ASPIRAÇÃO ENDOTRAQUEAL EM PACIENTES ENTUBADOS OU TRAQUESTOMIZADOS
1. OBJETIVO
Este procedimento tem com objetivo padronizar a aspiração endotraqueal em sistema aberto ou fechado em pacientes entubados / traqueostomizados do Hospital Universitário Regional dos Campos Gerais.
2. SETORES ENVOLVIDOS
NUCIH;
SCSEN;
SCTAS.
3. PROCEDIMENTO
3.1 Procedimento
Preparar o material utilizado e mantê-lo próximo ao paciente;
Higienizar as mãos conforme PPH001;
Avaliar o paciente e escolher calibre adequado da sonda de aspiração;
Explicar o procedimento ao paciente/acompanhante;
Solicitar, em caso de presença de acompanhante, que aguarde fora do recinto, e após término do procedimento comunicar o mesmo;
Realizar ausculta pulmonar;
Montar e testar aspirador;
Solicitar auxílio de outro profissional;
Colocar EPI’s;
Manter cabeceira elevada entre 30º e 45º, exceto em casos de contra indicação clínica;
Garantir que pressão do cuff encontra-se entre 20 e 25 cmH2O;
Oferecer oxigênio em alto fluxo (15l/min) em ambú conforme necessidade do paciente;
Programar respirador para modo de aspiração assistida, e aguardar ciclo de hiperoxigenação para iniciar o procedimento, em caso de pacientes em uso de VM;
Observar simultaneamente o padrão respiratório, saturação de oxigênio e a monitorizarão cardíaca;
Proceder aspiração conforme técnicas a seguir:
Sistema Aberto
Proteger olhos do paciente, para evitar contaminação;
Colocar sobre o tórax do paciente compressa estéril a fim de evitar contaminação do sistema de aspiração;
Abrir a embalagem da sonda de aspiração estéril e conectá-la à extremidade da extensão sem contaminá-la;
Manter a sonda na embalagem até o momento da aspiração;
Calçar luva plástica estéril na mão dominante, seguindo técnica asséptica;
Segurar sonda na região próxima a conexão com o látex com a mão dominante, de forma estéril, e com a mão não dominante retirar o pacote da mesma, ou solicitar que outro profissional o faça;
Segurar a sonda com a mão dominante e com a outra mão ligar o aspirador ou solicitar que outro profissional o faça;
Solicitar que um segundo profissional desconecte o respirador em caso de pacientes em uso de VM, fazendo previamente a desinfecção da conexão entre o tubo e o filtro de barreira friccionando gaze ou algodão embebido em álcool 70% por 30 segundos;
Introduzir com a mão dominante a sonda de aspiração no TOT na fase inspiratória,até encontrar resistência ou o paciente apresentar reflexo de tosse, mantendo a extensão pressionada, com a mão não dominante, em caso de pacientes entubados. Introduzir a sonda em traqueostomia até encontrar resistência ou então o paciente apresentar reflexo de tosse, em caso de pacientes traqueostomizados.
Despressionar a extensão para criar sucção, ou em caso de sonda de aspiração com válvula, tampar com polegar da mão não dominante a válvula da sonda a fim de criar sucção.
Instilar SF 0,9% ou água destilada estéril, em caso de presença de secreção espessa;
Retirar a sonda lentamente;
Sistema fechado:
Conectar a extensão a sonda do sistema fechado;
Destravar sucção da sonda puxando a trava de segurança para cima e girando-a;
Inserir sonda de aspiração no TOT até numeração de sonda coincidir com a numeração da rima labial;
Pressionar trava de segurança para baixo criando sucção;
Tracionar a sonda de aspiração lentamente;
Injetar água destilada ou SF 0,9% com seringa estéril em conector especifico da sonda, em caso de presença de secreção espessa;
Lavar sonda de aspiração com água destilada estéril, injetando-a em conector especifico após término do procedimento;
Puxar para cima e girar a trava de segurança, para travar o sistema.
-Dar seqüência ao procedimento da seguinte maneira:
Realizar a aspiração no tempo máximo de 15 segundos;
Conectar o paciente ao ventilador mecânico se o paciente estiver em uso deste;
Aspirar tubo endotraqueal ou traqueostomia novamente, se necessário, respeitando o ciclo de hiperoxigenação pós aspiração, se em uso de VM, ou após estabilização do paciente;
Suspender a aspiração e ventilar o paciente quando ocorrer extra-sístole, inversão ou achatamento da onda T, arritmias, cianose, sangramento ou queda de saturação de oxigênio;
Aspirar cavidade nasal se necessário, utilizando técnica asséptica;
Aspirar cavidade oral, e se necessário realizar higiene oral conforme PPH;
Desprezar a sonda de aspiração;
Avaliar fixação de TOT / traqueostomia e trocar se necessário
Lavar a extensão do aspirador com água;
Desligar aspirador;
Proteger a extensão com uma gaze estéril e/ ou embalagem da sonda;
Realizar ausculta pulmonar após aspiração;
Desprezar secreção aspirada conforme PPH;
Manter o ambiente em ordem;
Deixar o paciente confortável;
Descartar material conforme PGRSS;
Higienizar as mãos conforme PPH001;
Anotar no prontuário aspecto e quantidade de secreção aspirada, reações e intercorrências e horário do procedimento.
3.2 Materiais
Bandeja;
01 luva estéril;
Luvas de procedimento;
Luva plástica estéril;
Sondas de aspiração de calibre adequado;
Ambú conectado em rede de O2 ;
Látex ou silicone;
Saco plástico pequeno;
Aspirador de parede ou elétrico;
Máscara facial;
Óculos de proteção;
Avental de manga longa.
Copo descartável com água.
Estetoscópio;
Gaze estéril;
Ampola de 10 mL de Soro Fisiológico 0,9% ou água destilada estéril;
Compressa estéril;
Seringa de 10 mL;
Agulha 40x12.
3.3 Fatores de risco
Biológico;
Físico;
Ergonômico.
4. DEFINIÇÕES
NUCIH: Núcleo de Controle de Infecção Hospitalar;
SCSEN: Chefia de enfermagem;
SCTAS: Seção Técnica Assistencial;
FIO2: Fração de oxigênio inspirado;
PGRSS: Programa de Gerenciamento de Resíduos de Serviço de Saúde;
ML: mililitro;
EPI’s: equipamentos de proteção individual.
TOT: Tubo Orotraqueal
VM: Ventilação Mecânica
5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
DIEPENBROCK, N. H. Cuidados Intensivos. Guanabara Koogan, Rio de Janeiro, 2005;
MOZACHI, N. et. al. O hospital: manual do ambiente hospitalar. 3ª ed. Curitiba: Os Autores, 2009.