Questões de Interpretação de Texto III

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Focado no concurso do tj/pr
Luís Felipe Mesiano
Quiz by Luís Felipe Mesiano, updated more than 1 year ago
Luís Felipe Mesiano
Created by Luís Felipe Mesiano over 7 years ago
57
3

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Question 1

Question
Yaci, a indígena que tem tudo para brilhar nas Olimpíadas Ela venceu a seletiva de tiro com arco e está na reta final para compor a equipe que representará o Brasil nos jogos Se muitos indígenas brasileiros ainda utilizam o arco e flecha como instrumento de caça, esse nunca foi o caso de Graziela Paulino dos Santos, a Yaci. Da etnia Karapanã, ela nasceu e cresceu na comunidade Nova Canaã, na zona rural de Manaus, onde sempre frequentou a escola e sonhava em fazer faculdade na capital. Arco e flecha? Só nas comemorações do dia do índio mesmo, quando atirava para celebrar. Se alguém contasse para ela, há dois anos, que teria chances de um dia compor a equipe olímpica do Brasil de tiro com arco, ela provavelmente riria descrente. Mesmo assim, quando o projeto Arquearia Indígena da FAS (Fundação Amazônia Sustentável) chegou à comunidade para selecionar jovens para praticar o esporte, ela resolveu tentar. Sem praticamente nenhum preparo, competiu com outros adolescentes da região e ficou entre os 12 selecionados que passaram a receber apoio para treinar em Manaus. “Eu nunca sonhei ser atleta e nem tinha muitas esperanças, então continuei com a escola. Passava uma semana por mês treinando e depois voltava para estudar”. Boa aluna, Yaci se dedicava muito e sonhava com o dia em que iria fazer faculdade. Quando terminou o colegial, aproveitou a oportunidade de viver na Vila Olímpica, seguir treinando e passar no vestibular. Ingressou na universidade de Ciências Contábeis. Assim como sempre foi dedicada e esforçada nos estudos, Yaci passou a dar tudo de si à arquearia. Durante 2015, treinou todos os dias, das oito ao meio dia e das três às cinco e meia. E ainda tinha pique para ir para a faculdade à noite. “Eu me dedico muito e, quando vejo que preciso melhorar em algum ponto, treino para conseguir”, conta. Toda essa dedicação começou a render frutos em janeiro de 2016, quando participou da primeira seletiva para as Olimpíadas, em São Paulo, e ficou em primeiro lugar. Competindo contra ela, havia atletas com mais de dez anos de treinamento, mas ela não se amedrontou. A partir de 3 de março, ela vai encarar mais quatro etapas da seletiva final, em combate de arqueiro contra arqueiro, que podem garantir a vaga na equipe olímpica. “Eu treino todo dia direitinho e agora vou treinar mais ainda, para dar meu melhor e tentar essa vaga”, diz Yaci, que não falta a nenhum treino e está cheia de expectativa – mas não quer cantar vitória antes da hora. Para ela, o arco e flecha representam muito mais que um esporte. “Eu sou uma referência para os jovens da minha comunidade. Mesmo pobres, com poucas condições e uma vida muito simples, eles estão vendo que dá para ir atrás dos sonhos”. Ela também se orgulha de estar representando sua comunidade indígena para o resto do país. E para conseguir levar sua representatividade para os holofotes dos Jogos Olímpicos e conquistar uma medalha, não vai medir esforços. “Eu quero ser atleta profissional por muitos anos ainda e só trabalhar com contabilidade mais para frente”. Vamos torcer para que ela consiga! (Disponível em:<http://azmina.com.br/2016/02/yaci-a-indigena-que-tem-tudo-para-brilhar-nas-olimpiadas/>. Acesso em 01/03/2016.) De acordo com o texto, é correto afirmar:
Answer
  • Yaci, junto de outros indígenas, compõe a equipe brasileira indígena de arco e flecha.
  • A atleta começou a praticar a arquearia quando era criança, mas nunca foi reconhecida, por ser indígena.
  • Mesmo sem treinamento prévio, Yaci se destacou no arco e flecha diante de atletas não indígenas.
  • Yaci acredita que, por ser indígena, possui naturalmente mais talento para esse esporte.

