Específicas UVA 2016.1 .:LÍNGUA PORTUGUESA:.

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Específicas UVA 2016.1
roney1222
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Zusammenfassung der Ressource

Frage 1

Frage
TEXTO PARA AS PRÓXIMAS 3 QUESTÕES: Os moradores do casarão (...) 1 Consultando o relógio de parede, que bate as horas num gemer de ferros, ela chama uma das pretas, para que lhe traga a chaleira com água quente. Toma banho dentro da bacia no quarto, cujos tacos já estão podres. Demora-se sentada no banco de madeira com medo da corrente de ar, os cabelos soltos e os ombros protegidos pela toalha. 2 A única amiga que a visita diz que a vida dela dá um romance. O casarão. A posição social de outrora. A educação dela: o piano, a aula particular de francês, o curso de pintura com irmã Honorine. Tudo se foi acabando. Os mortos são retratos no alto das paredes. Galeria de retratos, o do pai, imponente, o cabelo partido ao meio, certa ironia nos olhos, ao tempo em que foi secretário de estado e diretor do grande hospital. Foi por esse tempo que ela se casou com o bacharel recente. As tias fizeram oposição forte. Aquelas tias magras, de nervuras nos pescoços, as blusas de colarinho de renda, os bandós. A mais renitente delas era tia Matilda. A sobrinha merecia coisa melhor, homem já projetado na vida, com carreira feita, que a família era nobre, quisessem ou não: vinha de boa cepa portuguesa, com barão na origem. O moço era filho de comerciante, com pequena loja de tecidos: 3 - E um menino! Em começo de vida. 4 Mas casaram. Foi decidido que ficassem no casarão, que dava para todos, e ninguém queria separar-se de Violeta, que tinha muitas mães, todas mandando nela. Violeta, governada, sem vontade própria, como se ainda fosse menina, ouvindo uma e outra: 5 - Estou bem com este vestido? 6 A nervura das tias: 7 - Horrível! Ponha o de organdi. 8 Ela voltava ao grande quarto, de forro alto, e mudava a roupa na frente do marido, marginalizado e em silêncio. Concessão maior só do pai, que era meio boêmio, apreciava uma roda de cerveja e de pôquer. O pai soltava gargalhada na cadeira de balanço e garantia ao genro que aquelas velhas, e a própria mulher dele, eram doidas. 9 A pressão. O 1reparo para qualquer deslize tolo ou gafe: 10 - Filho de comerciante. 11 E Violeta, que nunca teve filhos, engordava, lambia os dedos e os beiços untados de manteiga. Muita banha, preguiça de sair de casa, uma ou outra nota no piano de cauda, com o jarro de flores, onde as moscas dormiam e cagavam. 12 Veio o desquite. O marido mudou-se para São Paulo. Fez carreira brilhante, é advogado de prestígio e, faz muito tempo, vive com a outra. Mas fixou pensão para a mulher e escrevia-lhe, talvez por pena dela: a gordura disforme. Foram cartas que raramente recebeu, e uma ou outra que ela própria tivesse escrito, tia Matilda, a renitente, tomava do jardineiro, lia e rasgava. 13 Quando essa tia morreu, porque afinal todos morreram, Violeta encontrou no quarto dela dentro da gaveta da cômoda, lá no fundo, algumas dessas cartas do marido, amarradas com o fitilho. Trancou-se, leu-as à luz do abajur e chorou. 14 O casarão, com a torre, é ninho de morcegos, que voejam na tarde. Tudo é silêncio. O gradil do muro, enferrujado. Secou a fonte, onde o vento rodopia folhas mortas. De resistente apenas a hera, que sobe pelas velhas paredes, uma ou outra vez aguada por Seu Vicente, jardineiro, ou pela preta mais nova, também cria da família. 15 A única amiga que a visita volta a assegurar que a vida dela dá um romance. 16 - Acho que sim. 17 E Violeta se levanta, pesada, envolvida no cachecol, para fechar a janela por onde vem a corrente de ar e já se aproxima a noite. (MOREIRA CAMPOS, José Maria. Dizem que os cães veem coisas. Fortaleza: Edições UFC, 1987) Assinale a alternativa que apresenta a sequência correta em relação ao valor sintático-semântico dos verbos destacados na frase abaixo. Tia Matilda SENTIU1 o vento, OLHOU2 as folhas secas e CAMINHOU3 em silêncio.
Antworten
  • 1ação / 2processo / 3processo
  • 1processo / 2ação / 3estado
  • 1processo / 2ação / 3ação
  • 1estado / 2estado / 3processo

