Geo 31- Evolução, Classificação e Modelos de Industrialização

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    Segunda Revolução Industrial
    Final do século XIX até a década de 1970. Após a Crise de 1929, a eficiência do capitalismo passou a ser questionada, e ficou claro que o liberalismo clássico não era capaz de manter a economia estável. Em 1926, John Maynard Keynes postulou uma teoria que rompia com a ideia de mecanismos autorreguladores do capitalismo. Defendia que o Estado deveria interferir nos campos social, econômico e nas demais áreas em que fosse preciso. Essa política de intervenção estatal ficou conhecida como Welfare State ou estado do bem-estar social. Esse modelo intervencionista foi adotado por vários países após o fim da Segunda Guerra Mundial, pois muitas nações estavam fragilizadas, e o Estado tornava-se vital para a recuperação delas.

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    Terceira Revolução Industrial
    • Aumento do uso de novas fontes energéticas e declínio relativo do uso do petróleo. • Necessidade de mão de obra qualificada e escolarizada.  

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    Processos de industrialização no mundo
    Industrialização clássica: típica dos atuais países desenvolvidos. Industrialização tardia ou retardatária: típica dos países subdesenvolvidos. Industrialização planificada: Ocorreu nos países que adotaram, durante o século XX, o socialismo como modelo econômico. Esse modelo priorizou o desenvolvimento das indústrias de base e das indústrias bélicas, o que resultou no crescimento vertiginoso da absorção de mão de obra no setor secundário. Em função do direcionamento de maior parcela de recursos para esse tipo de indústria e da ausência de mercados concorrenciais,  as atividades direcionadas para o consumo se desenvolveram de maneira bastante lenta. Na industrialização planificada, quase todas as fábricas eram estatais ou governamentais. Normalmente,  as indústrias de base tiveram prioridade, deixando a indústria de bens de consumo em um plano secundário. Essa industrialização foi típica da União Soviética, Polônia, Bulgária, Hungria, China e outros.

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    Artesanato
    É também conhecido como indústria doméstica, por ser praticado no âmbito da família, por uma ou mais pessoas, que produzem objetos para o uso próprio ou para a venda. 

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    Manufatura
    A manufatura corresponde a um estágio intermediário entre o artesanato e a maquinofatura. o artesão produzia bens destinados a um maior número de consumidores locais ou de cidades vizinhas. O comerciante para o qual o artesão trabalhava fornecia a matéria-prima, o local de trabalho e as ferramentas necessárias para a produção. Nessa situação, o artesão vendia a sua força de trabalho em troca de um salário. Visando a aumentar a produtividade, o trabalhador executava apenas uma fase do processo de produção. Dessa forma, ocorre uma divisão do trabalho entre os artesãos, e cada um se torna especialista em determinado setor de produção. 

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    Classificação quanto ao grau de acabamento
    As indústrias de base são aquelas que produzem bens que servirão de base para outras indústrias. Elas estão associadas aos setores siderúrgico, petroquímico,  de cimento, de máquinas e de ferramentas. As indústrias de derivados são aquelas que têm como matéria-prima bens já beneficiados, ou semiacabados, para serem transformados em um novo produto. Como exemplo dessas indústrias, aparece a confecção de sapatos, de vestuário, de móveis, de eletrodomésticos, etc. Esses produtos destinam-se, então, ao consumo e ao uso, independentemente de qualquer outro acabamento.

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    Classificação quanto à matéria-prima e energia
    As indústrias pesadas ou de equipamentos são aquelas que consomem grande quantidade de energia e de  matérias-primas e produzem itens acabados ou semiacabados. Elas pertencem a grandes grupos econômicos particulares ou estatais e empregam mão de obra pouco numerosa em relação ao seu volume de produção. Como exemplo desse tipo de indústria, pode-se citar a siderurgia, a fabricação de máquinas, de veículos automotores e de navios. As indústrias leves ou de consumo são aquelas que apresentam uma maior dispersão pelo espaço territorial ou estão concentradas nos grandes centros urbanos. Possuem produção bastante diversificada e usam grande quantidade de mão de obra em relação ao seu volume de produção. Esse tipo de indústria tem como finalidade criar produtos acessíveis ao consumo da população. Produtos como alimentos, tecidos, roupas, calçados, medicamentos, fumo e bebidas são os melhores exemplos dessas indústrias. 

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    Indústrias de bens de consumo
    As indústrias de bens de consumo são aquelas que produzem artigos acabados que se destinam ao consumo individual ou familiar. Coincidem, de modo geral, com as indústrias leves, podendo ser de consumo imediato ou durável. • As indústrias de consumo não durável ou de consumo imediato são as que produzem bens consumidos em curto prazo, como produtos alimentícios, cigarros, bebidas, medicamentos, calçados, confecções, etc. Essas indústrias estão distribuídas geograficamente, pois os mercados consumidores são variados e dispersos. • As indústrias de consumo durável são as que produzem bens consumidos a médio e longo prazos. Como exemplo, aparecem as indústrias automobilísticas, de móveis, de eletrodomésticos, elétricas, etc.

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    Indústrias de bens de produção ou de capital
    As indústrias de bens de produção ou de capital são aquelas que produzem matérias-primas e equipamentos para outras modalidades industriais. Se o país não produz as máquinas que irão realizar as fabricações de produtos, ele se torna dependente de um outro que lhe forneça os equipamentos necessários ao seu parque industrial. Essas indústrias são divididas em: • Indústria de bens intermediários: produzem bens que auxiliam no processo produtivo de outras indústrias; • Indústria de transformação: fornecem máquinas e equipamentos para outras indústrias; • Indústria extrativa; • Indústria de construção.

