Jorge Leal Amado de Farias nasceu na Fazenda Auricídia,
em Ferradas, município de Itabuna, Bahia, no dia 10 de
agosto de 1912. Filho de João Amado de Faria e Eulália
Leal Amado, fazendeiros de cacau.
Aos 12 anos fugiu do internato e foi para Itaporanga, em
Sergipe, onde morava seu avô. Depois de alguns meses, seu
pai mandou buscá-lo e sem desejar voltar para a escola,
Jorge foi plantar cacau.
Depois de seis meses no meio do povo, tomou
conhecimento da luta entre fazendeiros e exportadores de
cacau, que iria marcar fortemente sua obra de romancista.
Em Salvador, ingressou no Ginásio Ipiranga, onde fez o
curso secundário. Ligou-se à "Academia dos Rebeldes", um
grupo de jovens, chefiado por Pinheiro Viegas, que tinha
como objetivo a renovação literária.
Dirigiu dois jornais, “A Pátria” o jornal oficial, e “A
Folha”, fundado por ele, que contestava A Pátria.
Com 14 anos estreou na revista “A Luva”, com um
poema de feições modernistas.
Ainda com 14 anos começou a trabalhar no
"Diário da Bahia", depois em “O Imparcial”.
Frequentador de candomblés desde muito cedo,
Jorge Amado tornou-se amigo de pais-de-santo,
perseguidos pela polícia. Em seus livros Jubiabá e
Tenda dos Milagres, esses fatos são relatados.
10 de agosto de 1912 - 6 de agosto de 2001
Obras em Geral
Romance
Primeiros Romances
Em 1930, Jorge Amado mudou-se para o Rio de Janeiro.
Em 1931 ingressou na Faculdade de Direito.
Em 1932, publicou seu primeiro romance O País do Carnaval, que
narra a tentativa frustrada de um intelectual brasileiro, de
formação europeia, de participar da vida política e cultural
brasileira. Tendo fracassado regressa à Europa.
Em 1933 lança seu segundo livro Cacau, que teve vários exemplares
apreendidos. Em 1936, Jorge foi preso, por pertencer à Aliança Libertadora
Nacional, junto com outros intelectuais, entre os quais Graciliano Ramos.
Em 1937 publica Capitães de Areia, que retrata a
vida de menores delinquentes da Bahia. A obra
é apreendida pela censura do Estado Novo, e ele
é novamente preso.
Em 1941 refugia-se na Argentina e
começa a redigir O Cavaleiro da
Esperança, que relata a vida de Luiz
Carlos Prestes.
Obras
Os subterrâneos da liberdade (1954)
Seara vermelha (1946)
São Jorge dos Ilhéus (1944)
Terras do Sem-Fim (1943)
Capitães da areia (1937)
Mar morto (1936)
Jubiabá (1935)
Suor (1934)
Cacau (1933)
O País do Carnaval (1930)
A descoberta da América pelos turcos (1994)
O sumiço da santa, romance (1988)
Tocaia grande (1984)
Farda, fardão, camisola de dormir (1979)
Tieta do Agreste (1977)
Teresa Batista cansada de guerra (1972)
Tenda dos milagres (1969)
Dona Flor e Seus Dois Maridos (1966)
O Compadre de Ogum (1964)
A morte e a morte de Quincas Berro d'Água (1961)
Gabriela, cravo e canela (1958)
Características das Obras
Jorge Amado iniciou sua carreira de escritor com obras de
cunho regionalista, que caracterizou o “Segundo Tempo
Modernista” (1930-1945), que retrata a vida urbana de
Salvador.
Sua obra apresenta forte preocupação político-social, que
denuncia, em um tom seco, lírico e participante, a miséria e a
opressão do trabalhador rural e das classes populares, como é o
caso de País do Carnaval e Capitães de Areia.
Com o amadurecimento, sua força poética volta-se
para as fazendas de cacau de Ilhéus e Itabuna, para a
seca, a exploração do trabalhador urbano e rural e
para o coronelismo latifundiário, como Cacau, Terras
do Sem-fim e São Jorge dos Ilhéus.
Literatura Infantil
A bola e o goleiro (1984)
O gato Malhado e a andorinha Sinhá (1976)
Biografias e Memórias
Navegação de cabotagem (1992)
O menino grapiúna (1982)
O cavaleiro da esperança (1942)
ABC de Castro Alves (1941)
Outros
O milagre dos pássaros, fábula (1997)
Do recente milagre dos pássaros, contos (1979)
O mundo da paz, viagens (1951)
O amor do soldado, teatro (1947)
Bahia de Todos os Santos, guia (1945)
A estrada do mar, poesia (1938)
Curiosidades
Jorge Amado, é o autor mais adaptado da televisão brasileira, uma vez que suas
obras basearam novelas e minisséries, principalmente da TV Globo, com
destaque para “Dona Flor e seus dois Maridos”, “Tieta do Agreste”, “Gabriela,
cravo e canela”. Além disso, suas obras inspiram o teatro e o cinema.
Depois de Paulo Coelho, a obra de Jorge Amado é a mais vendida no
exterior.