Question 2

Question
Yaci, a indígena que tem tudo para brilhar nas Olimpíadas Ela venceu a seletiva de tiro com arco e está na reta final para compor a equipe que representará o Brasil nos jogos Se muitos indígenas brasileiros ainda utilizam o arco e flecha como instrumento de caça, esse nunca foi o caso de Graziela Paulino dos Santos, a Yaci. Da etnia Karapanã, ela nasceu e cresceu na comunidade Nova Canaã, na zona rural de Manaus, onde sempre frequentou a escola e sonhava em fazer faculdade na capital. Arco e flecha? Só nas comemorações do dia do índio mesmo, quando atirava para celebrar. Se alguém contasse para ela, há dois anos, que teria chances de um dia compor a equipe olímpica do Brasil de tiro com arco, ela provavelmente riria descrente. Mesmo assim, quando o projeto Arquearia Indígena da FAS (Fundação Amazônia Sustentável) chegou à comunidade para selecionar jovens para praticar o esporte, ela resolveu tentar. Sem praticamente nenhum preparo, competiu com outros adolescentes da região e ficou entre os 12 selecionados que passaram a receber apoio para treinar em Manaus. “Eu nunca sonhei ser atleta e nem tinha muitas esperanças, então continuei com a escola. Passava uma semana por mês treinando e depois voltava para estudar”. Boa aluna, Yaci se dedicava muito e sonhava com o dia em que iria fazer faculdade. Quando terminou o colegial, aproveitou a oportunidade de viver na Vila Olímpica, seguir treinando e passar no vestibular. Ingressou na universidade de Ciências Contábeis. Assim como sempre foi dedicada e esforçada nos estudos, Yaci passou a dar tudo de si à arquearia. Durante 2015, treinou todos os dias, das oito ao meio dia e das três às cinco e meia. E ainda tinha pique para ir para a faculdade à noite. “Eu me dedico muito e, quando vejo que preciso melhorar em algum ponto, treino para conseguir”, conta. Toda essa dedicação começou a render frutos em janeiro de 2016, quando participou da primeira seletiva para as Olimpíadas, em São Paulo, e ficou em primeiro lugar. Competindo contra ela, havia atletas com mais de dez anos de treinamento, mas ela não se amedrontou. A partir de 3 de março, ela vai encarar mais quatro etapas da seletiva final, em combate de arqueiro contra arqueiro, que podem garantir a vaga na equipe olímpica. “Eu treino todo dia direitinho e agora vou treinar mais ainda, para dar meu melhor e tentar essa vaga”, diz Yaci, que não falta a nenhum treino e está cheia de expectativa – mas não quer cantar vitória antes da hora. Para ela, o arco e flecha representam muito mais que um esporte. “Eu sou uma referência para os jovens da minha comunidade. Mesmo pobres, com poucas condições e uma vida muito simples, eles estão vendo que dá para ir atrás dos sonhos”. Ela também se orgulha de estar representando sua comunidade indígena para o resto do país. E para conseguir levar sua representatividade para os holofotes dos Jogos Olímpicos e conquistar uma medalha, não vai medir esforços. “Eu quero ser atleta profissional por muitos anos ainda e só trabalhar com contabilidade mais para frente”. Vamos torcer para que ela consiga! (Disponível em:<http://azmina.com.br/2016/02/yaci-a-indigena-que-tem-tudo-para-brilhar-nas-olimpiadas/>. Acesso em 01/03/2016.) Sobre o texto, considere as seguintes afirmativas: 1. A atleta acredita que as pessoas da sua comunidade podem se sentir inspiradas a lutar pelos seus sonhos através do exemplo dela. 2. A comunidade indígena de onde Yaci vem já tinha revelado outros 12 talentos da arquearia, mas apenas ela é referência. 3. Por não acreditar que ia seguir com a carreira esportiva, Yaci, paralelamente aos treinos, estudou e chegou a passar no vestibular. 4. Yaci se inspira nos outros atletas indígenas que estão competindo contra ela nas seletivas, afirmando que eles são um exemplo para a sua comunidade. Assinale a alternativa correta.
Answer
  • Somente as afirmativas 1 e 3 são verdadeiras.
  • Somente as afirmativas 2 e 4 são verdadeiras.
  • Somente as afirmativas 2, 3 e 4 são verdadeiras.
  • As afirmativas 1, 2, 3 e 4 são verdadeiras.

