Caption: : Pero Vaz de Caminha e sua carta enviada a Portugal descrevendo a terra encontrada. (primeiro documento escrito no Brasil)
IMPOSIÇÃO E ADAPTAÇÃO CULTURAL
Nossa literatura é essencialmente europeia, escrita por europeus que fizeram uma espécie de experimentação, dando-se assim, a literatura no Brasil.
A literatura brasileira não se deu pelo encontro de portugueses, indígenas e africanos pois os dois últimos grupos só exerceram papel no plano folclórico; na literatura escrita atuaram de maneira remota.
Portanto, o que houve não foi uma fusão prévia para formar uma literatura e sim uma modificação de uma literatura já existente, importada com a conquista e submetida ao processo geral de colonização.
Resumindo, digamos que o século XVIII representa uma fase a amadurecimento no processo de adaptação da cultura e da literatura.
TRANSFIGURAÇÃO DA REALIDADE E SENSO DO CONCRETO
Atribuição de sentido alegórico à fauna, magia à flora e grandeza sobre-humana aos atos, visão utópica dos nativistas.
Influência da lenda do El Dourado.
A imaginação literária transfigurou a realidade e, ao mesmo tempo, submeteu-a a uma descrição objetiva.
Literatura didática, calcada no real, racional, mentalidade crítica dos racionalistas.
Influenciada pelo pensamento e pelo estilo renascentistas (classicismo) em ascensão na Europa.
Caption: : Europeus sofreram influência duma série de imagens ideais a respeito da beleza, riqueza e propriedade miraculosas do continente americano, como a imagem acima.
TÊNDÊNCIA GENEALÓGICA
Consciência das classes dominantes locais de que elas precisavam elaborar uma ideologia que justificasse sua preeminência na sociedade.
Escolha, no passado local, dos elementos adequados a uma visão nativista, mas, também, europeia.
O índio.
Criação do mito de que as filhas dos chefes indígenas tinham se unido aos primeiros colonos.
Adoção, por parte dos "nobres" de nomes e de sobrenomes de origem indígena.
Caption: : representação do mito do Bom Selvagem
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Literatura de dois gumes
O GERAL E O PARTICULAR NAS FORMAS
A constituição da literatura (e da nacionalidade brasileira) se deu através da imposição de modelos e de transferência da cultura do conquistador.
Apesar de os estudiosos românticos chamarem nacional a literatura produzida apenas após o período romântico, é por intermédio da submissão aos modelos e temáticas exógenos que se dá a configuração e a inserção do nacional na literatura.
A presença da cor local nos poemas árcades (a menção aos rios cheios de ouro, rochas, onças) é uma demonstração de que, fiéis aos temas e às formas do Velho Mundo, criamos uma literatura que, ao mesmo tempo, nos inseria na tradição literária europeia e nos possibilitava exprimir os traços que nos tornavam diferentes dela.
Gregório de Matos é um exemplo, pois sua obra apresenta tanto aspectos europeus (poemas amorosos e religiosos) quanto brasileiros (vocabulário africano e indígena, fixação dos costumes, preconceitos e problemas inerentes a uma sociedade em formação).