceberem os problemas táticos e estratégicos associados à defesa do país.  Ainda conforme o autor, os resultados positivos obtidos pela Grã-Bretanha, fez com que os Estados Unidos partilhassem deste conceito. Após esta descoberta as indústrias começaram a utilizar esta técnica de pesquisa, nomeadamente o método de survey e o uso do questionário, com o objetivo de resolver problemas industriais. Convém não confundir o método quantitativo com o método experimental, embora esta metodologia esteja integrada no método quantitativo. O método experimental aplicado às Ciências Sociais e Humanas (CSH) teve início nos finais do século XIX, com o surgimento da Psicologia e da Sociologia Científicas. Como é possível perceber no histórico do método quantitativo, sua função é direcionada para a objetividade e o senso prático. Podemos assim concluir que tal método de investigação científica se enquadra melhor dentro de perspectivas mensuráveis.
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      Características   Existem diferentes abordagens no que diz respeito ao método de investigação quantitativa. Para Fortin (2003), na sua abordagem a este método refere-se do seguinte modo: …um processo sistemático de colheita de dados observáveis e quantificáveis. É baseado na observação de factos objetivos, de acontecimentos e de fenómenos que existem independentemente do investigador (p. 22).   Abordando um outro aspecto do método quantitativo os autores Sampieri, Collado, & Lucio (2006), afirmam que: Enfoque quantitativo: usa coleta de dados para testar hipóteses com base na medição numérica e na análise estatística para estabelecer padrões de comportamento (p. 5).    

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    Como meio de alcançar um melhor entendimento do enfoque do método quantitativo, podemos optar por caracteriza-lo como uma realidade objetiva e independente, em relação a crenças e a experiências subjetivas. Dessa maneira, é possível salientar as seguintes características: sustenta a ideia que existe uma realidade objetiva, que pode ser conhecida de forma confiável; sustenta que, mesmo experiências e dimensões subejtivas, podem ser estudadas de modo objetivo; para que se garanta esta objetividade, importa seguir determinadas regras lógicas (o método científico, onde se destaca o método experimental); uma das condições determinantes para garantir a neutralidade entre o investigador e o objeto de estudo é conceber instrumentos rigorosos, que sejam objeto de um processo de validação científica, antes mesmo de os aplicar no campo (Canastra, Haanstra & Vilanculos, 2015).   As metas do método quantitativo buscam: a medição numérica em busca de quantidades; diferenças e associações entre fenômenos (variáveis).
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    No que diz respeito ao papel do investigador, este deverá ser o de observador, que se valerá de teorias científicas, instrumento de recolha de dados válidos e fiáveis e de procedimentos estatísticos descritivos e inferenciais, mormente os  testes paramétricos e não paramétricos. Dos diferentes métodos de enfoque quantitativo, destacam-se três tipos que poderão ser utilizados para recolher informações/dados.
    O Inquérito por questionário é uma técnica de investigação que permite a recolha de informação diretamente de um interveniente na investigação, por meio de um conjunto de questões organizadas segundo uma determinada ordem. De acordo com Tuckman (2000), este é um dos processos mais diretos para encontrar informação sobre o fenômeno que se estuda, que consiste na formulação de questões aos envolvidos e relacionados com determinado fenômeno. No entanto, desenvolver um questionário válido e fiável não é tarefa fácil e necessita de conhecimentos teóricos e estatísticos sólidos .

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    Entende-se por  método correlacional, o relacionamento entre as variáveis presentes numa investigação.  Esta relação diz-se direta ou positiva, quando uma das variáveis muda de valor na mesma direção da outra com a qual se estabelece a correlação, ou inversa ou negativa, quando uma variável muda o valor numa direção, e a outra com a qual se estabelece a correlação muda na direção oposta. Os valores de correlação entre duas variáveis vão de -1 a +1, sendo que o valor 0 significa que não existe qualquer relação estatística entre as duas variáveis. Por exemplo, se existir uma correlação forte e positiva entre o Quociente Intelectual (QI) de um grupo de estudantes e o seu sucesso académico, por exemplo de .90, isto significa que quanto mais elevados forem os valores do QI mais elevadas são as classificações dos estudantes. Se este valor estiver próximo do zero significa que a correlação é fraca e se este valor for negativo significa que há uma relação inversa.
          O Método experimental é um método em modo de teste ou ensaio, comumente reconhecido nas pesquisas de laboratório das ciências físicas e biológicas, mas também usado em Psicologia e outras CSH, onde se incluiu a Educação.  

