A violência e o medo no cotidiano
O México está em 147 na Classificação Mundial da Liberdade de Imprensa no ano de 2018.
O México é o país que mais mata jornalistas no mundo. Já se vão 130 assassinatos de comunicadores desde o ano 2000 e as investigações para encontrar os culpados não prosperam.
É mais fácil cobrir as guerras do Iraque e da Síria do que a República Mexicana, afirmava um jornalista estrangeiro. "Enquanto lá se conhece o inimigo, o seu alcance, a sua limitação, aqui no México não se pode ver o seu olhar, pois não se sabe onde ele está."
“Eu me trancava por medo, achava que me seguiam e que podia acontecer o pior”. Assim explica Jorge Martínez, jornalista mexicano, o porquê de não sair de casa por 15 dias depois que uma centena de pistoleiros do cartel La Familia o atacou com outros seis colegas.
“Vamos queimar vocês vivos agora!”, ameaçou um dos pistoleiros antes de roubar todos os seus equipamentos em uma estrada deserta. Foram liberados 15 minutos depois, lembra Ocampo. Dois dias depois, pistoleiros assassinaram em Sinaloa o jornalista Javier Valdez, colaborador da AFP.
"Naquela época, eles (traficantes) me perguntaram se eu gostava da minha vida e eu respondi que sim, mas ressaltei que estava fazendo o meu trabalho e que continuaria com aquilo. Não foi exatamente uma ameaça, foi algo como ‘você está se expondo, está atravessando nosso caminho’. Um ano depois, foi diferente, já foi uma ameaça aberta, “se virmos você em uma rua próxima, perto de um enfrentamento ou um bloqueio, vamos te quebrar". Miguel Turriza