Question 3

Question
Solucionado o enigma do dente do siso Para que eles existem? Aparecem tão tarde que já não fazem falta alguma, e isso quando aparecem. Às vezes, eles se escondem de forma intrincada, enriquecendo os dentistas, ou empurram os outros dentes causando dor e machucados. São os dentes do siso. Quem os inventou? Qual foi a força evolutiva que teve a ideia de bolar esse estorvo buco-dental? Fez o mesmo mal com o nosso cérebro? Este é o enigma evolutivo dos dentes do siso e que acaba de ser solucionado por cientistas australianos. A resposta, em resumo: nós, humanos, não somos nem mesmo os únicos que temos isso. Nossos ancestrais, os hominídeos (homininos, tecnicamente), tinham um terceiro molar decente: até quatro vezes maior do que o nosso, e com uma superfície plana obviamente adaptada para mastigar. Nunca se entendeu muito bem como essa obra-prima da natureza se deteriorou a ponto de produzir o nosso dente do siso, embora não tenham faltado hipóteses elaboradas sob medida para explicá-lo: ora as mudanças de dieta, ora este ou aquele avanço cultural, ou, em todos os casos, algumas teorias que delegam à seleção natural a árdua tarefa de destruir um dente sem mexer muito nos outros. E que, é claro, são exclusivas da evolução humana, sem precedentes nos 600 milhões de anos de história animal. A bióloga do desenvolvimento Kathryn Kavanagh, da Universidade Massachusetts em Dartmouth, propôs em 2007 um modelo teórico do desenvolvimento da dentição nos mamíferos. Ela se baseava em dados obtidos com ratos e explicava os resultados, que eram bastante complicados, com um modelo simples de “inibição em cascata”: quando um dente se desenvolve, emite sinais que ativam ou reprimem os seus vizinhos, e a proporção entre esses dois sinais determina o tamanho dos dentes vizinhos. Um dos colegas de Kavanagh naquele trabalho, Alistair Evans, da Universidade Monash em Victoria (Austrália), lidera hoje uma pesquisa publicada pela Nature em que aquele modelo se estende aos hominídeos. O estudo revela que o modelo da inibição em cascata de Kavanagh pode explicar desde a degeneração do terceiro molar nos australopitecos até o modesto e incômodo dente do siso que oprime o Homo sapiens. Nos hominídeos mais primitivos – os mais próximos do chimpanzé, como os ardipitecos, australopitecos e parantropos –, a variação do tamanho e das formas relativas dos molares é meramente em função da posição: os dentes tendem a crescer mais na parte posterior da boca, o que provoca o gigantismo do terceiro molar, e as proporções entre alguns dentes e outros são constantes, sem que o tamanho global da dentição no seu conjunto importe muito. No entanto, há cerca de dois milhões de anos, com o surgimento do nosso gênero (Homo), essas regras gerais se alteraram um pouco: os tamanhos relativos dos dentes passaram a depender do tamanho global da dentição. Isso fez com que a redução do tamanho global da dentição, que é própria da modernidade evolutiva, causasse uma diminuição desproporcional do terceiro molar. Ou seja: o dente do siso seria explicado pela existência de um mecanismo geral, que não precisou exigir coisas muito esquisitas para transformar o terceiro molar em um estorvo ridículo. De um ponto de vista dental, deixamos de ser vítimas de uma evolução cruel e passamos a ser vítimas da simplicidade matemática. Um avanço e tanto. (Disponível em:<http://brasil.elpais.com/brasil/2016/02/24/ciencia/1456335579_085153.htmll> . Acesso em 01/03/2016.) Com base no texto, considere as seguintes afirmativas: 1. O dente do siso do homem contemporâneo se originou de um dente que nossos ancestrais tinham, no mesmo lugar, porém com um tamanho diferente. 2. Não são apenas os humanos que apresentam o dente do siso: os ratos passaram pelo mesmo processo. 3. Nos humanos, os dentes do fundo da boca tendem a crescer mais, motivo pelo qual os molares e o siso são proporcionalmente maiores. 4. Existem evidências de que a dentição humana possui uma dinâmica diferente da dentição de outros primatas. Assinale a alternativa correta.
Answer
  • Somente a afirmativa 2 é verdadeira.
  • Somente as afirmativas 2 e 3 são verdadeiras.
  • Somente as afirmativas 1 e 4 são verdadeiras.
  • Somente as afirmativas 1, 3 e 4 são verdadeiras
  • As afirmativas 1, 2, 3 e 4 são verdadeiras.