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    Análise dos dados na método quantitativo   O método quantitativo, quando usa o inquérito por questionário, tende a ser descritivo e a relacionar variáveis. Permite uma abordagem minuciosa do objeto de estudo, os dados são analisados de forma indutiva pelo investigador, pois as percepções são construídas à medida que os dados vão sendo recolhidos e o significado assume uma importância vital para o êxito do estudo, pois existe uma preocupação em compreender o modo como os sujeitos interpretam as experiências vividas e as analisam.

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         Segundo Murteira (1993, p. 5), os dados que concentrarem informações, deverão ser organizados e deverá ocorrer a escolha do método estatístico a ser utilizado. Para que ocorra a análise dos dados de natureza quantitativa, estes deverão ser apresentados em formato numérico.  Ainda segundo Murteira há duas posições para reconhecer os principais objetivos da análise de dados:
        Exploração dos dados para descobrir ou identificar os aspectos ou padrões de maior interesse; Representação dos dados de maneira a destacar ou chamar a atenção para esses aspectos ou padrões.

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        Nas investigações onde ocorre a utilização do inquérito por questionário para a recolha dos dados, o tratamento recomendado é que os dados sejam apresentados em quadros que contenham as respectivas referências numéricas e frequência relativa, com a apresentação da amostra. Ao investigador é indicado, caso pretenda obter diferenciações ou associações entre fenômenos (varáveis), realizar a correlação dos dados.  Se a investigação quantitativa usar o método experimental e um dos seus diferentes designs, pode também apresentar os dados em quadros ou tabelas com frequências e estatísticas descritivas (média, desvio-padrão, nota mínima e nota máxima) mas deve incluir a estatística inferecial para testar as hipóteses formuladas pelo investigador. Um estudante que se está a iniciar na investigação em educação deve sempre trabalhar com um investigador experiente e que saiba quais os testes estatísticos mais adequados para testar as hipóteses formuladas.

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    II. Método Qualitativo  Breve histórico Segundo os autores Denzin & Lincoln (2006) podemos relacionar o histórico do método qualitativo do seguinte modo: Surge de necessidades investigativas da sociologia e da antropologia; Entre as décadas de 1920 e 1930; Propunha atender necessidades investigativas que previam estudos dos grupos humanos; Uma de suas premissas é o de entender o outro. Augusto, Souza, Dellagnelo & Cario (2013) indicam que, mesmo com os primeiros debates ocorrendo nas décadas de 1920-1930, o método qualitativo só se consolidou na década de 1970 quando se contrapôs à perspetiva positivista, que valorizava o método quantitativo, para avaliar e estudar os fenômenos sociais em detrimento de análises da subjetividade individual. O método qualitativo nasce nas CSH nas primeiras décadas do século XX, visando atender investigações que buscavam o entendimento dos grupos sociais, por meio da individualização das análises realizadas. Sua consolidação ocorre algumas décadas depois nos anos de 1970, com o intuito de se contrapor aos aspectos positivistas de análise social e comportamental. O método qualitativo busca entender o outro, dentro de sua cultura e particularidades. Atualmente uma investigação que utiliza um método qualitativo é amplamente aceite e utilizada pela educação, a história, a medicina, a assistência social e outras áreas do conhecimento.  

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    Características   O método qualitativo refere-se a uma investigação interpretativa e descritiva, pois: o investigador faz uma interpretação dos dados; descreve os participantes e os locais; analisa os dados para configurar temas ou categorias, de onde retira conclusões. Dentre as diversas características da investigação com método qualitativo, uma das que mais se destaca é a movimentação física do investigador para a coleta de dados[1], que lhe permite enriquece-los com o maior número de detalhes possíveis. Esta ação confere ao estudo qualitativo características naturalistas, pois os dados são recolhidos por um ser humano, cujos valores e reflexões vão estar quase que implícitos (Bogdan & Biklen, 1994).     [1] Deslocar-se até a fonte de dados, seja por motivo de realização de entrevistas ou observações.  

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    Recolha de dados: Entrevista A entrevista é segundo Amado (2013) “o mais poderoso instrumento para se chegar ao entendimento dos seres humanos”. Dessa maneira, o entrevistador assume claramente um propósito, que pressupõe uma interação entre ele e o entrevistado. Tal poder é dado a este instrumento de coleta de dados na investigação qualitativa, ao ponto de permitir recolher informação, que não poderia ser obtida de outra maneira, pois características como a linguagem do entrevistado, oferece ao investigador alguma margem de manobra, para que intuitivamente, se crie uma ideia sobre a forma como este interpreta o mundo.
    Em relação ao grau de liberdade da entrevista, esta pode configurar-se como: Estruturada – há um roteiro fixo de perguntas/temas, que devem ser respondidas sem adaptações do investigador;  Não estruturada – não há um roteiro fixo a ser seguido, o investigador pode adaptar o modo de realizar as perguntas de acordo com a situação; Semiestruturada – Há temas e perguntas a serem seguidos, porém não são fixos. Para saber um pouco mais sobre esta técnica de inquirição consultar Ghiglione e Matalon (2001), entre outros autores. Temos ainda que considerar as entrevistas de grupo também designadas de Focus-group. Aqui pode obter um pouco mais de informação sobre esta técnica: http://revistas.ulusofona.pt/index.php/rleducacao/article/view/4703