Frage 2

Frage
Os moradores do casarão (...) 1 Consultando o relógio de parede, que bate as horas num gemer de ferros, ela chama uma das pretas, para que lhe traga a chaleira com água quente. Toma banho dentro da bacia no quarto, cujos tacos já estão podres. Demora-se sentada no banco de madeira com medo da corrente de ar, os cabelos soltos e os ombros protegidos pela toalha. 2 A única amiga que a visita diz que a vida dela dá um romance. O casarão. A posição social de outrora. A educação dela: o piano, a aula particular de francês, o curso de pintura com irmã Honorine. Tudo se foi acabando. Os mortos são retratos no alto das paredes. Galeria de retratos, o do pai, imponente, o cabelo partido ao meio, certa ironia nos olhos, ao tempo em que foi secretário de estado e diretor do grande hospital. Foi por esse tempo que ela se casou com o bacharel recente. As tias fizeram oposição forte. Aquelas tias magras, de nervuras nos pescoços, as blusas de colarinho de renda, os bandós. A mais renitente delas era tia Matilda. A sobrinha merecia coisa melhor, homem já projetado na vida, com carreira feita, que a família era nobre, quisessem ou não: vinha de boa cepa portuguesa, com barão na origem. O moço era filho de comerciante, com pequena loja de tecidos: 3 - E um menino! Em começo de vida. 4 Mas casaram. Foi decidido que ficassem no casarão, que dava para todos, e ninguém queria separar-se de Violeta, que tinha muitas mães, todas mandando nela. Violeta, governada, sem vontade própria, como se ainda fosse menina, ouvindo uma e outra: 5 - Estou bem com este vestido? 6 A nervura das tias: 7 - Horrível! Ponha o de organdi. 8 Ela voltava ao grande quarto, de forro alto, e mudava a roupa na frente do marido, marginalizado e em silêncio. Concessão maior só do pai, que era meio boêmio, apreciava uma roda de cerveja e de pôquer. O pai soltava gargalhada na cadeira de balanço e garantia ao genro que aquelas velhas, e a própria mulher dele, eram doidas. 9 A pressão. O 1reparo para qualquer deslize tolo ou gafe: 10 - Filho de comerciante. 11 E Violeta, que nunca teve filhos, engordava, lambia os dedos e os beiços untados de manteiga. Muita banha, preguiça de sair de casa, uma ou outra nota no piano de cauda, com o jarro de flores, onde as moscas dormiam e cagavam. 12 Veio o desquite. O marido mudou-se para São Paulo. Fez carreira brilhante, é advogado de prestígio e, faz muito tempo, vive com a outra. Mas fixou pensão para a mulher e escrevia-lhe, talvez por pena dela: a gordura disforme. Foram cartas que raramente recebeu, e uma ou outra que ela própria tivesse escrito, tia Matilda, a renitente, tomava do jardineiro, lia e rasgava. 13 Quando essa tia morreu, porque afinal todos morreram, Violeta encontrou no quarto dela dentro da gaveta da cômoda, lá no fundo, algumas dessas cartas do marido, amarradas com o fitilho. Trancou-se, leu-as à luz do abajur e chorou. 14 O casarão, com a torre, é ninho de morcegos, que voejam na tarde. Tudo é silêncio. O gradil do muro, enferrujado. Secou a fonte, onde o vento rodopia folhas mortas. De resistente apenas a hera, que sobe pelas velhas paredes, uma ou outra vez aguada por Seu Vicente, jardineiro, ou pela preta mais nova, também cria da família. 15 A única amiga que a visita volta a assegurar que a vida dela dá um romance. 16 - Acho que sim. 17 E Violeta se levanta, pesada, envolvida no cachecol, para fechar a janela por onde vem a corrente de ar e já se aproxima a noite. (MOREIRA CAMPOS, José Maria. Dizem que os cães veem coisas. Fortaleza: Edições UFC, 1987) Marque V ou F, conforme seja verdadeiro ou falso o que se afirma acerca do emprego das palavras NERVURAS (par. 2) e NERVURA (par. 6). ( ) NERVURA equivale a nervosismo. ( ) NERVURAS é uma referência metafórica a rugas. ( ) NERVURA caracteriza um estado comum às tias. A sequência correta, de cima para baixo é:
Antworten
  • F - F - V
  • F - V - F
  • V - F - F
  • V - V - V

