Glossário Bakhtiniano

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Karteikarten am Glossário Bakhtiniano, erstellt von Amanda Carneiro am 24/11/2015.
Amanda Carneiro
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Enunciado Unidade básica do conceito da linguagem. Exige a presença de um enunciador e um receptor. Acontece em um local e tempo determinado. É único e irrepetível. É sempre um acontecimento que demanda uma situação histórica definida
Tema o tema é único em cada enunciado, corresponde a uma significação global daquele enunciado e inclui uma série de elementos que, além de não pertencer à língua, podem inclusive ser não-verbais.
Significação Aquilo que é repetível, reiterável e que portanto se situa no plano da língua. O conjunto de palavras de um dicionário está nesta situação: elas apresentam uma significação que é socialmente compartilhável e que garantem à língua a sua continuidade e à comunicação a sua possibilidade
Contrapalavra quando falamos ou ouvimos, produzimos enunciados que respondem ao nosso interlocutor. Enquanto ouvimos, também falamos. Ouvir e falar são movimentos de uma mesma atividade. Desta forma, nossas respostas são formuladas a partir da nossa relação com a alteridade, ou seja, são contrapalavra s às palavra s do outro. Troco signos alheios por signos próprios. Desta forma é que construo a compreensão
Alteridade O ser se reflete no outro, refrata-se. A partir do momento em que o indivíduo se constitui, ele também se altera, constantemente. E esse processo não surge de sua própria consciência, é algo que se consolida socialmente, através das interações, das palavras, dos signos. Constituímos-nos e nos transformamos sempre através do outro
Horizonte social O horizonte social orienta os valores construídos na interação; é o espaço-tempo compreendido em uma relação verbal, ou seja, o espaço-tempo da enunciação. Essa relação espaço-temporal envolve um tempo mais prolongado e um mais imediato, considerando, também, a memória do futuro na relação entre os interlocutores. Da mesma forma, o espaço envolve tanto configurações mais amplas, como específicas.
Ideologia a ideologia é social e se contrói em todas as esferas das interações. a expressão, a organização e a regulação das relações histórico-materiais dos homens. Seguindo esta linha de raciocínio, também pode-se ver ideologia como uma representação. Isso porque se dá na/pela linguagem . Precisa dela para poder manifestar-se e essa é caracterizadamente representativa (simbólica) e constituída por signos ideológicos.
Interação A linguagem é inter-ação. Em “Marxismo e filosofia da Linguagem” , Bakhtin (Voloshinov) diz que “Toda palavra comporta duas faces . Ela é determinada tanto pelo fato de que procede de alguém quanto pelo fato de que se dirige para alguém. Ela constitui justamente o produto da interação do locutor e do ouvinte” (grifos do autor ). Dessa forma, no próprio dizer de Bakhtin, “a interação verbal constitui, assim, a realidade fundamental da língua”
Língua língua é um sistema linguístico-ideológico (pois se constitui de signos linguístico-ideológicos) através do qual a linguagem humana verbal se materializa para referenciar o mundo, representá-lo e constituir outro mundo para além do imediato.
Signo Os signos somente emergem e podem existir dentro da interação social, adquirindo significação dentro de uma realidade material e concreta. Eles comportam em si índices de valores que espelham e constituem os sujeitos que os utilizam e a realidade social por onde circulam. Tais índices operam como arenas de lutas em que diferentes ideologias entabulam entre si relações dialógicas e disputas pelos sentidos.
Sujeito o sujeito é constituído socialmente, a partir da interação verbal na relação com o outro. sujeito ativo na constituição da língua , sendo assim também constituído por ela e a partir do diálogo e da interação verbal com o outro. O sujeito é constituído de fora para dentro.
Superestrutura É o conjunto de instituições jurídico-políticas (Estado, direito, etc) e as “formas de consciência social” que correspondem a uma dada infra-estrutura. A superestrutura , como a ciência, a cultura , a religião, a educação e a mídia, por exemplo, forma seus tipos relativamente estáveis de signos ideológicos.
Infraestrutura A infraestrutura é a realidade concreta de onde parte o processo de comunicação. Os signo s ideológicos se formam a partir desta realidade social, por isso a importância de entender o contexto em que os signo s são formados, ou estudar sempre a situação imediata em que a interação verbal ocorre para formá-los. A infraestrutura sempre está relacionada com a superestrutura. É nesta relação que os sujeito s vivenciam a sua história através da linguagem
Gêneros primários são os que se formaram em situações de uma comunicação verbal espontânea e eles servem de componentes aos gêneros secundários. Esses gêneros primários estão ligados ao diálogo oral. Entre outros, alguns dos gêneros primários são: a linguagem filosófica, a cotidiana, a familiar etc.
Gêneros secundários Os gêneros secundários do discurso são os que aparecem em situações de uma comunicação culturalmente complexa e evoluída, transmutando e absorvendo, em seu processo de formação, os gêneros primários. Alguns dos gêneros tidos por secundários são: o teatro, o romance, o discurso ideológico, o discurso científico etc.
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