A ORGANIZAÇÃO DA CLASSE OPERÁRIA
Uma das primeiras formas de resistência ao sistema fabril foi a ação dos quebradores de máquinas. Alguns desses grupos se tornaram bastante conhecidos, como os da região de Lancashire, que atuaram entre 1778 e 1780, e os ludistas, que surgiram no princípio da década de 1810.
Os quebradores lutavam contra as longas jornadas e as péssimas condições de trabalho, bem como defendiam a criação de leis trabalhistas e o fim das dispensas arbitrárias. Eles invadiam as fábricas, em geral à noite, e destruíam as máquinas. Esses trabalhadores foram reprimidos com violência, e alguns dos líderes acabaram presos, julgados e executados.
Alguns historiadores consideram que os ludistas eram corajosos, mas ingênuos, pois atribuíam a origem de seus problemas às máquinas, e não aos proprietários delas. Para esses autores, os quebradores de máquinas não conseguiam perceber a mudança profunda na produção capitalista industrial e nas novas estratégias de dominação de classe.
Pesquisas mais recentes, no entanto, tendem a associar os ludistas a uma reação radical e consciente contra o sistema fabril. Segundo essa nova perspectiva, a principal intenção dos ludistas era mostrar que a fábrica não era a única, nem a melhor forma de organização do trabalho e da vida.
A FUNDAÇÃO DOS PRIMEIROS SINDICATOS
Com o fracasso do ludismo, o movimento operário britânico passou a discutir a necessidade de criar associações de operários, como já faziam os patrões, capazes de organizar a luta pela conquista de direitos de forma mais eficiente. As primeiras associações operárias britânicas foram criadas no final do século XVIII, como a de sapateiros de Londres e a de tecelões de Glasgow, na Escócia. Elas funcionavam na clandestinidade, pois os operários temiam a repressão policial e as demissões no trabalho. Em 1799, as associações foram formalmente proibidas, e seus dirigentes, presos.
Em 1824, após muita pressão dos trabalhadores, o Parlamento britânico aprovou uma lei permitindo o direito de associação da classe operária. Formaram-se então as trade unions, ou sindicatos, como essas associações passaram a ser conhecidas. Elas organizavam o operários para lutar por redução da jornada de trabalho, aumento salarial, limitação do trabalho infantil, entre outras reivindicações. Com a nova lei, houve uma explosão de associações operárias em toda a Inglaterra, concentradas principalmente na indústria têxtil e na atividade siderúrgica.
A organização e Fundação