Virtuaulas 2: Língua e linguagem Public

Virtuaulas 2: Língua e linguagem

Sofia Araújo
Course by Sofia Araújo, updated more than 1 year ago Contributors

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MÓDULO 2 Este curso destina-se a qualificar alunos do ensino fundamental a utilizar a norma culta da Língua Portuguesa cotidianamente, conduzindo-os a uma compreensão ampla e significativa de diversos recurso da língua.

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LÍNGUA E LINGUAGEM      É preciso distinguir o significado e a abrangência dessas duas palavras: linguagem e língua. Apesar de serem próximas, elas expressam conceitos distintos nos estudos linguísticos. Confira: linguagem: faculdade de comunicação, habilidade inata de comunicar-se; língua: conjunto de palavras e regras por meio das quais os seres humanos se comunicam; idioma; é uma forma de linguagem.    O ser humano tem a capacidade inata de comunicação, ou seja, tem habilidade natural de comunicar-se, o que pode fazer por meio de gestos, ações e sons (palavras, assobios etc.). Para interagir em sociedade, são utilizados recursos os mais diversos recursos de expressão. Por exemplo, quem quer chamar a atenção de um colega que está sentado na carteira à frente, em sala de aula, pode proceder de diversas maneiras: cutucar a pessoa; falar com a pessoa (chamar seu nome); assobiar (ou fazer outro ruído, como "psiu"); jogar algum objeto na pessoa (uma bolinha de papel); repassar um bilhete à pessoa.    Todas essas são formas de expressão; portanto, são recursos de linguagem, que servem à intenção mencionada, a de chamar o colega.    Observe que linguagem é um conceito abrangente. Por isso, distinguimos linguagem verbal e linguagem não verbal. Confira: linguagem verbal: forma de comunicação que implica o uso de palavras; linguagem não verbal: forma de comunicação em que não se utilizam palavras.   Linguagem não verbal    As formas de linguagem não verbal são diversas, considere as seguintes: gestual - consiste nos gestos que expressão informações ou intenções, como apontar o dedo indicador, balançar a cabeça na horizontal ou na vertical. ações e atitudes - consistem nos movimentos amplos do corpo por meio dos quais se pode expressar informações e intenções, como virar as costas a alguém,  expressão fisionômica e corporal - consistem nas posturas e articulações dos músculos da face por meio dos quais é possível expressar informações ou intenções, como piscar os olhos, torcer o nariz, cruzar os braços (em sinal de impaciência). sonora - consiste nos sons emitidos, mas que não caracterizam palavras, como o assobio para chamar a atenção de algum, os muxoxos e interjeições como "psiu".   Linguagem verbal    As formas de linguagem verbal são duas: a fala e a escrita, pois apenas em ambas é possível empregar palavras.   Observe que a língua, em sua natureza primordial, existe na modalidade falada. A escrita constitui uma sofisticação do uso da língua, que surge historicamente depois, como uma tecnologia de registro da fala.    Ocorre que, vivendo em grupo e sob determinadas condições socioculturais, grupos de indivíduos desenvolveram línguas próprias, ou seja, idiomas por meio dos quais se comunicam. Em sua estrutura básica, a língua é constituída por um conjunto de sons vocálicos agrupados em certas sequências que constituem palavras; essas palavras são agrupadas em frase em conformidade com regras específica. As palavras agrupam-se em frase e propiciam a troca de informações, impressões e conhecimentos de forma específica, na forma de textos. Em geral, utiliza-se as letras do alfabeto para registrar os idiomas na forma escrita, mas há línguas em que são utilizados outros tipos de símbolos gráficos.
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HABILIDADES DE USO DA LÍNGUA      Por definição, língua é " sistema de representação constituído por palavras e por regras que as combinam em frases que os indivíduos de uma comunidade linguística usam como principal meio de comunicação e de expressão, falado ou escrito" (Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa). Em outras palavras, denomina-se língua ao conjunto de palavras utilizadas por um grupo de indivíduos, as quais são relacionadas por meio de uma série de regras de ordenação e de significação.    Ao nascer, a criança tem contato com a língua de seus pais e familiares, adquirindo-a por por meio de interações espontâneas. Depois, ela compreende que existe um sistema que rege o emprego das formas linguísticas. Assim ela aprende a falar de forma autônoma e criativa, sendo capaz de elaborar frases inusitadas, e não apenas repetir as que ouviu. Não é à toa que as crianças "inventam" palavras e usam expressões não usuais.    Posteriormente, a criança aprende a escrever as palavras que fala, pelo processo de alfabetização. Nesse momento, ela já estará em contacto com as duas modalidades de uso da língua: a fala e a escrita.    Há línguas no mundo que só existem na modalidade oral, uma vez que os povos que as dominam não desenvolveram escrita. Os indígenas brasileiros, por exemplo, por ocasião do Descobrimento, constituíam sociedades ágrafas, ou seja, sociedades sem escrita (a = prefixo grego que significa "sem", "ausência" e grafo = registro ou escrita).    Dominar a fala e a escrita exige habilidades de compreensão e de expressão, que são adquiridas ao longo da vida e em face das vivências dos indivíduos. O conhecimento a respeito de uma língua é virtualmente infinito. Há sempre o que aprender, pois, além da quantidade de informações disponíveis, a língua passa por modificações ao longo do tempo. Você certamente já observou que muitas as palavras usadas pelos jovens são desconhecidas por pessoas mais velhas, e vice-versa — isso é prova da constante modificação da língua. Macro-habilidades de expressão: falar e escrever Macro-habilidades de compreensão: ouvir e ler
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Quiz