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    Recolha de dados: Observação Um outro modo de coleta de dados é a observação, onde o investigador prontifica-se a saber observar, todavia, sua observação deve ser isenta de qualquer juízo de valor ou hipóteses explicativas, mas sim, relatar fielmente a realidade dos dados observados. As observações podem ser: Não estruturadas - o investigador recolhe e regista fatos da realidade sem utilizar meios técnicos especiais;  Estruturada: o observador sabe o que procura e o que considera importante, para tal utiliza instrumentos técnicos específicos para a recolha de dados ou dos fenômenos a observar. Ex.: gravações de áudio, vídeo e grelhas de observação. Para saber um pouco mais sobres esta técnica de recolha de dados consultar: https://www.fnac.pt/Teoria-e-Pratica-de-Observacao-de-Classes-Albano-Estrela/a8133?gclid=Cj0KCQjw5LbWBRDCARIsALAbcOfC7HMRTtUSuC2gcCoKVWjAGeYPcsPz145Ij4c7ixutaspKYYzyIkIaAuHuEALw_wcB

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    Outros Instrumentos de Recolha de Dados   Existem diversos instrumentos de recolha de dados, dentre eles se destacam: Diário do investigador - trata-se das anotações das observações do investigador, onde podem constar reflexões, interpretações, formulação de hipóteses...; Portfólio - trata-se de uma coleção de trabalhos recolhidos, que se relacionam com os objetivos investigativos em questão; Checklists - é uma lista de verificação, que pode conter escalas de avaliação, como por exemplo medições de frequências ou ausência destas; Análise Documental – é centrada na consolidação de informações e na presença de grandes documentos. Ficha de leitura - é relevante porque envolve a revisão de literatura, que fundamenta toda a investigação.

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    Forma de tratamento e análise de dados: análise de conteúdo   Apesar de não ser o único meio de tratamento e análise dos dados recolhidos por meio das técnicas do método qualitativo, optou-se por apresentar a análise de conteúdo e suas características, por ser considerada a técnica que melhor representa os estudos científicos do método qualitativo. Para Bardin (2004), a análise de conteúdo diferencia-se da análise linguística e da análise documental. Da primeira por se tratar de um estudo da língua e da segunda por possuir de entre as suas características a condensação da informação. Esta técnica aplica-se preferencialmente a textos escritos (resultantes de documentos já existentes, de protocolos de entrevistas que foram transcritas, de observações feitas pelo investigador, etc.) mas também a imagens (fixas e em movimento, por exemplo, fotografias e vídeos).

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        Vamos dar um exemplo prático, para que exista uma melhor compreensão. Um investigador realizou três entrevistas sobre “Biografias de professores” e obteve autorização para a sua gravação em áudio. Em seguida converteu o áudio em texto por meio de transcrição e agora deve seguir algumas etapas para tratar e analisar o conteúdo dos protocolos obtidos (o documento transcrito de cada entrevista). Como as entrevistas foram realizadas segundo um modelo semiestruturado, quer dizer, que o investigador seguiu um guião com grandes blocos temáticos ou categorias, a partir dos quais emergiam as perguntas, a análise de conteúdo a realizar será mista, quer dizer, o investigador deve usar estes grandes blocos temáticos como categorias de análise construídas a priori que, durante a análise podem ser refeitas ou renomeadas e até subdivididas em subcategorias.

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    Tendo em mente que se trata de uma investigação científica e que, portanto, deve garantir validade e fiabilidade dos dados obtidos, pela técnica de análise de conteúdo, seguiu as seguintes etapas: Segmentou os protocolos em unidades de sentido, designadas de Unidades de Registo (UR) – geralmente frases com sentido ditas pelos entrevistados, que tratam de um mesmo tema ou assunto; Tendo anotado todas UR de forma exaustiva e clara, pode categoriza-las, quer dizer, integrar as várias UR sobre um mesmo assunto proferidas pelos três entrevistados numa categoria que as unifique e lhes dê um sentido; As categorias e subcategorias elencadas podem receber uma codificação para facilitar a sua quantificação (nem sempre é necessário quantificar quando se faz análise de conteúdo); De posse dos quantitativos de cada categoria e subcategoria   é possível elencar aquelas que mais se repetiram no texto, fazendo uma leitura de frequências; Para validar a categorização realizada  faz-se um teste de fiabilidade, através do processo de intercodificadores (ou interjuízes), i.e., com a mesmo excerto de uma entrevista e, por exemplo, na posse das várias categorias e subcategorias feitas inicialmente pelo investigador, um outro investigador terá que segmentar o texto nas UR e integrar essas UR nas categorias e subcategorias fornecidas pelo primeiro investigador; depois podem usar-se vários índices para verificar a fiabilidade do acordo entre dois ou mais intercodificadores independentes.

