Jurgen Habermas

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vida, principais conceitos
KARIN STAHLKE ROTTA
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KARIN STAHLKE ROTTA
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Jurgen Habermas
  1. Biografia
    1. nasc. 18 junho 1929 em Gummersbach, Alemanha
      1. Licenciou-se em 1954 na Universidade de Bonn, com tese sobre Schelling, intitulada "O Absoluto e a História". Atuou como pesquisador no Instituto Max Plank. De 1956 a 1959, foi assistente de Theodor Adorno no Instituto para Pesquisa Social de Frankfurt. No início dos anos 1960, realizou uma pesquisa empírica sobre a participação estudantil na política alemã, intitulada "Estudante e Política" (Student und Politik).
        1. Em 1968 transferiu-se para Nova Iorque, passando a lecionar na New School for Social Research de Nova Iorque. A partir de 1971, dirigiu o Instituto Max Planck, em Starnberg, na Baviera. Em 1983 transferiu-se para a Universidade Johann Wolfgang von Goethe, de Frankfurt, onde permaneceu até se aposentar, em 1994.
          1. Continuou, no entanto, muito profícuo, publicando novos trabalhos a cada ano e frequentemente participando de debates e atuando em jornais, como cronista político. Tem se dedicado ardorosamente à reflexão do cosmopolitismo político, especial em função da União Europeia.
            1. Entre 1989 e 1992, Habermas, pela primeira vez desde os anos 60, reconsidera o seu pensamento sobre a esfera pública. Isso acontece devido a um congresso sobre o tema em 1989, no qual o filósofo foi confrontado com releituras da sua obra e do conceito por ele desenvolvido em 1962. Isso o levou a publicar Direito e Democracia: Entre Facticidade e Validade, em 1992, obra que traz, entre outras coisas, a noção de esfera pública de volta ao patrimônio argumentativo do pensador alemão. Também, pela primeira vez em trinta anos, é feita a conexão entre a noção de esfera pública e temas-chave do seu patrimônio, como "ação comunicativa" "formação discursiva da opinião e da vontade" e "discurso".
    2. é considerado como o principal herdeiro das discussões da Escola de Frankfurt, uma das principais correntes do teoria crítica.
      1. Profundamente marcados pelo desastre da Segunda Guerra Mundial, Adorno e Horkheimer consideravam que existia um vínculo primordial entre conhecimento racional e dominação, o que teria determinado a falência dos ideais modernos de emancipação social.
        1. Habermas advoga, na obra "Mudanças Estruturais da Esfera Pública", que a opinião pública burguesa é influenciada pela mídia, porém é fundamental para a participação crítica dos cidadãos nas democracias modernas.
      2. Se opõe ao Positivismo Lógico
        1. Para recolocar o potencial emancipatório da razão, Habermas adota a pragmática da linguagem, em diálogo com a virada linguística da filosofia analítica anglo-saxã.
          1. teoria da ação comunicativa
            1. Desenvolve o conceito de competência comunicativa, em diálogo com Noam Chomsky e John Austin, dentre outros filósofos. Deste decorrerá, em sua obra-prima "A teoria do agir comunicativo", o conceito de agir comunicativo.
              1. funcionalismo, pela fenomenologia, pelo marxismo e pela própria teoria crítica da Escola de Frankfurt,
                1. ação comunicativa significa ao mesmo tempo processos de interação social e socialização. É por meio dessas interação social e socialização que as pessoas envolvidas confirmam e renovam suas identidades e seu pertencimento aos grupos sociais.
                  1. Sistema
                    1. refere-se à 'reprodução material', regida pela lógica instrumental (adequação de meios a fins), incorporada nas relações hierárquicas (poder político) e de intercâmbio (economia). O filósofo busca explicar a gênese da sociedade ocidental moderna, diagnosticando as suas patologias e buscando soluções para sua correção.
                    2. mundo da vida
                      1. 'reprodução simbólica', da linguagem, das redes de significados que eles referentes aos fatos objetivos, às normas sociais ou aos conteúdos subjetivos.
                        1. é um domínio social que contrasta com os sistemas funcionalizados. Esse mundo é marcado por processos comunicativos, cujo mediador é a linguagem e cujo recurso é a solidariedade. Nesse domínio social, prevalecem as ações comunicativas e o emprego da linguagem com vista ao entendimento entre os falantes. Ele ainda acrescenta que quanto mais complexa for a sociedade, maior será a racionalização a que se vê obrigado o seu mundo da vida. Habermas acredita que a história das sociedades modernas é a história de um processo de intensa racionalização do mundo da vida de sociedades tradicionais.
                          1. Somente as leis que surgem de um processo discursivo, debatido por todos os cidadãos interessados, em situação de igualdade de oportunidades e direitos, são democraticamente legitimas.
                      2. Pretensões de Validade
                        1. Pretensão de Inteligibilidade (as expressões devem ser inteligíveis);
                          1. Pretensão de Verdade (o conteúdo deve ser verdadeiro);
                            1. Pretensão de Sinceridade (o falante tem que expressar suas intenções de modo sincero);
                              1. Pretensão de Correção Normativa (os proferimentos têm que ser corretos no contexto de normas e de valores existentes).
                              2. Ação estratégica
                                1. O que o indivíduo ganha com X, baseado em ferramentas coercitivas.
                                  1. Governos autoritários
                                2. Ação comunicativa
                                  1. orientação para o entendimento mútuo.
                                    1. Democracia
                              3. Jürgen Habermas busca entender como a dominação do homem sobre a natureza converte-se em dominação do homem sobre o homem, em um mundo administrado em nome da técnica, abrindo espaço para a eclosão da des-razão no seio da sociedade de consumo moldada pela indústria cultural.
                                1. Habermas percebe que os impasses criados pelas teorias de Marx, Weber, Adorno e Horkheimer surgem pela forma como esses autores estruturaram seu conceito de razão. Ele afirma que esses autores confundiram o processo de modernização capitalista, que é calcado na razão instrumental, como sendo a própria racionalização societária.
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