Diferenciais das escolas inovadoras
(...) As escolas e universidades que nos mostram novos caminhos destacam, no seu projeto político-pedagógico e na sua implementação, alguns componentes importantes que coincidem no essencial, embora com ênfases diferentes. Ambientes institucionais e pessoais abertos e acolhedores As instituições educacionais inovadoras são espontânea e acolhedoras, interna e externamente, com gestores, docentes e estudantes interagindo de forma espontânea e produtiva. Os estudantes são o centro da escola. A filosofia que orienta as ações pedagógicas é a de construir diariamente uma “grande escola para os estudantes”, com a convicção de que estes são capazes de fazer coisas incríveis, de que são capazes de aprender de verdade, e de que docentes e gestores utilizarão todas as técnicas e oportunidades possíveis para consegui-lo. Os espaços são transparentes, flexíveis, coloridos, atraentes, diferenciados. Predomina um clima de efervescência, de energia empreendedora, com estudantes muito ativos, realizando projetos, apresentações, debates em locais que se reconfiguram rapidamente, dependendo da necessidade. Os alunos estão ativos, em alguns momentos sozinhos, noutras em grupo; professores circulam, não estão na frente. Todos se sentem acolhidos e partícipes, em todos os espaços, momentos e situações, de um projeto comum e compartilhado, em que podem manifestar-se, interagir, contribuir, questionar. Os professores conversam muito entre si, planejam os roteiros de aprendizagem e projetos juntos, e avaliam continuamente o processo e os resultados.3 Os espaços arquitetônicos refletem esse grau de abertura, saindo do espaço retangular fechado convencional. Os espaços físicos e digitais são abertos, compartilhados (entre todos os participantes: gestores, professores, alunos – e também com a comunidade externa). Há muitos espaços maker, de experimentação, de programação, de trabalho com materiais simples e complexos. Divulgam-se as melhores práticas e contribuições.4 São escolas abertas para o bairro, a cidade e o mundo. Os estudantes têm bastantes atividades externas. Em algumas, desenvolvem seus sonhos individuais fora da escola durante semanas e trazem as aprendizagens para compartilhá-las com colegas e docentes posteriormente. Outro diferencial é a importância do contato uma troca rica com o entorno, não só para conhecê-lo, mas para contribuir com soluções reais, um contato com a vida, com a cidade, com o mundo (redes, comunidades), com as áreas profissionais desde o começo; rico. É a escola-serviço, onde os alunos aprendem em convívio com a comunidade e desenvolvem projetos que beneficiam essa mesma comunidade. Não se trata de uma saída apenas para conhecer o mundo, mas também para modificá-lo.(...)
MORAN, J. Como transformar nossas escolas Novas formas de ensinar a alunos sempre conectados. Disponível em: . Acesso em: 25 out. 2022.