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      Consultar este artigo para saber quando e como aplicar estes índices: Aplicação de indices Procedendo deste modo, o investigador pode desenvolver a análise que pretendia tendo em conta atingir os objetivos da sua investigação, quer dizer, obter o conteúdo dos dados com maior significado para os entrevistados, tendo como referência o quadro teórico-metodológico escolhido que era o método biográfico, neste caso aplicado a “Biografias de Professores” e validar sua pesquisa.   Destaca-se que o esquema apresentado representa um modo simplificado do tratamento de dados a ser realizado na análise de conteúdo e refere-se apenas a uma das técnicas, a proposta por Bardin, pois existem outros modos de fazer análise de conteúdo

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    III. Método Misto   Breve histórico A utilização de diferentes métodos científicos surgiu entre os antropólogos e sociólogos no início dos anos 1960, sendo que no final nos anos de 1970, um novo termo é criado e foi intitulado de “triangulação”, que significa uma combinação de metodologias de estudo de um mesmo fenômeno. Alguns anos depois, durante a década de 80, a pesquisa por meio de métodos mistos obteve um crescimento discreto, com o surgimento dos primeiros desenhos de estudo para mixagem de dados (Santos, Erdmann, Meirelles, Lanzoni, Cunha & Ross, 2017). Nos aspectos investigativos em relação aos métodos de investigação mistos, verifica-se um desenvolvimento de pesquisas somente no final da década de 1990, situação esta que indica que, somente nos últimos 20 anos, a ideia de uma utilização de métodos misto se concretizou como um “novo” método investigativo. Para saber mais sobre o conceito e a história dos métodos mistos consultar estes dois artigos: http://journals.sagepub.com/doi/pdf/10.1177/1558689806298224 http://didier-jourdan.com/wp-content/uploads/2017/04/History.pdf

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    Características Em uma investigação sobre um determinado tema, que se verifica a necessidade de utilização de estudos por meio de método misto, é possível compreender que este método adotará simultaneamente as características dos métodos quantitativos e qualitativos e suas respectivas características de investigação. O método misto não permite que se dimensione o quanto uma investigação utilizará do método quantitativo ou qualitativo, pois trata-se de uma questão particularizada de cada investigação, embora existam diferentes tipos de design das investigações mistas. Neste texto encontra os designs mais usados em investigações mistas: https://researchrundowns.files.wordpress.com/2009/07/rrmixedmethods_71909.pdf; Neste site encontra mais informação: https://cirt.gcu.edu/research/developmentresources/research_ready/mixed_methods/choosing_design; Neste vídeo também pode encontrar mais informação: https://youtu.be/1OaNiTlpyX8  

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    A coleta de dados pode ser realizada por meio de questionários estruturados, bastante característicos da abordagem quantitativa, entretanto, conforme os objetivos da investigação os dados coletados podem receber tratamento e análise com características do método qualitativo, ou inversamente, quando a coleta de dados ocorre por meio de entrevistas não estruturadas, porém os dados serão analisados por meio de quantificação com representação em uma tabela que apresente as variáveis do estudo. Podemos exemplificar os casos de investigação em educação, que podem ser de natureza quantitativa e/ou qualitativa, onde cada uma das abordagens atenderá os objetivos investigativos permitindo assim que se desenvolvam investigações de grande relevância científica. Cabe ao investigador saber identificar com clareza, as potencialidades e as limitações no momento de aplicar os métodos em questão. Uma investigação com a utilização de um quantitativo tende a ser refletida nas ciências exatas e apresenta-se de forma numérica. Já no caso da investigação com a utilização do qualitativo, tende a ser refletida através de compreensões dos sujeitos e o objetivo é alcançar significados, por meio de narrativas verbais e de observações, ao invés de números. Cada um dos métodos (qualitativo e quantitativao) podem ser vistos, como complementares, pois contribuem para uma visão distinta de cada problema. Existem diversas semelhanças entre estes métodos de investigação, que deverão ser levados em consideração no desenvolvimento de um estudo. Uma das questões mais importantes em relação ao método investigativo misto, que se deve ter em mente é que ela irá atender uma demanda de investigação específica, onde isoladamente os métodos quantitativo e qualitativo não seriam capazes de alcançar resultados completos.

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        Obrigado pela vossa atenção. Aconselhamos a que respondam às questões do Módulo 7 para testarem o que aprenderam

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