Questionário de verificação de aprendizagem referente ao módulo 2.
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Comunicação      A comunicação é um processo dinâmico que envolve a transmissão e a recepção de mensagens. Nos estudos de linguagem, existe uma teoria que explica o fluxo de comunicação entre as pessoas, descrevendo seus elementos, a qual é denominada teoria da comunicação.    Para que a comunicação se estabeleça, são necessários os seguintes elementos: mensagem: informação que se deseja transmitir. Corresponde ao conteúdo que se veicula no processo comunicativo; interlocutores: pessoas envolvidas no processo comunicativos. Distinguem-se dois tipos de interlocutores: o emissor (aquele que produz ou emite a mensagem, também denominado produtor) e o receptor (aquele que recebe a mensagem, que a capta);    Ao construir uma mensagem, é inevitável que o emissor escolha um código e um de canal que sejam de conhecimento do receptor; caso contrário, não haverá possibilidade de acesso, decodificação ou compreensão da mensagem.     Código é um sistema de símbolos haptos a representar informações. Equipara-se à linguagem utilizada pelo emissor. Por exemplo, para indicar a direção em que seu interlocutor deve seguir, o emissor pode falar "por aqui", gesticular (apontando o dedo) ou fazer expressões fisionômicas (mover o nariz ou os olhos).    Canal ou veículo é o meio pelo qual a mensagem codificada será transmita. Por exemplo, quem desejar mandar uma felicitação de aniversário para um amigo, terá à sua disposição os seguintes canais de comunicação: o telefone (mensagem oral), a carta, o cartão, o Facebook etc.      Observe também que toda comunicação acontece dentro de um contexto, o qual se referente ao momento e ao lugar em que o processo comunicativo acontece. Além disso, é preciso considerar o tipo de relação sociocultural existente entre os interlocutores, pois isso afeta a mensagem.
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Comunicação                                       Luis Fernando Veríssimo      É importante saber o nome das coisas. Ou, pelo menos, saber comunicar o que você quer. Imagine-se entrando numa loja para comprar um... um... como é mesmo o nome?    "Posso ajudá-lo, cavalheiro?"    "Pode. Eu quero um daqueles, daqueles..."    "Pois não?"    "Um... como é mesmo o nome?"    "Sim?"    "Pomba! Um... um... Que cabeça a minha. A palavra me escapou por completo. É uma coisa simples, conhecidíssima."     "Sim senhor."    "O senhor vai dar risada quando souber."    "Sim senhor."    "Olha, é pontuda, certo?"    "O quê, cavalheiro?"    "Isso que eu quero. Tem uma ponta assim, entende? Depois vem assim, assim, faz uma volta, aí vem reto de novo, e na outra ponta tem uma espécie de encaixe, entende? Na ponta tem outra volta, só que está e mais fechada. E tem um, um... Uma espécie de, como é que se diz? De sulco. Um sulco onde encaixa a outra ponta, a pontuda, de sorte que o, a, o negócio, entende, fica fechado. É isso. Uma coisa pontuda que fecha. Entende?"    "Infelizmente, cavalheiro..."    "Ora, você sabe do que eu estou falando."    "Estou me esforçando, mas..."    "Escuta. Acho que não podia ser mais claro. Pontudo numa ponta, certo?"    "Se o senhor diz, cavalheiro."    "Como, se eu digo? Isso já é má vontade. Eu sei que é pontudo numa ponta. Posso não saber o nome da coisa, isso é um detalhe. Mas sei exatamente o que eu quero."    "Sim senhor. Pontudo numa ponta."    "Isso. Eu sabia que você compreenderia. Tem?"    "Bom, eu preciso saber mais sobre o, a, essa coisa. Tente descrevê-la outra vez. Quem sabe o senhor desenha para nós?"    "Não. Eu não sei desenhar nem casinha com fumaça saindo da chaminé. Sou uma negação em desenho."    "Sinto muito."    "Não precisa sentir. Sou técnico em contabilidade, estou muito bem de vida. Não sou um débil mental. Não sei desenhar, só isso. E hoje, por acaso, me esqueci do nome desse raio. Mas fora isso, tudo bem. O desenho não me faz falta. Lido com números. Tenho algum problema com os números mais complicados, claro. O oito, por exemplo. Tenho que fazer um rascunho antes. Mas não sou um débil mental, como você está pensando."    "Eu não estou pensando nada, cavalheiro."    "Chame o gerente."    "Não será preciso, cavalheiro. Tenho certeza de que chegaremos a um acordo. Essa coisa que o senhor quer, é feito do quê?"    "É de, sei lá. De metal."    "Muito bem. De metal. Ela se move?"    "Bem... É mais ou menos assim. Presta atenção nas minhas mãos. É assim, assim, dobra aqui e encaixa na ponta, assim."     "Tem mais de uma peça? Já vem montado?"    "É inteiriço. Tenho quase certeza de que é inteiriço."    "Francamente..."    "Mas é simples! Uma coisa simples. Olha: assim, assim, uma volta aqui, vem vindo, vem vindo, outra volta e clique, encaixa."    "Ah, tem clique. É elétrico."    "Não! Clique, que eu digo, é o barulho de encaixar."    "Já sei!"    "Ótimo!"    "O senhor quer uma antena externa de televisão."    "Não! Escuta aqui. Vamos tentar de novo..."    "Tentemos por outro lado. Para o que serve?"    "Serve assim para prender. Entende? Uma coisa pontuda que prende. Você enfia a ponta pontuda por aqui, encaixa a ponta no sulco e prende as duas partes de uma coisa."    "Certo. Esse instrumentos que o senhor procura funciona mais ou menos como um gigantesco alfinete de segurança e..."    "Mas é isso! É isso! Um alfinete de segurança!"    "Mas do jeito que o senhor descrevia parecia uma coisa enorme, cavalheiro!"    "É que eu sou meio expansivo. Me vê aí um... um... Como é mesmo o nome?" Fonte: VERÍSSIMO, Luis Fernando. Comunicação. In: PARA gostar de ler, v.7. 3.ed. São Paulo: Ática, 1982. p. 35-37.
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FALAR BEM       A criança aprende a falar a partir de interações com os adultos, em um processo de imitação, que evolui para a percepção de regras e para o uso criativo. Não é à toa que a criança aprende qualquer língua a que for exposta, sendo capaz até de adquirir mais de um idioma de uma só vez. À medida que cresce, seu uso da língua vai se sofisticando, com a acréscimo de vocabulário e de estruturas sintáticas cada vez maiores e mais complexas.    O aprendizado da fala é um processo que dura a vida inteira, uma vez que é sempre possível qualificar a pronúncia e a estrutura do discurso oral. Com estudo, treino e boas leituras, é possível enunciar ideias , carregando-as de clareza, beleza, ênfase etc., conforme a intenção e o contexto.     Fazer bom uso da língua significa ser capaz de transmitir e compreender mensagens, realizando intenções comunicativas por meio da fala. Mas não só isso! Falar bem também implica empregar as formas linguísticas de acordo com as convenções e com um progressivo grau de sofisticação cultural. Por isso, é preciso reconhecer que, dentre as variações que a língua comporta, merece atenção a norma culta, com as regras gramaticais que a caracterizam. Um bom desempenho dependerá de atenção e aprofundamento dos estudos da norma culta.
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ESCREVER BEM      O aprendizado da escrita começa no momento em que uma pessoa tem contato com livros e outros suportes em que há símbolos gráficos convencionais, que, no caso da língua portuguesa, são as letras do alfabeto. Daí surge a percepção de que é possível registrar em determinados suportes (papel, tela de computador, muro etc.) as palavras que são ditas.    Conhecer as letras e associá-las na construção de palavras são os passos fundamentais do aprendizado da escrita. À medida que há desenvolvimento na aquisição da escrita, é preciso compor textos, com frases bem estruturadas e carregadas de sentido. A ordem das ideias também é fator importante na composição de textos bem como a noção de adequação (que nada mais é que a sensibilidade para decidir o que se deve ou não dizer em certas situações e em face de certas pessoas).    Da mesma forma como ocorre com a fala, há a língua na modalidade escrita comporta variações. No contexto da educação formal, é importante dominar a norma culta, o que proporcionará ao estudante o emp´regar de forma cada vez mais adequada e eficaz conhecimentos das áreas de: ortografia (emprego de letras); morfologia (estruturas da palavras) sintaxe (construção de enunciados, organizando as palavras); semântica (significado);    Para escrever bem não é preciso "ter talento", mas antes paciência, perseverança e foco. É importante não se ater apenas à literatura, pois a escrita serve a diversas outras áreas, onde não apenas a beleza importa, nas quais são relevantes outras características do texto, como clareza e concisão.
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VARIAÇÃO LINGUÍSTICA      Denomina-se variação de linguagem o fato de as pessoas selecionarem diferentes palavras e modos de dizer conforme     A língua é dinâmica, permitindo que
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