Frage 3

Frage
Os moradores do casarão (...) 1 Consultando o relógio de parede, que bate as horas num gemer de ferros, ela chama uma das pretas, para que lhe traga a chaleira com água quente. Toma banho dentro da bacia no quarto, cujos tacos já estão podres. Demora-se sentada no banco de madeira com medo da corrente de ar, os cabelos soltos e os ombros protegidos pela toalha. 2 A única amiga que a visita diz que a vida dela dá um romance. O casarão. A posição social de outrora. A educação dela: o piano, a aula particular de francês, o curso de pintura com irmã Honorine. Tudo se foi acabando. Os mortos são retratos no alto das paredes. Galeria de retratos, o do pai, imponente, o cabelo partido ao meio, certa ironia nos olhos, ao tempo em que foi secretário de estado e diretor do grande hospital. Foi por esse tempo que ela se casou com o bacharel recente. As tias fizeram oposição forte. Aquelas tias magras, de nervuras nos pescoços, as blusas de colarinho de renda, os bandós. A mais renitente delas era tia Matilda. A sobrinha merecia coisa melhor, homem já projetado na vida, com carreira feita, que a família era nobre, quisessem ou não: vinha de boa cepa portuguesa, com barão na origem. O moço era filho de comerciante, com pequena loja de tecidos: 3 - E um menino! Em começo de vida. 4 Mas casaram. Foi decidido que ficassem no casarão, que dava para todos, e ninguém queria separar-se de Violeta, que tinha muitas mães, todas mandando nela. Violeta, governada, sem vontade própria, como se ainda fosse menina, ouvindo uma e outra: 5 - Estou bem com este vestido? 6 A nervura das tias: 7 - Horrível! Ponha o de organdi. 8 Ela voltava ao grande quarto, de forro alto, e mudava a roupa na frente do marido, marginalizado e em silêncio. Concessão maior só do pai, que era meio boêmio, apreciava uma roda de cerveja e de pôquer. O pai soltava gargalhada na cadeira de balanço e garantia ao genro que aquelas velhas, e a própria mulher dele, eram doidas. 9 A pressão. O 1reparo para qualquer deslize tolo ou gafe: 10 - Filho de comerciante. 11 E Violeta, que nunca teve filhos, engordava, lambia os dedos e os beiços untados de manteiga. Muita banha, preguiça de sair de casa, uma ou outra nota no piano de cauda, com o jarro de flores, onde as moscas dormiam e cagavam. 12 Veio o desquite. O marido mudou-se para São Paulo. Fez carreira brilhante, é advogado de prestígio e, faz muito tempo, vive com a outra. Mas fixou pensão para a mulher e escrevia-lhe, talvez por pena dela: a gordura disforme. Foram cartas que raramente recebeu, e uma ou outra que ela própria tivesse escrito, tia Matilda, a renitente, tomava do jardineiro, lia e rasgava. 13 Quando essa tia morreu, porque afinal todos morreram, Violeta encontrou no quarto dela dentro da gaveta da cômoda, lá no fundo, algumas dessas cartas do marido, amarradas com o fitilho. Trancou-se, leu-as à luz do abajur e chorou. 14 O casarão, com a torre, é ninho de morcegos, que voejam na tarde. Tudo é silêncio. O gradil do muro, enferrujado. Secou a fonte, onde o vento rodopia folhas mortas. De resistente apenas a hera, que sobe pelas velhas paredes, uma ou outra vez aguada por Seu Vicente, jardineiro, ou pela preta mais nova, também cria da família. 15 A única amiga que a visita volta a assegurar que a vida dela dá um romance. 16 - Acho que sim. 17 E Violeta se levanta, pesada, envolvida no cachecol, para fechar a janela por onde vem a corrente de ar e já se aproxima a noite. (MOREIRA CAMPOS, José Maria. Dizem que os cães veem coisas. Fortaleza: Edições UFC, 1987) O sentido do termo destacado no fragmento "O REPARO para qualquer deslize" (ref. 1) corresponde ao dos termos da alternativa:
Antworten
  • defesa, ajuda
  • desculpa, pretexto
  • perdão, absolvição
  • comentário, observação

Frage 4

Frage
Sobre o trecho "As PRÓPRIAS plantas venenosas são úteis: a CIÊNCIA faz do veneno mais violento um meio destruidor de MOLÉSTIAS, regenerador da saúde, conservador da vida.", é correto afirmar que: I - o período é composto por duas orações. II - há somente três palavras formadas por sufixação. III - a acentuação gráfica das palavras grifadas se justifica pela mesma regra.
Antworten
  • Apenas I é correta.
  • Apenas II é correta.
  • Apenas I e II são corretas.
  • Apenas I e III são corretas.

