Planejamento profissional ou pessoal: como estruturar um plano de ação?
No mundo profissional do marketing digital, é fácil perder o controle do seu desenvolvimento técnico. São tantos certificados, ferramentas e hard skills necessários, que acaba sendo difícil manter o foco. É comum que se troque o objeto de estudo muito antes de atingir o nível de conhecimento desejado, ou mesmo de adquirir uma certificação necessária. Tudo se atualiza muito rápido, e a atenção pode ficar constantemente dividida.
Dentro desse contexto, é natural que se pergunte: Como essa situação pode ser resolvida? Como manter o controle de seu progresso técnico e profissional e atingir seus objetivos?
Já ouviu falar no famoso plano de ação? É uma ferramenta utilizada para planejamento e garantia de evolução dentro de uma meta. Essa Soft Skill, que serve tanto para desenvolvimento pessoal como profissional, possui uma metodologia própria. Este artigo procura trazer informações relevantes para a elaboração de um bom plano de ação, assim como fatores da neurociência que possuem forte relevância para compreender o funcionamento do planejamento e do controle motivacional.
Quer estruturar seu crescimento profissional ou mesmo planejar o novo ano? Descubra que o plano vai muito além de uma lista de resoluções.
O momento
Todo processamento de informação passa por uma seleção para se tornar uma memória. Nessa condição, antes de chegar ao Neocórtex (parte do cérebro que analisa e processa informações), as informações passam pelo Sistema Límbico (parte do cérebro que processa as emoções).
O que isso significa?
Nossas emoções têm forte influência nas percepções e análises que fazemos, e têm forte impacto no controle motivacional. Elas têm impacto direto na nossa escolha de prioridades, do que consideramos importante, no que pode ser uma barreira e principalmente na percepção interna da crença de que vamos ser bem sucedidos.
O que isso tem a ver com o plano de ação?
Já tentou elaborar um plano de ação no momento em que tudo dá errado? Complicado. A crença de que não vamos conseguir atrapalha na elaboração clara daquilo que é possível e do que não é. Precisamos estruturar um plano num momento de tranquilidade. É necessário entender como nos sentimos em relação ao desafio que estamos enfrentando, para que as emoções não entrem no caminho.
Muitas vezes a sensação forte que temos em relação a um desafio, independente de qual seja, pode nublar nossa percepção do que de fato conseguimos fazer ou não. Quando isso acontece, é mais difícil de criar metas realistas, e de se manter motivado para de fato executar o plano.
E quando deu tudo errado e precisamos fazer uma nova elaboração?
Com certeza essa não é a hora certa. Se for muito urgente, saia para dar uma volta e respire. Quando estiver na medida do possível mais calmo, retorne. Quando estruturamos um plano para superar um desafio que desencadeia fortes gatilhos de sabotagem, ou que está atrelado a fortes memórias negativas, um olhar atento às emoções se torna ainda mais importante.
Você sabia que o cérebro opera em dois sistemas?
Para Daniel Kahneman, psicólogo renomado, o cérebro opera em dois sistemas: o Sistema 1 e o Sistema 2. O Sistema 1 é um sistema instintivo, que toma controle do nosso cérebro quando nos sentimos ameaçados. O Sistema 2 é o sistema racional, que nos opera quando estamos calmos e conscientes.
Por que isso é importante?
Para a estruturação de um plano de ação, é necessário operar no Sistema 2, pois é uma atividade que envolve visão a longo prazo, e este é responsável pelo comportamento de planejamento. Em situações de stress e alerta é natural para o cérebro assumir o Sistema 1, por questões instintivas de sobrevivência. Tomar decisões de longo prazo, operando num sistema que não é adequado para isso, pode comprometer o seu plano.
Logo, o momento em que o plano é estruturado é de suma importância para garantir a operação do Sistema 2 no momento da elaboração. Sabe aquela hora que tudo deu errado e suas frustrações te levam a querer resolver toda a sua vida, a longo prazo, naquele exato momento? Evite a auto sabotagem. Essa não é hora de planejamento.
O Processo
Consultando textos e cursos de Coaching, podemos abstrair as seguintes informações. A construção do plano de ação é feita a partir de perguntas. O processo como um todo pode ser estruturado a partir das seguintes indagações:
1 – Ponto A → Ponto B
Primeiramente é necessário estabelecer algumas definições. Considere onde você está agora o Ponto A. E onde você quer chegar, o Ponto B. Tudo começa com a seguinte questão:
2 – O que eu preciso fazer para chegar do Ponto A ao Ponto B?
Estruture a resposta dessa questão em macro ações. Quanto mais distante ou complexo o caminho entre os dois pontos, mais ações serão necessárias. As macro ações podem dizer respeito a valores, ou sentimentos que sirvam como indicadores de que você chegou no Ponto B. Lembrando que o que cada um considera sucesso na tarefa possui cunho subjetivo, nunca vai ser igual, e tudo bem se nesse ponto do processo aparecerem metas aparentemente não mensuráveis como “me sentir reconhecido”. Algumas pessoas declaram situações como “se sentir confortável no ambiente de trabalho”, ou mesmo “conseguir tomar o drink da vitória”, um passo necessário.
3 – Fazer um Roadmap : o que preciso fazer de concreto para sentir que cheguei lá?
Quebre as macro ações em pequenas ações mensuráveis e estabeleça prazos. Estabeleça objetivos claros. Com estes recursos fica mais fácil de avaliar seu desempenho desse processo, de modo a evitar procrastinações e grandes desvios de rota.
4 – Descrever com clareza o propósito de chegar ao ponto B : por que chegar lá é importante para mim?
Sem clareza de propósito, é fácil perder a motivação. Quando o que fazemos diariamente não faz mais sentido, esquecemos de onde poderíamos chegar um dia. A ferramenta para manter o foco é a lembrança constante do sentido de tudo o que está planejando.
É importante mapear o que você ganha conseguindo seu objetivo final ou não, e o que você perde também em ambos os casos. Essa é uma variável que pode mudar ao longo do tempo, portanto avalie a relevância das suas metas constantemente para entender se seu propósito ainda faz sentido pra você depois de certo tempo.
5 – Identificação de sabotadores : o que me impediria de chegar lá?
Se conhecer é sempre muito importante. Identifique o que pode te impedir de realizar sua meta final e as intermediárias. Lembrando que sabotadores podem ser internos e externos. Avalie o que pode ser feito para contê-los.
6 – Avaliação e mensuração de resultado: o quão perto estou do meu objetivo?
É imprescindível constante avaliação e mensuração de desempenho. Se não está dando certo, talvez não tenha escolhido a melhor abordagem para o contexto. Nessas situações, é possível identificar o que está te travando e desenhar novas trajetórias e possibilidades.
Seguindo esses passos, é possível atingir um nível de planejamento estruturado com foco em economia de tempo.
Lembre-se: o tempo é uma questão de prioridade. Se você priorizar sempre as mesmas coisas, sentirá que nunca tem tempo para as outras. Mas esse é um assunto que precisa ser abordado no primeiro capítulo:
1 - Gestão de Tempo!