Apresentação dos desafios enfrentados por uma região que tem a maior biomassa florestal do planeta, a maior concentração de biodiversidade da Terra, a maior bacia hidrográfica do mundo, onde vivem mais de 180 etnias indígenas e que será impactada com grandes obras de infraestrutura na ordem de 100 bilhões de reais até 2020. Barragens, estradas, projetos de mineração e o agronegócio ameaçam esta poderosíssima e viva usina de serviços ambientais, fundamentais para a manutenção do clima do país e do mundo. Mas há um desconhecimento no resto do Brasil sobre o que se passa na Amazônia, mesmo que os brasileiros no dia-a-dia comam a carne, usem a hidroeletricidade, vistam o algodão e pisem na madeira vinda de lá.
Apresentação da história da ocupação da Amazônia nos últimos 45 anos quando desmatamos quase 20% da região sem que isso tenha trazido uma melhoria na qualidade de vida na região. Como acontece a retirada ilegal de madeira e a grilagem de terras? Quem lucra com isso? Como isso é operado? Apesar da pecuária extensiva ainda ser a grande vilã do desmatamento, conquistas e avanços aconteceram nos últimos anos como a moratória da soja e os projetos bem sucedidos de pecuária intensiva.
A Amazônia é a principal fronteira agrícola do Brasil. Soja, milho e algodão são cultivados em grandes extensões de terra, forçando os limites da floresta. Mas a disputa pela terra no país é uma questão histórica. A Amazônia também é a principal fronteira para os assentamentos da reforma agrária que por falta de assistência técnica respondem por uma grande parcela do desmatamento na região.Grandes latifúndios e pequenos proprietários se diferenciam no volume de dinheiro movimentado e no acesso à tecnologia, mas ambos respondem pelo desmatamento na região e enfrentam dificuldades com a falta de infraestrutura numa região continental.
A Amazônia é o futuro do Brasil ainda que mais da metade da população brasileira nunca tenha posto os pés aqui. A região receberá investimentos na ordem de R$ 100 bilhões até 2020. O modelo econômico pensado para a região é torná-la o maior produtor brasileiro de minério, energia elétrica, soja, carne, dendê e madeira, itens estratégicos para o crescimento da economia do país e do mundo. Como as cidades no meio da imensa floresta e os povos tradicionais estão recebendo este fluxo de novos imigrantes e os impactos dos mega projetos?
Num cenário onde ainda desmatamos 5 mil km2 (três vezes a cidade de São Paulo)/ ano, qual o futuro da Amazônia, tão estratégica para o Brasil e para o mundo? Quais as políticas governamentais para a região a nível municipal, estadual e federal? O que mudou com o novo código florestal? Como índios, ribeirinhos e quilombolas estão se organizando? Quais projetos estão conseguindo conciliar desenvolvimento social com a queda de desmatamento?