Frage 5

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TEXTO PARA AS PRÓXIMAS 3 QUESTÕES: Texto: 1 "O armênio começou a falar. 2 (...) 3 "Estudar o mundo e os homens, observando-os pela enfezada lente do pessimismo é tão perigoso e falaz, como estudá-los, observando-os pelo imprudente prisma do otimismo. 4 "O velho misantropo, o homem ressentido e 4odiento que por terem sido vítimas de enganos, de ingratidões e de traições, caluniam a humanidade, na turbação do espírito doente, vendo em todos e em tudo o mal, prejudicam não só a própria, mas a felicidade de quantos se deixam levar por essa prevenção sinistra que envenena e enegrece a vida. 5 "E no seu erro encontram eles duro castigo; porque em seus corações e em seu viver mergulham-se no dilúvio de lodo escuro e infecto do mal que veem ou adivinham em todos e em tudo; e no furor de enxergar maldades, de condenar e aborrecer os maus, tornam-se por si mesmos, 3proscritos da sociedade, selvagens que fogem da convivência humana. 6 "Eis aí o que te ensinei na visão do mal. 7 "Dando-te a primeira luneta mágica, eu fui o que sou - Lição; observando pela visão do mal, tu foste o que és - Exemplo. 8 "O mancebo generoso e inexperiente, a jovem donzela criada entre sedas, sorrisos e flores, educada santamente com as máximas de benevolência, com o mandamento do amor do próximo, e ainda mesmo aqueles velhos que nunca deixaram de ser meninos, veem sempre a terra como céu cor-de-rosa, têm repugnância em acreditar no vício, deixam-se iludir pelas aparências, enternecer por lágrimas fingidas, arrebatar por exaltados protestos, 2embair por histórias preparadas, e dominar pela impostura ardilosa, e veem por isso em todos e em tudo o bem - na prática do vício imerecido infortúnio, - no perseguido sempre um inocente, - no mal que se faz, indignidade, na trapaça e até no crime sempre um motivo que é atenuação ou desculpa. 9 "E também esses têm no erro da sua inexperiência a sua cruel punição; porque cada dia e a cada passo tropeçam em um desengano, 1caem nas redes da fraude e da traição, comprometem o seu futuro, e muitas vezes colhem por fruto único da inocente e cega credulidade a desgraça de toda sua vida. 10 "Eis aí o que te ensinei na visão do bem. 11 "Dando-te a segunda luneta mágica eu fui o que sou - Lição; observando pela visão do bem, tu foste o que és - Exemplo. 12 "Escuta ainda, mancebo. 13 "Na visão do mal como na visão do bem houve fundo de verdade; porque em todo homem há bem e há mal, há boas e más qualidades, e nem pode ser de outro modo, porque em sua imperfeição a natureza humana é essencialmente assim. 14 "Mas a primeira das tuas lunetas mágicas não te mostrou senão o mal, e a segunda te mostrou somente o bem, e para mais viva demonstração da falsidade e das funestas consequências de ambas as doutrinas, ou prevenções, as tuas duas lunetas exageraram. 15 "Ora exagerar é mentir. 16 "Mancebo, a verdadeira sabedoria ensina e manda julgar os homens, aceitar os homens, aproveitar os homens, como os homens são. 17 "A imperfeição e a contingência da humanidade são as únicas ideias que podem fundamentar um juízo certo sobre todos os homens. 18 "Fora dessa regra não se pode formar sobre dois homens o mesmo juízo. 19 (...) 20 "Mancebo! para te levar à verdade já te lancei duas vezes no caminho do erro. 21 "Erraste acreditando no mal, erraste acreditando no bem, que te mostraram tuas duas lunetas, que exageraram o mal e o bem, ostentando cada uma o exclusivismo falaz do seu encantamento especial. 22 "Erraste pelo exclusivismo; porque o exclusivismo é o absurdo do absoluto no homem. 23 "Erraste pela exageração; porque exagerar é mentir." (MACEDO, Joaquim Manoel de. A luneta mágica. São Paulo: Ática, 2001.) Escreva D ou I, conforme o significado do verbo CAIR nas frases a seguir seja diferente ou igual ao do mesmo verbo empregado no par. 9, ref. 1. ( ) Nossa moeda caiu muito nos últimos tempos. ( ) Infelizes daqueles que caírem no submundo do crime. ( ) Empresas não podem deixar a qualidade de seu produto cair.
Antworten
  • D - I - D
  • D - D - I
  • D - I - I
  • I - D - I