Question 4

Question
Paul McCartney concedeu entrevista a Michael Bonner, jornalista do El País. Relativamente a essa entrevista, numere a coluna da direita, relacionando as respostas com as respectivas perguntas que constam na coluna da esquerda. 1. Quando assassinaram John, você estava trabalhando no que seria Tug of War. Quando foi a última vez que o viu? 2. Acredita que as pessoas esperavam que escrevesse uma canção sobre John? 3. A canção se refere ao começo de sua relação com John. Era assim que costumava pensar nele após sua morte? 4. Acredita que Harrison se sentia intimidado quando apresentava canções a você e John? ( ) Pensei que queria fazer a canção mais maravilhosa, mas nem sempre se é capaz de responder a esse estímulo. Não sei por quê. Provavelmente fiquei esperando para ver se vinha algo, mas não podia me sentar e escrever uma canção como reação. ( ) Eu o vi com May Pang [sua namorada nos anos 70, quando esteve separado de Yoko Ono] em seu apartamento quando estavam juntos. Estava bem mais tranquilo. Era mais ele mesmo. [...] Acho que a última vez foi em Nova York, em seu apartamento no edifício Dakota. ( ) No início, compúnhamos canções para ele porque ele não compunha. Escrevemos Do You Want to Know a Secret para George, mas então nos mostrou pela primeira vez uma canção que se chamava Don't Bother Me e achamos boa. Fomos um pouco condescendentes. Estava boa, mas não tão boa como as que escrevíamos para ele. ( ) Os anos anteriores à sua morte foram dolorosos, sobretudo com relação à separação dos Beatles. Mas, como todo mundo, bloqueio as coisas ruins. Eu não gosto de ficar nelas. Por isso, mesmo agora, quando penso em John, penso em nós escrevendo juntos A Day in a Life. Coisas assim. Prefiro ficar com as coisas boas. Assinale a alternativa que apresenta a numeração correta da coluna da direita, de cima para baixo.
Answer
  • 1 – 3 – 2 – 4.
  • 4 – 1 – 2 – 3.
  • 1 – 2 – 4 – 3.
  • 2 – 3 – 1 – 4.
  • 2 – 1 – 4 – 3.

