Caras-Pintadas
Todavia, a popularidade do presidente jovem, moderno, “honesto” e “caçador de marajás” foi desbancada e começou a ser revelada após entrevista de seu irmão para a Revista Veja, em maio de 1992, que delatou os esquemas de corrupção (Esquema Faria) no qual estavam envolvidos o Presidente Collor e seu tesoureiro Paulo César Faria. Diante disso, começou o processo de investigação sobre as ações do presidente, acusado de desviar verbas, pagar gastos pessoais com cheques emitidos por empresas fantasmas. Assim foi aberto uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) afim de investigar as acusações que cada vez mais manchavam a figura do presidente. Em agosto de 1992, Collor foi deposto tendo seus direitos políticos vetados. Nesse contexto de insatisfação popular, os estudantes resolveram se organizar no começo dos anos 90, para depor o presidente. Note que os estudantes sofreram muitas torturas, mortes e censuras durante o período da ditadura no país, sendo figuras que estavam centralizadas na União Nacional dos Estudantes (UNE) e na União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (UBES), os quais lutavam desde os anos 80, pela democracia, fim da censura, da corrupção.Em 29 de maio de 1992, aconteceu a primeira reunião organizada dos estudantes com o intuito de discutir a situação política do país e combinar quais ações seriam tomadas. Durante alguns dias do mês de agosto de 1992, o movimento dos caras pintadas, que adquiria cada vez mais adeptos, representou um marco de protesto contra a corrupção na política no país.Com as cores da bandeira nacional estampada em seus rostos, os estudantes e a população descontentes, se reúnem em frente do Museu de Arte de São Paulo, dia 11 de agosto, cerca de 10 mil pessoas estavam presentes. Por conseguinte, dia 16 de agosto, as capitais do Brasil, invadidas por passeatas, reuniram muitas pessoas que representavam o luto do país, utilizando roupas pretas, e ficou conhecido como “domingo negro”. Isso ocorreu porque um dia antes, Fernando Collor proferiu um discurso sobre suas ações e propôs que, durante os próximos dias os brasileiros que estavam ao lado dele, utilizassem roupas da cor nacional (verde e amarelo). Assim, o resultado corroborou sua figura de criminoso e corrupto, além da insatisfação generalizada da população, cujas pessoas saíram às ruas vestindo preto em forma de protesto, com o objetivo central de promover o Impeachment de Collor.