Egocentrismo, Coação e Justiça
O indivíduo passa por dois estados marcantes:
No primeiro estado, a criança é incapaz de apreender as regras existentes, como se o universo social fosse, para ela, um universo sem normas. Nesse estado de anomia, isto é, de desconhecimento das regras, a participação da criança em uma brincadeira qualquer ou em um jogo infantil, por exemplo, não é conduzida pela dinâmica própria da atividade, social-mente elaborada, mas sim, pelo prazer individual.
No segundo estado, a criança enxerga as ordens dos mais velhos como leis imutáveis, como obrigações morais, quadro que Piaget chamou de respeito unilateral e realismo moral. Os conceitos morais, sobre o certo e o errado, são vistos pelo indivíduo como exteriores a ele, ao que se dá o nome de heteronomia. Ao participar de uma brincadeira ou um jogo, a criança submete-se às regras, sendo incapaz de questioná-las.