Question 5

Question
Dei uma palestra em janeiro no Festival Literário Galle. Nos últimos dez anos, esse festival tornou-se um dos maiores destaques do circuito cultural do Sri Lanka. Neste ano, o evento criou festivais “de contato com as comunidades” em Kandy, na região montanhosa do país, e Jaffna, no norte. Foi significativo o fato de o festival ter sido levado a Jaffna, capital da província do Norte. A brutal guerra civil entre os Tigres pela Libertação do Tamil Eelam e o Exército de Sri Lanka acabou há menos de sete anos. Muita coisa no Norte foi reconstruída, mas os fantasmas do conflito ainda assombram Jaffna, desde os edifícios marcados por buracos de balas até os milhares de civis mortos do conflito. Contra esse pano de fundo, o festival criou um espaço de engajamento com uma larga variedade de ideias, de maneira que não acontece com frequência em um lugar como Jaffna. O evento foi aberto com uma discussão da literatura tâmil, que ajudou a moldar e definir a identidade tâmil. Reconhecendo as sensibilidades envolvidas, os organizadores do festival promoveram a sessão na língua tâmil. Porém, fato notável, todos os palestrantes e muitos escritores tâmeis presentes na plateia fizeram objeção, insistindo no uso do inglês. “Não queremos falar apenas com nós mesmos”, disse um dos presentes. É uma opinião que não encontro com frequência. “Falar consigo mesmo”, muitas vezes, infelizmente, parece ser o objetivo das políticas de identidade no Ocidente. Um bom exemplo disso é a moda atual de denunciar a “apropriação cultural”, que denota o uso por pessoas de uma cultura (especialmente pessoas de posição privilegiada) dos símbolos e ideias de outra cultura. Essa noção já levou a casos bizarros, como grêmios estudantis que proibiram o uso do sombreiro (chapéu mexicano) ou as aulas de ioga. O problema é que a história da cultura é a história da apropriação. Não pode haver cultura sem que os povos emprestem, roubem e se apropriem de elementos uns dos outros. A discussão sobre identidade que aconteceu em Jaffna foi diferente. Para os tâmeis presentes, a identidade não era uma barreira com a qual se proteger do resto do mundo, mas uma maneira de dialogar com esse mundo. Chamou minha atenção igualmente a resposta do público em um evento realizado alguns dias antes em Colombo, a capital do Sri Lanka. Eu tinha sido entrevistado sobre o palco, num bate-papo que cobriu desde minha infância até meu senso de identidade, passando por questões de liberdade de expressão e censura. Critiquei a política de identidade e expressei apoio ao direito de causar ofensa. Especificamente, defendi a revista satírica francesa “Charlie Hebdo” contra acusações de racismo. Já discursei sobre temas semelhantes para plateias semelhantes na Europa e encarei críticas consideráveis. “O que lhe dá o direito de ofender outros?”, já me perguntaram. “A liberdade de expressão é acompanhada da obrigação de usá-la de modo responsável”, me disseram. Em um debate no