Frage 6

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Texto: 1 "O armênio começou a falar. 2 (...) 3 "Estudar o mundo e os homens, observando-os pela enfezada lente do pessimismo é tão perigoso e falaz, como estudá-los, observando-os pelo imprudente prisma do otimismo. 4 "O velho misantropo, o homem ressentido e 4odiento que por terem sido vítimas de enganos, de ingratidões e de traições, caluniam a humanidade, na turbação do espírito doente, vendo em todos e em tudo o mal, prejudicam não só a própria, mas a felicidade de quantos se deixam levar por essa prevenção sinistra que envenena e enegrece a vida. 5 "E no seu erro encontram eles duro castigo; porque em seus corações e em seu viver mergulham-se no dilúvio de lodo escuro e infecto do mal que veem ou adivinham em todos e em tudo; e no furor de enxergar maldades, de condenar e aborrecer os maus, tornam-se por si mesmos, 3proscritos da sociedade, selvagens que fogem da convivência humana. 6 "Eis aí o que te ensinei na visão do mal. 7 "Dando-te a primeira luneta mágica, eu fui o que sou - Lição; observando pela visão do mal, tu foste o que és - Exemplo. 8 "O mancebo generoso e inexperiente, a jovem donzela criada entre sedas, sorrisos e flores, educada santamente com as máximas de benevolência, com o mandamento do amor do próximo, e ainda mesmo aqueles velhos que nunca deixaram de ser meninos, veem sempre a terra como céu cor-de-rosa, têm repugnância em acreditar no vício, deixam-se iludir pelas aparências, enternecer por lágrimas fingidas, arrebatar por exaltados protestos, 2embair por histórias preparadas, e dominar pela impostura ardilosa, e veem por isso em todos e em tudo o bem - na prática do vício imerecido infortúnio, - no perseguido sempre um inocente, - no mal que se faz, indignidade, na trapaça e até no crime sempre um motivo que é atenuação ou desculpa. 9 "E também esses têm no erro da sua inexperiência a sua cruel punição; porque cada dia e a cada passo tropeçam em um desengano, 1caem nas redes da fraude e da traição, comprometem o seu futuro, e muitas vezes colhem por fruto único da inocente e cega credulidade a desgraça de toda sua vida. 10 "Eis aí o que te ensinei na visão do bem. 11 "Dando-te a segunda luneta mágica eu fui o que sou - Lição; observando pela visão do bem, tu foste o que és - Exemplo. 12 "Escuta ainda, mancebo. 13 "Na visão do mal como na visão do bem houve fundo de verdade; porque em todo homem há bem e há mal, há boas e más qualidades, e nem pode ser de outro modo, porque em sua imperfeição a natureza humana é essencialmente assim. 14 "Mas a primeira das tuas lunetas mágicas não te mostrou senão o mal, e a segunda te mostrou somente o bem, e para mais viva demonstração da falsidade e das funestas consequências de ambas as doutrinas, ou prevenções, as tuas duas lunetas exageraram. 15 "Ora exagerar é mentir. 16 "Mancebo, a verdadeira sabedoria ensina e manda julgar os homens, aceitar os homens, aproveitar os homens, como os homens são. 17 "A imperfeição e a contingência da humanidade são as únicas ideias que podem fundamentar um juízo certo sobre todos os homens. 18 "Fora dessa regra não se pode formar sobre dois homens o mesmo juízo. 19 (...) 20 "Mancebo! para te levar à verdade já te lancei duas vezes no caminho do erro. 21 "Erraste acreditando no mal, erraste acreditando no bem, que te mostraram tuas duas lunetas, que exageraram o mal e o bem, ostentando cada uma o exclusivismo falaz do seu encantamento especial. 22 "Erraste pelo exclusivismo; porque o exclusivismo é o absurdo do absoluto no homem. 23 "Erraste pela exageração; porque exagerar é mentir." (MACEDO, Joaquim Manoel de. A luneta mágica. São Paulo: Ática, 2001.) Marque V ou F, conforme seja verdadeiro ou falso o que se afirma. ( ) "embair" (ref. 2) significa enganar. ( ) "proscritos" (ref. 3) significa desterrados, expulsos. ( ) "odiento" (ref. 4) pode ser substituído, sem prejuízo do sentido, por odiado. A sequência correta é:
Antworten
  • V - F - V
  • V - V - F
  • V - V - V
  • F - V - F