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    Concentração geográfica das indústrias
    A concentração espacial das indústrias apresenta-se sob três formas distintas: os distritos, os parques e os complexos industriais. Os distritos industriais são as áreas previamente escolhidas para a instalação de indústrias. Para atraí-las,  as prefeituras locais, normalmente, oferecem incentivos fiscais, preços reduzidos de terrenos e infraestrutura. Os parques industriais, também localizados dentro dos limites municipais, reúnem um menor número de indústrias dentro de uma área. Os complexos são compostos de uma grande variedade de indústrias independentes, ou que se complementam, localizadas em uma grande área que abrange, muitas vezes, vários municípios de uma metrópole.

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    Modelos de organizações empresariais
    A concentração horizontal ocorre quando um grupo empresarial apresenta uma diversificação de investimentos industriais, ou seja, as indústrias de um mesmo grupo possuem atividades diferentes e independentes umas das outras. A concentração vertical ocorre quando um grupo empresarial controla as diversas indústrias de produtos que se complementam, ou seja, o controle vai desde a  matéria-prima até o produto acabado. *Conglomerado; *Truste; *Holding; *Cartel; *Joint venture.

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    *Conglomerado
    Consiste em empresas de um mesmo grupo econômico atuando em diferentes setores ou ramos da economia para evitar prejuízos totais em um setor, sendo que, normalmente, nenhuma delas fornece elementos à linha de produção das demais. Trata-se de uma concentração horizontal.  

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    *Truste
    É constituído por várias empresas do mesmo setor, que se fundem e formam uma dinâmica organização financeira, com a finalidade de controlar e dominar o mercado, suprimindo a livre concorrência. As combinações financeiras permitem que ações de diversas empresas se concentrem nas mãos de um grupo apto a tomar decisões. Essas associações são controladas por leis antitrustes em todos os países. No Brasil, tais fusões são analisadas pelo CADE (Conselho Administrativo de Defesa Econômica).  

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    *Holding
    É uma empresa criada para controlar as atividades de outras indústrias. É uma associação estratégica entre empresas de um mesmo setor, as quais têm o objetivo de atingir, com menores investimentos, um maior mercado consumidor. Como exemplo, pode-se citar o caso da Volkswagen e da Ford que, na década de 1980, formaram a Autolatina para gerenciar trocas de componentes entre as fábricas. Dessa associação, surgiram automóveis híbridos, com peças compartilhadas entre modelos das duas montadoras.  As transnacionais agem dessa forma para controlar suas subsidiárias em diferentes países.

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    *Cartel
    É uma associação entre empresas de um mesmo setor, de modo a conseguir controlar o mercado. As empresas se organizam em forma de sindicatos e mantêm sua autonomia completa, ou seja, não se fundem. Dividem os mercados em territórios, controlam os preços de venda, possuem acordo de volume de produção e têm controle sobre as matérias-primas.  

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    *Joint venture
    É uma união de risco entre empresas de nacionalidades ou de regiões diferentes, mas do mesmo ramo de produção, que têm como objetivo operar em um mesmo mercado e dividir o lucro.  

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    Taylorismo e fordismo
    No taylorismo, controlavam-se os movimentos e o tempo para a execução das tarefas com a finalidade de aumentar a produtividade das linhas de produção. O trabalhador passou a realizar procedimentos repetitivos e especializados, para os quais foi treinado. Depois de uma aprendizagem rápida, ele funcionava como uma máquina, e o trabalho manual foi reduzido a gestos e movimentos. O trabalho intelectual era realizado separadamente pelos dirigentes e funcionários mais qualificados, ou seja, o planejamento era separado da execução. Henry Ford utilizou as ideias de Taylor e inovou o processo produtivo ao inserir esteiras rolantes nas  linhas de montagem.  Esse sistema, largamente utilizado em todo o mundo, é conhecido como fordismo e pode ser resumido na frase “produção em massa, consumo em massa”. Ele é marcado pela concentração industrial, especialização da mão de obra e produção em série. O crescimento da produtividade era acompanhado pelo aumento dos salários, visando a estimular o consumo e, consequentemente, a produção. Para Henry Ford, produzir em larga escala demandava o consumo em massa, e isso só se tornaria possível com a redução dos preços e com o aumento dos salários  dos funcionários. Ford acreditava que seus empregados representavam um mercado consumidor potencial, e, para que pudessem adquirir os automóveis produzidos, aumentava o valor dos salários de modo a fazer com que se tornassem aptos a realizar compras.

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    Just in Time e Toyotismo
    Just in Time buscava a rápida adaptação às variações de mercado. Isso aumentou a flexibilidade do processo produtivo. Produzia apenas o que o mercado solicitava, no momento necessário. Custos baixos e alta produtividade. Eliminação dos estoques, dos defeitos, da burocracia e da perda de tempo na linha de produção. Derivando do JiT e acentuando-o ainda mais, surgiu o toyotismo, que busca a Qualidade Total 5S: Senso de Organização, Senso de Utilização, Senso de Limpeza, Senso de Saúde e Senso de Autodisciplina. O toyotismo busca flexibilizar o processo produtivo como forma de atingir elevada produtividade e lucro. As vantagens apresentadas pelas linhas de montagem toyotista levaram muitas empresas a substituírem o modelo introduzido por Henry Ford. 

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