Reino Unido sobre as consequências do caso “Charlie Hebdo”, outro participante lamentou o fato de o debate ter ficado polarizado entre os que estavam a favor ou contra a liberdade de expressão. Não podemos simplesmente ser a favor ou contra a liberdade, ele argumentou: “É mais complicado que isso”. Teria o palestrante apresentado o mesmo argumento 200 anos atrás, quando se debatia a abolição da escravidão? Será que ele teria dito “não podemos simplesmente ser a favor ou contra a abolição da escravidão. A liberdade é mais complicada que isso”? Não precisei colocar essa pergunta à minha plateia em Colombo. As pessoas que ali estavam compreendiam implicitamente a importância da liberdade e, em especial, da liberdade de expressão. Mesmo as pessoas da plateia que eram críticas das charges publicadas pelo “Charlie Hebdo” defenderam o direito do semanário de publicá-las. [...] Na realidade, desde o fim da guerra, o país assiste ao crescimento dos movimentos religiosos sectários. Por exemplo, surgiu uma vertente mais intolerante do budismo que tem como alvo não os tâmeis, mas os muçulmanos. O islamismo também está mudando em Sri Lanka. Antes, era uma religião relativamente aberta, descontraída. Agora, porém, chamou minha atenção o grande número de mulheres usando a burca, algo que teria sido inimaginável duas décadas atrás. Parece que muitos muçulmanos de Sri Lanka foram ser operários em países do Golfo Pérsico e, quando voltaram, trouxeram na bagagem uma vertente mais intransigente do islamismo. [...] Ao pedir que se proíbam a “apropriação cultural” e as ofensas, muitos adotam ideias sobre identidade, cultura e livre expressão que reforçam mais os sectários que aqueles que os contestam. Queremos uma sociedade mais aberta ou mais fechada? Esse é o xis da questão, quer seja em Colombo, Jaffna ou Londres. (Kenan Malik. Jornal Gazeta do Povo, 27 fev. 2016) Considere a reescrita das seguintes afirmativas retiradas do texto: 1. A frase “Não precisei colocar essa pergunta à minha plateia em Colombo” pode ser reescrita como “Não foi preciso colocar essa pergunta à minha plateia em Colombo”. 2. A frase “algo que teria sido inimaginável duas décadas atrás” pode ser reescrita como “algo que teria sido inimaginável a duas décadas”. 3. A frase “Mesmo as pessoas da plateia que eram críticas das charges publicadas pelo ‘Charlie Hebdo’ defenderam o direito do semanário de publicá-las” pode ser reescrita como “Mesmo as pessoas da plateia que eram críticas das charges publicadas pelo ‘Charlie Hebdo’ defenderam o direito do semanário de publicar elas”. 4. A frase “Por exemplo, surgiu uma vertente mais intolerante do budismo que tem como alvo não os tâmeis, mas os muçulmanos” pode ser reescrita como “Por exemplo, surgiu uma vertente mais intolerante do budismo que tem como alvo os muçulmanos, e não os tâmeis”. Estão corretas as frases reescritas em:
Answer
  • 2 e 3 apenas.
  • 1 e 4 apenas.
  • 1, 2 e 3 apenas.
  • 1, 3 e 4 apenas
  • 1, 2, 3 e 4.