Frage 7

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Texto: 1 "O armênio começou a falar. 2 (...) 3 "Estudar o mundo e os homens, observando-os pela enfezada lente do pessimismo é tão perigoso e falaz, como estudá-los, observando-os pelo imprudente prisma do otimismo. 4 "O velho misantropo, o homem ressentido e 4odiento que por terem sido vítimas de enganos, de ingratidões e de traições, caluniam a humanidade, na turbação do espírito doente, vendo em todos e em tudo o mal, prejudicam não só a própria, mas a felicidade de quantos se deixam levar por essa prevenção sinistra que envenena e enegrece a vida. 5 "E no seu erro encontram eles duro castigo; porque em seus corações e em seu viver mergulham-se no dilúvio de lodo escuro e infecto do mal que veem ou adivinham em todos e em tudo; e no furor de enxergar maldades, de condenar e aborrecer os maus, tornam-se por si mesmos, 3proscritos da sociedade, selvagens que fogem da convivência humana. 6 "Eis aí o que te ensinei na visão do mal. 7 "Dando-te a primeira luneta mágica, eu fui o que sou - Lição; observando pela visão do mal, tu foste o que és - Exemplo. 8 "O mancebo generoso e inexperiente, a jovem donzela criada entre sedas, sorrisos e flores, educada santamente com as máximas de benevolência, com o mandamento do amor do próximo, e ainda mesmo aqueles velhos que nunca deixaram de ser meninos, veem sempre a terra como céu cor-de-rosa, têm repugnância em acreditar no vício, deixam-se iludir pelas aparências, enternecer por lágrimas fingidas, arrebatar por exaltados protestos, 2embair por histórias preparadas, e dominar pela impostura ardilosa, e veem por isso em todos e em tudo o bem - na prática do vício imerecido infortúnio, - no perseguido sempre um inocente, - no mal que se faz, indignidade, na trapaça e até no crime sempre um motivo que é atenuação ou desculpa. 9 "E também esses têm no erro da sua inexperiência a sua cruel punição; porque cada dia e a cada passo tropeçam em um desengano, 1caem nas redes da fraude e da traição, comprometem o seu futuro, e muitas vezes colhem por fruto único da inocente e cega credulidade a desgraça de toda sua vida. 10 "Eis aí o que te ensinei na visão do bem. 11 "Dando-te a segunda luneta mágica eu fui o que sou - Lição; observando pela visão do bem, tu foste o que és - Exemplo. 12 "Escuta ainda, mancebo. 13 "Na visão do mal como na visão do bem houve fundo de verdade; porque em todo homem há bem e há mal, há boas e más qualidades, e nem pode ser de outro modo, porque em sua imperfeição a natureza humana é essencialmente assim. 14 "Mas a primeira das tuas lunetas mágicas não te mostrou senão o mal, e a segunda te mostrou somente o bem, e para mais viva demonstração da falsidade e das funestas consequências de ambas as doutrinas, ou prevenções, as tuas duas lunetas exageraram. 15 "Ora exagerar é mentir. 16 "Mancebo, a verdadeira sabedoria ensina e manda julgar os homens, aceitar os homens, aproveitar os homens, como os homens são. 17 "A imperfeição e a contingência da humanidade são as únicas ideias que podem fundamentar um juízo certo sobre todos os homens. 18 "Fora dessa regra não se pode formar sobre dois homens o mesmo juízo. 19 (...) 20 "Mancebo! para te levar à verdade já te lancei duas vezes no caminho do erro. 21 "Erraste acreditando no mal, erraste acreditando no bem, que te mostraram tuas duas lunetas, que exageraram o mal e o bem, ostentando cada uma o exclusivismo falaz do seu encantamento especial. 22 "Erraste pelo exclusivismo; porque o exclusivismo é o absurdo do absoluto no homem. 23 "Erraste pela exageração; porque exagerar é mentir." (MACEDO, Joaquim Manoel de. A luneta mágica. São Paulo: Ática, 2001.) Assinale a alternativa em que todas as palavras pertencem ao mesmo campo semântico de "infecto" (par. 5):
Antworten
  • fedido - putrefação - contaminação
  • exalação - impotente - infecundado
  • contágio - fetologia - infrutífero
  • insípido - virulento - fúria

