Resgatar a contribuição do método de Karl Popper, traduzindo os conceitos por
ele desenvolvidos de forma didática, ilustrando como o modelo Popperiano pode
ser utilizado particularmente em administração, economia e áreas correlatas
Visão Aristotélica
Lógica e observação como elementos
críticos do conhecimento sistemático
Acarretou na pesquisa científica como positivista
Visão Platônica
Interpretação racional não vivida como uma validade para interpretar o mundo
A Lógica da Pesquisa Científica (1963)
Criar uma proposição teórica a ser testada (falseabilidade) e seus
desdobramentos na pesquisa das ciências sociais aplicadas, tendo
o teste uma metodologia replicável para ter validade científica
Concepção Popperiana
do Método Científico
Constatação de que o honesto trabalho do cientista é procurar falsificar suas próprias
hipóteses, detectando falhas em seu trabalho, da forma mais rigorosa possível
A natureza da pesquisa científica é criar um conhecimento novo ou aplicá-lo a uma determinada
situação, com a intenção de falsear ou confirmar uma determinada proposição
O esforço teórico antecipa a observação empírica, sendo possível o exercício da ciência
por meio da construção de axiomas e a derivação lógica ou a dedução matemática
A ciência é uma representação da realidade, um modelo teórico ou
imaginário de como a realidade se instala e se comporta
John Loke e David Hume: a ciência seria
formada por subsistemas da realidade,
capaz de ser totalmente reconstruída
Immanuel Kant (2007):
Racionalismo Critico
A realidade em si é complexa e inatingível ou, ainda melhor, irreproduzível. Por isso o
uso de artifícios abstratos e generalizações para que se possa aproximar-se dela
Classificação de juízos de valores
Analíticos, fruto da lógica pura
Sintéticos, fruto da experiência e da observação posteriores,
pois existem atributos que não são necessariamente
deduzidos logicamente, mas somente pela experiência
Ludwig Wittgenstein (2001):
Tractatus Logico-Philosophicus
Como uma proposição teórica é capaz de representar
um estado de coisas da realidade observável
Wittgenstein (2005):
Investigações Filosóficas
Explica a realidade por meio de um jogo de
linguagem, através do qual há segmentos
homogêneos e outros heterogêneos
Paul Feyerabend (1989):
Contra o Método
Não há normas ou regras metodológicas a serem seguidas
pela ciência, pois elas tolhem a liberdade da pesquisa e não
necessariamente levam à verdade, retardando o conhecimento
Uma nova teoria não tem que ter
consistência com teorias já aceitas,
buscando sempre aperfeiçoa-la
Toda a teoria tem um prazo de
validade. Em algum momento ela
será testada e mostrará ser falsa
A práxis científica é o processo pelo qual uma teoria torna-se uma ferramenta para mudar a
própria sociedade por meio do conhecimento, se convertendo em parte da experiência vivida pelos
canais da organização da produção e dos processos de consumo de bens e serviços – que
retroalimentam nossa evolução para novos conceitos e teorias
Para Popper (1994), o nosso conhecimento tem fontes de todo o gênero, mas nenhuma
tem autoridade. Nenhuma fonte de conhecimento tem um sentido terminante
Toda teorização, entendida como forma de representação formal de um
fenômeno, carrega consigo a falibilidade, evidenciando não a fraqueza da
teoria, mas o seu oposto, a possibilidade de ser testada contra a realidade
A ciência trabalha com modelos, croquis ou esquemas que
simplificam a realidade por meio de variáveis e a relação entre elas
Karl Popper:
Ciência Formal
A atividade científica é puramente racional e lógica, com métodos, técnicas e
procedimentos rígidos, que não devem ser influenciados pelo contexto social ou
histórico em que a atividade é desenvolvida
Thomas Kuhn (1972, 2000):
Estruturas Científicas
A ciência é uma atividade social (histórica) que forma estruturas de pensamento
e métodos de pesquisa dominantes, denominados paradigmas, e evoluem para
a prática normal de pesquisa até o momento de emersão de revoluções que
solapam o pensamento dominante, substituindo-o por outro
Método Dedutivo
Parte de premissas que são consideradas verdadeiras
(paradigmas) que levam a proposições teóricas verdadeiras
Método Indutivo
Parte do princípio de que observações bem feitas e
consistentes levam a premissas prováveis
A pesquisa científica comporta vários
métodos ou técnicas, que variam de acordo
com o critério adotado para seu uso
O procedimento da ciência formal pode ser chamado de dedutivo com teste ou
hipotético-dedutivo, pois parte de uma proposição, retirada da reflexão teórica, e
busca confrontá-la com a realidade, por meio de técnicas apropriados de
extração, tratamento e análise de dados e informações
Popper e as Proposções das
Ciências Aplicadas
Todo conhecimento tem origem na ciência básica, navegando
posteriormente para aplicações tecnológicas e inovações de mercado
Kline e Rosenberg (1986):
chain-linkedmodel
Trata-se de forma interativa a relação entre pesquisa básica, aplicada,
tecnologia e inovação, cada qual agregando valor ao conhecimento e
interagindo com feedbacks entre uma etapa e outra
Stokes (1997):
Quadrantes da
Pesquisa
Pesquisa Básica Pura
A busca é pela teoria pura ou entendimento fundamental. Não tem uso
prático ou não foi construída para ter qualquer aplicação no curto ou longo
prazos, muito embora possam ao longo do tempo tornar-se aplicadas
Pesquisa Básica para Uso
Busca unir a pesquisa básica com a
maior ou menor aplicabilidade ou uso
de um determinado conhecimento
Pesquisa Aplicada Pura
Voltada para o desenvolvimento de produtos,
processos e serviços que tenham uma aplicação
imediata, que garantam que o conhecimento
encontre uma inovação capaz de ser validada
pelo mercado ou pela sociedade devido à sua
utilidade prática