Question 6

Question
Dei uma palestra em janeiro no Festival Literário Galle. Nos últimos dez anos, esse festival tornou-se um dos maiores destaques do circuito cultural do Sri Lanka. Neste ano, o evento criou festivais “de contato com as comunidades” em Kandy, na região montanhosa do país, e Jaffna, no norte. Foi significativo o fato de o festival ter sido levado a Jaffna, capital da província do Norte. A brutal guerra civil entre os Tigres pela Libertação do Tamil Eelam e o Exército de Sri Lanka acabou há menos de sete anos. Muita coisa no Norte foi reconstruída, mas os fantasmas do conflito ainda assombram Jaffna, desde os edifícios marcados por buracos de balas até os milhares de civis mortos do conflito. Contra esse pano de fundo, o festival criou um espaço de engajamento com uma larga variedade de ideias, de maneira que não acontece com frequência em um lugar como Jaffna. O evento foi aberto com uma discussão da literatura tâmil, que ajudou a moldar e definir a identidade tâmil. Reconhecendo as sensibilidades envolvidas, os organizadores do festival promoveram a sessão na língua tâmil. Porém, fato notável, todos os palestrantes e muitos escritores tâmeis presentes na plateia fizeram objeção, insistindo no uso do inglês. “Não queremos falar apenas com nós mesmos”, disse um dos presentes. É uma opinião que não encontro com frequência. “Falar consigo mesmo”, muitas vezes, infelizmente, parece ser o objetivo das políticas de identidade no Ocidente. Um bom exemplo disso é a moda atual de denunciar a “apropriação cultural”, que denota o uso por pessoas de uma cultura (especialmente pessoas de posição privilegiada) dos símbolos e ideias de outra cultura. Essa noção já levou a casos bizarros, como grêmios estudantis que proibiram o uso do sombreiro (chapéu mexicano) ou as aulas de ioga. O problema é que a história da cultura é a história da apropriação. Não pode haver cultura sem que os povos emprestem, roubem e se apropriem de elementos uns dos outros. A discussão sobre identidade que aconteceu em Jaffna foi diferente. Para os tâmeis presentes, a identidade não era uma barreira com a qual se proteger do resto do mundo, mas uma maneira de dialogar com esse mundo. Chamou minha atenção igualmente a resposta do público em um evento realizado alguns dias antes em Colombo, a capital do Sri Lanka. Eu tinha sido entrevistado sobre o palco, num bate-papo que cobriu desde minha infância até meu senso de identidade, passando por questões de liberdade de expressão e censura. Critiquei a política de identidade e expressei apoio ao direito de causar ofensa. Especificamente, defendi a revista satírica francesa “Charlie Hebdo” contra acusações de racismo. Já discursei sobre temas semelhantes para plateias semelhantes na Europa e encarei críticas consideráveis. “O que lhe dá o direito de ofender outros?”, já me perguntaram. “A liberdade de expressão é acompanhada da obrigação de usá-la de modo responsável”, me disseram. Em um debate no Reino Unido sobre as consequências do caso “Charlie Hebdo”, outro participante lamentou o fato de o debate ter ficado polarizado entre os que estavam a favor ou contra a liberdade de expressão. Não podemos simplesmente ser a favor ou contra a liberdade, ele argumentou: “É mais complicado que isso”. Teria o palestrante apresentado o mesmo argumento 200 anos atrás, quando se debatia a abolição da escravidão? Será que ele teria dito “não podemos simplesmente ser a favor ou contra a abolição da escravidão. A liberdade é mais complicada que isso”? Não precisei colocar essa pergunta à minha plateia em Colombo. As pessoas que ali estavam compreendiam implicitamente a importância da liberdade e, em especial, da liberdade de expressão. Mesmo as pessoas da plateia que eram críticas das charges publicadas pelo “Charlie Hebdo” defenderam o direito do semanário de publicá-las. [...] Na realidade, desde o fim da guerra, o país assiste ao crescimento dos movimentos religiosos sectários. Por exemplo, surgiu uma vertente mais intolerante do budismo que tem como alvo não os tâmeis, mas os muçulmanos. O islamismo também está mudando em Sri Lanka. Antes, era uma religião relativamente aberta, descontraída. Agora, porém, chamou minha atenção o grande número de mulheres usando a burca, algo que teria sido inimaginável duas décadas atrás. Parece que muitos muçulmanos de Sri Lanka foram ser operários em países do Golfo Pérsico e, quando voltaram, trouxeram na bagagem uma vertente mais intransigente do islamismo. [...] Ao pedir que se proíbam a “apropriação cultural” e as ofensas, muitos adotam ideias sobre identidade, cultura e livre expressão que reforçam mais os sectários que aqueles que os contestam. Queremos uma sociedade mais aberta ou mais fechada? Esse é o xis da questão, quer seja em Colombo, Jaffna ou Londres. (Kenan Malik. Jornal Gazeta do Povo, 27 fev. 2016) No penúltimo parágrafo, o autor vê o grande número de mulheres usando a burca como:
Answer
  • sinônimo de apropriação cultural.
  • consequência da intolerância contra os tâmeis
  • reflexo da maior liberdade de expressão naquele país.
  • sintoma do recrudescimento do sectarismo.
  • sinal da abertura cultural em curso no Sri Lanka.

Question 7

Question
Considere a seguinte frase: Os dispositivos implantados em pacientes emitiriam sinais, em tempo real, que informariam aos sistemas de vigilância dos hospitais se tudo está bem ou não, _______________ significativamente as situações de emergência. Considere as seguintes possibilidades de preenchimento da lacuna acima: 1. atenuando 2. vindo a atenuar 3. onde atenuaria 4. o que atenuaria São abonadas pela norma padrão da língua portuguesa no Brasil as formas:
Answer
  • 2 e 4 apenas.
  • 3 e 4 apenas.
  • 1, 2 e 3 apenas.
  • 1, 2 e 4 apenas.
  • 1, 2, 3 e 4.