Frage 8

Frage
TEXTO PARA AS PRÓXIMAS 2 QUESTÕES: 1 Inquieta, olhou em torno. Os ramos se balançavam, as sombras vacilavam no chão. Um pardal ciscava na terra. E de repente, com mal-estar, pareceu-lhe ter caído numa emboscada. Fazia-se no Jardim um trabalho secreto do qual ela começava a se aperceber. 2 Nas árvores as frutas eram pretas, doces como mel. Havia no chão caroços secos cheios de circunvoluções, como pequenos cérebros apodrecidos. O banco estava manchado de sucos roxos. Com suavidade intensa rumorejavam as águas. No tronco da árvore pregavam-se as luxuosas patas de uma aranha. A crueza do mundo era tranquila. O assassinato era profundo. E a morte não era o que pensávamos. 3 Ao mesmo tempo que imaginário - era um mundo de se comer com os dentes, um mundo de volumosas dálias e tulipas. Os troncos eram percorridos por parasitas folhudas, o abraço era macio, colado. Como a repulsa que precedesse uma entrega - era fascinante, a mulher tinha nojo, e era fascinante. 4 As árvores estavam carregadas, o mundo era tão rico que apodrecia. Quando Ana pensou que havia crianças e homens grandes com fome, a náusea subiu-lhe à garganta, como se ela estivesse grávida e abandonada. A moral do Jardim era outra. Agora que o cego a guiara até ele, estremecia nos primeiros passos de um mundo faiscante, sombrio, onde vitórias-régias boiavam monstruosas. As pequenas flores espalhadas na relva não lhe pareciam amarelas ou rosadas, mas cor de mau ouro e escarlates. A decomposição era profunda, perfumada... Mas todas as pesadas coisas, ela via com a cabeça rodeada por um enxame de insetos enviados pela vida mais fina do mundo. A brisa se insinuava entre as flores. Ana mais adivinhava que sentia o seu cheiro adocicado... O Jardim era tão bonito que ela teve medo do Inferno. 5 Era quase noite agora e tudo parecia cheio, pesado, um esquilo voou na sombra. Sob os pés a terra estava fofa, Ana aspirava-a com delícia. Era fascinante, e ela sentia nojo. (LISPECTOR, Clarice. Laços de Família. Rio de Janeiro: Sabiá, 1973, p.24-25) Marque V ou F, conforme seja verdadeira ou falsa a explicação para o feminino da forma em destaque na frase "Os troncos eram percorridos por parasitas FOLHUDAS, o abraço era macio, colado". (par.3) ( ) subentende-se o substantivo feminino plantas. ( ) parasita é um substantivo comum de dois gêneros. ( ) na frase anterior, há palavras femininas, "dálias e tulipas". A sequência correta se encontra na alternativa:
Antworten
  • V - F - F
  • V - V - F
  • V - F - V
  • F - V - V

Frage 9

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Inquieta, olhou em torno. Os ramos se balançavam, as sombras vacilavam no chão. Um pardal ciscava na terra. E de repente, com mal-estar, pareceu-lhe ter caído numa emboscada. Fazia-se no Jardim um trabalho secreto do qual ela começava a se aperceber. 2 Nas árvores as frutas eram pretas, doces como mel. Havia no chão caroços secos cheios de circunvoluções, como pequenos cérebros apodrecidos. O banco estava manchado de sucos roxos. Com suavidade intensa rumorejavam as águas. No tronco da árvore pregavam-se as luxuosas patas de uma aranha. A crueza do mundo era tranquila. O assassinato era profundo. E a morte não era o que pensávamos. 3 Ao mesmo tempo que imaginário - era um mundo de se comer com os dentes, um mundo de volumosas dálias e tulipas. Os troncos eram percorridos por parasitas folhudas, o abraço era macio, colado. Como a repulsa que precedesse uma entrega - era fascinante, a mulher tinha nojo, e era fascinante. 4 As árvores estavam carregadas, o mundo era tão rico que apodrecia. Quando Ana pensou que havia crianças e homens grandes com fome, a náusea subiu-lhe à garganta, como se ela estivesse grávida e abandonada. A moral do Jardim era outra. Agora que o cego a guiara até ele, estremecia nos primeiros passos de um mundo faiscante, sombrio, onde vitórias-régias boiavam monstruosas. As pequenas flores espalhadas na relva não lhe pareciam amarelas ou rosadas, mas cor de mau ouro e escarlates. A decomposição era profunda, perfumada... Mas todas as pesadas coisas, ela via com a cabeça rodeada por um enxame de insetos enviados pela vida mais fina do mundo. A brisa se insinuava entre as flores. Ana mais adivinhava que sentia o seu cheiro adocicado... O Jardim era tão bonito que ela teve medo do Inferno. 5 Era quase noite agora e tudo parecia cheio, pesado, um esquilo voou na sombra. Sob os pés a terra estava fofa, Ana aspirava-a com delícia. Era fascinante, e ela sentia nojo. (LISPECTOR, Clarice. Laços de Família. Rio de Janeiro: Sabiá, 1973, p.24-25) No período "Era fascinante, e ela sentia nojo". (par.5), o uso da vírgula: I. enfatiza semanticamente cada oração. II. decorre de uma relação de alternância entre as duas orações. III. justifica-se por separar orações coordenadas com sujeitos diferentes. A análise das assertivas nos permite afirmar corretamente que:
Antworten
  • apenas I é verdadeira.
  • apenas II é verdadeira.
  • I e II são verdadeiras.
  • I e III são verdadeiras.

