EDUCAÇÃO ESCOLAR INDÍGENA
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De acordo com o governo de São Paulo, a Secretaria da Educação atende em todo o Estado de São Paulo mais de 1,8 mil alunos de comunidades indígenas. Ao todo, são 40 unidades escolares com Educação Infantil, Ensino Fundamental Anos Iniciais e Anos Finais, Ensino Médio e Educação de Jovens e Adultos (EJA), voltadas a estudantes das etnias Guarani Nhandewa, Guarani Mbya, Terena, Krenak e Kaingang. O conteúdo aplicado nas salas de aula segue as diretrizes do Currículo do Estado de São Paulo com um diferencial, as disciplinas são trabalhadas de acordo com os conhecimentos de cada etnia e os educadores são indígenas que pertencem às aldeias em que as escolas estão locadas. O Núcleo de Inclusão Educacional (NINC) e o Núcleo de Educação Indígena (NEI) são os órgãos da Educação responsáveis por gerir políticas de inclusão para os alunos. Os núcleos integram a Coordenadoria de Gestão da Educação Básica (CGEB). Para mais curiosidades assista o vídeo, PRESERVANDO TRADIÇÕES NA SALA DE AULA.
Umas das principais diferenças da educação escolar indígena para a tradicional é que: o quadro de professores é exclusivamente de indígenas, visando assim fortalecer sua cultura e tendo domínio total da realidade de cada aluno. O professor contendo o conhecimento prévio e toda a experiencia consegue dar mais significado a aula, aplicando ao cotidiano do aluno a língua materna, introduzindo o idioma em diferente circunstancias e durante as aulas, matemática e português, sempre buscando exemplos de acordo da realidade dos Aluno. Durante as aulas o professor busca intercalar os diálogos com os dois idiomas, terena e português, para que a associação seja mais simples e que as crianças consigam aprender de praticando e constantemente, pois os anos são multisseriados; Por esse motivo as atividades práticas são muito visadas, os alunos integram gradativamente os assuntos ao decorrer do ano, umas dessas práticas é a visita dos anciões, o propósito é aprender com as experiencias e conhecimento adquirido por eles durante os anos.
A cultura é muito importante, conhecer a origem e tradições influenciará muito no desenvolvimento educacional do aluno, pois muitas das aulas se baseiam nisso; Quais os mitos, ritos e contos que originaram o povo terena, durante as aulas apreendem sobre suas práticas e significados, como a dança, as comidas típicas também são um meio de fornecer o conhecimento da cultura, desde os ingredientes ao modo de preparo.
De acordo com Silva (2001, p.96), “quando a escola foi implantada em área indígena, as línguas, a tradição oral, o saber e a arte dos povos indígenas foram discriminados e excluídos da sala de aula. A função da escola era fazer com que os índios desaprendessem as suas culturas e deixassem de ser índios”. Criou-se uma distancia significativa entre o plano do discurso sobre a educação escolar indígena proposta e a prática escolar nas aldeias.
Com esse curso esperamos que mais pessoas se familiarizem com a cultura e o meio escolar, contamos com seu empenho e participação durante essas quatros semanas, boas aulas.
Links uteis:
PRESERVANDO TRADIÇÕES NA SALA DE AULA: Políticas inclusivas para alunos de comunidades indígenas são desenvolvidas na rede de ensino paulista https://www.educacao.sp.gov.br/educacao-escolarindigena
Revisão bibliográfica:
SILVA, A. L., FERREIRA, M. K. L. (orgs.). Antropologia, história e educação: a questão indígena e a escola. São Paulo: Global, 2001.