Question 8

Question
Em fevereiro de 2016, a especialista em política educacional Paula Louzano falou à revista Veja sobre a proposta de currículo nacional apresentada pelo governo. Relativamente a essa entrevista, numere a coluna da direita, relacionando as respostas com as respectivas perguntas que constam na coluna da esquerda. 1. Na terça-feira, o Ministro da Educação publicou uma revisão da proposta, ampliando, por exemplo, a parte de história mundial e incluindo pontos de gramática. O avanço foi significativo? 2. Como os outros países desenham seus currículos? 3. Por que a progressão é tão relevante para o aprendizado? 4. É preciso perseverar no propósito de criar um currículo único? ( ) Apegando-se ao conceito de progressão no ensino. Países como Canadá, Finlândia ou Austrália são bons exemplos nessa área. ( ) Todos os países com bons índices de educação têm um currículo nacional. ( ) São mudanças relevantes. Mas não teremos um currículo de padrão internacional se não houver uma mudança estrutural. ( ) Se o professor e o aluno não sabem quais são seus objetivos no fim do percurso acadêmico, e como cada “degrau” da escada do conhecimento colabora para que cheguem a esses objetivos, eles se perdem em meio aos conteúdos. Assinale a alternativa que apresenta a numeração correta da coluna da direita, de cima para baixo.
Answer
  • 1 – 2 – 3 – 4.
  • 2 – 4 – 1 – 3.
  • 3 – 1 – 4 – 2.
  • 2 – 1 – 4 – 3.
  • 3 – 4 – 1 – 2.

Question 9

Question
Demonstrações públicas escancaradas de amor pelos filhos, como tatuar seus nomes no braço, não são, é claro, incompatíveis com negligenciá-los e abandoná-los; na verdade, quando eu era médico e via homens com os nomes dos filhos tatuados no braço, eu podia ter quase certeza de que eles estavam separados da mãe ou das mães de seus filhos, e que raramente os viam, se é que os viam. Claro que é perfeitamente possível que haja números enormes de homens com os nomes dos filhos tatuados nos braços que sejam pais extremamente bondosos e solícitos, mas de algum modo duvido muito; parece-me mais provável que tatuar o nome seja uma substituição para a solicitude, e não um indício dela. (Theodore Dalrymple. Podres de mimados, 2015, p. 73) Para o autor: 1. é possível um pai ter o nome do filho tatuado no braço e ser negligente com ele. 2. a maioria dos homens com os nomes dos filhos tatuados no braço são extremamente bondosos e solícitos. 3. tatuar o nome do filho no braço é uma forma de o pai tentar compensar sua ausência. Assinale a alternativa correta.
Answer
  • Somente a afirmativa 1 é verdadeira.
  • Somente a afirmativa 2 é verdadeira.
  • Somente a afirmativa 3 é verdadeira
  • Somente as afirmativas 1 e 2 são verdadeiras.
  • Somente as afirmativas 1 e 3 são verdadeiras.

Question 10

Question
Considere o seguinte trecho inicial de um texto: Cientistas do Google anunciaram no final de janeiro que o programa de computador AlphaGo venceu Fan Hui, campeão europeu de um jogo muito popular na Ásia, chamado em japonês de go, também conhecido pelo nome chinês, wei qi. As frases a seguir dão continuidade a esse trecho inicial, mas estão fora de ordem. Numere os parênteses, identificando a sequência textual correta. ( ) O objetivo é cercar as peças do adversário e, com isso, conquistar a maior área possível. ( ) Num tabuleiro de go, há infinitamente mais configurações possíveis que num jogo de xadrez – mais até que o número de átomos no universo. ( ) Foi a primeira vez que um software derrotou um mestre de go, jogo com regras de simplicidade infantil, mas variações de complexidade absurda. ( ) Dois oponentes, um com as pedras pretas, outro com as brancas, põem a cada rodada uma peça no tabuleiro. Assinale a alternativa que apresenta a numeração correta dos parênteses, de cima para baixo.
Answer
  • 1 – 3 – 4 – 2.
  • 4 – 2 – 1 – 3.
  • 2 – 1 – 3 – 4.
  • 1 – 2 – 4 – 3.
  • 4 – 2 – 3 – 1.
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