Frage 10

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TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO: TEXTO 1: LUZIA-HOMEM ... Sentia ainda zumbir o vento nos ouvidos, quando, em desapoderada carreira, o castanho perseguia, através dos campos em flor, as novilhas lisas ou os fuscos barbatões, que espirravam dos magotes; o ecoar da voz gutural do pai, cavalgando, à ilharga, o melado caxito, e bradando-lhe, quente de entusiasmo: "Atalha, rapariga!... Não deixes ganharem a caatinga!..." E quando ela, triunfante das façanhas do campeio, o castanho a passarinhar nas pontas dos cascos, garboso, vibrátil de árdego, as ventas resfolegantes, os grandes e meigos olhos rutilantes, todo ele reluzente de suor, como um bronze iluminado, o enlevo do pai a contemplá-la, orgulhoso, e indicando-a aos outros vaqueiros: "Vejam, rapaziada!... Isto não é rapariga, é um homem como trinta, o meu braço direito, uma prenda que Deus me deu... "E as moças, suas companheiras, murmuravam espantadas: "Virgem Maria! Credo!... Como é que a Luzia não tem vergonha de montar escanchada!..." (Olímpio, Domingos. Luzia-Homem. São Paulo: Três, 1973. p.78/79) TEXTO 2: DÔRA, DORALINA 1 No Rio eu não tinha vestido luto, ia lá me lembrar de comprar roupa. Mas no sertão achei o preto obrigatório. Era o meu documento de viuvez, ou mais que isso; aquela roupa preta era a carta de marido que eu assinava para o Comandante. 2 O luto, ali, ainda era o passaporte da viúva; me garantia o direito de viver sozinha sem ninguém me perturbar em nada, de mandar e desmandar no meu pequeno condado - tão feio e tão decadente. O condado de Senhora! - sendo que agora a Senhora era eu. (QUEIROZ, Rachel de. Dôra, Doralina. São Paulo: Siciliano, 1992. p.236/7) TEXTO 3: A ESCRAVA ISAURA ... A fisionomia, cuja expressão habitual era toda modéstia, ingenuidade e candura, animou-se de luz insólita; o busto admiravelmente cinzelado ergueu-se altaneiro e majestoso; os olhos extáticos alçavam-se cheios de esplendor e serenidade; os seios, que até ali apenas arfavam como as ondas de um lago em tranquila noite de luar, começaram de ofegar, túrgidos e agitados, como oceano encapelado; seu colo distendeu-se alvo e esbelto como o do cisne, que se apresta a desprender os divinais gorjeios. (GUIMARÃES, Bernardo. A Escrava Isaura. São Paulo: Ática, 1994. p.69) TEXTO 4: HELENA 1 Helena tinha os predicados próprios a captar a confiança e a afeição da família. Era dócil, afável, inteligente. Não eram estes, contudo, nem ainda a beleza, os seus dotes por excelência eficazes. O que a tornava superior e lhe dava probabilidade de triunfo, era a arte de acomodar-se às circunstâncias do momento e a toda casta de espíritos, arte preciosa, que faz hábeis os homens e estimáveis as mulheres. Helena praticava de livros ou de alfinetes, de bailes ou de arranjos de casa, com igual interesse e gosto, frívola com os frívolos, grave com os que o eram, atenciosa e ouvida, sem entono nem vulgaridade. Havia nela a jovialidade da menina e a compostura da mulher feita, um acordo de virtudes domésticas e maneiras elegantes. 2 Além das qualidades naturais, possuía Helena algumas prendas de sociedade, que a tornavam aceita a todos, e mudaram em parte o teor da vida da família. Não falo da magnífica voz de contralto, nem da correção com que sabia usar dela, porque ainda então, estando fresca a memória do conselheiro, não tivera ocasião de fazer-se ouvir. Era pianista distinta, sabia desenho, falava corretamente a língua francesa, um pouco a inglesa e a italiana. Entendia de costura e bordados, e toda a sorte de trabalhos feminis. Conversava com graça e lia admiravelmente. Mediante os seus recursos, e muita paciência, arte e resignação, - não humilde, mas digna, - conseguia polir os ásperos, atrair os indiferentes e domar os hostis. (ASSIS, Machado de. Helena. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1986. p.286) Marque a opção que constitui a melhor paráfrase da frase: "arte preciosa, que faz hábeis os homens e estimáveis as mulheres." (texto 4)
Antworten
  • A arte preciosa faz-se estimável e hábil às mulheres e aos homens.
  • Com mulheres estimáveis e homens hábeis, a arte faz-se preciosa.
  • As mulheres fazem estimáveis os homens hábeis, com a arte preciosa.
  • Com a arte preciosa, as mulheres fazem-se estimáveis e os homens, hábeis.
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