Pregunta | Respuesta |
1) O que é retrovigilância? | Parte de hemovigilância que trata da investigação retrospectiva das bolsas de doações anteriores de um doador que apresentou soroconversão ou relacionada a receptor que veio a apresentar marcador para doença transmissível. |
2) Quais devem ser as características dos materiais e substâncias que entrarem em contato direto com os hemocomponentes? | Devem ser estéreis, apirogênicos e descartáveis. |
3) Qual é a idade limite para se realizar a primeira doação de sangue? | Limite: 60 anos. |
4) Paciente candidato à doação de sangue, utilizou AINE há 2 dias. Pode doar? | Sim. Contudo, apenas as plaquetas serão descartadas. |
5) Paciente candidato à doação de sangue em SP relata que esteve em Manuas há 2 meses. Pode doar? | Sim. Deve ser realizada a pesquisa de antígenos plasmodiais, obrigatoriamente. |
6) O volume de sangue total coletado na doação deve estar entre 405 e 495 ml. O que fazemos se esse volume não for atingido? | Se o volume estiver entre 300 e 404ml, consideramos "unidade de baixo volume de CH". Se o volume < 300ml, descartamos. |
7) Após a doação de sangue, como devemos realizar o acondicionamento das bolsas caso seja destinada à produção de CP? E se for destinada apenas à produção de CH e PFC? | Se destinada à produção de CP --> armazenar em 22+2ºC até 8 horas; separar CP em até 24 horas. Se destinada à produção de CH e PFC apenas --> armazenar a 4+2ºC o mais breve possível. |
8) Qual é a validade de hemácias lavadas, irradiadas e desleucocitadas? | Lavadas --> 24 horas; Irradiação --> diminui para 28 dias (pode ser irradiado até 14 dias); Desleucocitação --> não altera |
9) Os testes sorológicos e NAT realizados com o sangue do doador pode ser realizado em pool de amostras? | Os testes sorológicos para identificação de anticorpos NÃO pode ser realizado em pool, sempre deve ser individual. O teste NAT pode ser realizados em pool. Em caso de positividade, ele deve ser desmembrado. Assim, a amostra afetada pode ser identificada. |
10) Quando o teste para detecção de CMV deve ser realizado? | Apenas quando grupos de risco forem receber a transfusão de CH ou CP (imunocomprometidos CMV-, paciente CMV- em QT, gestante CMV-, transfusão intra-uterina, RN < 1200g, RN filhos de mães CMV-). Pode realizar desleucocitação ao invés do teste. |
11) Quando o teste para detecção de malária deve ser feito? | Em regiões endêmicas de malária e caso o doador tenha visitado zona endêmica entre 1 e 12 meses. |
12) Qual é a diferença de conduta inicial quando a soroconversão é identificada por NAT e testes sorológicos? | Se identificada no NAT, deve-se descartar as bolsas e não é necessário repetir os testes. Se identificada apenas no teste sorológico, deve-se repetir os testes em duplicata. |
13) Principais contra-indicações para transfusão de sangue de doadores com HbS +? | RN, transfusão intra-uterina, acidose grave e hemoglobinopatias. |
14) Qual é o volume sanguíneo extracorpóreo máximo em uma doação por aférese? | 15% da volemia total. |
15) Qual o volume máximo a ser coletado em uma plasmaférese transfusional? Quais os intervalos de doações? | Volume máximo --> 10ml/kg (até no máximo 600ml). Intervalo --> 48 horas, 4 vezes em 2 meses e 12 vezes por ano. |
16) O formulário para requisição de transfusão são preenchidos exclusivamente por médicos e devem estar completamente preenchidos. Quais informações ele deve conter? | Nome, sexo, idade, data de nascimento, nº de registro do paciente, nº do leito (se houver), peso do paciente, diagnóstico, hemocomponente a ser transfundido, volume, modalidade, dados laboratoriais que justifiquem, antecedentes transfusionais e gestacionais, data, dados do médico. |
17) Qual é a validade de amostra para realizar os testes pré-transfusionais? | 72 horas a partir do momento que chega ao serviço de hemoterapia. |
18) O teste de compatibilidade completo possui 3 etapas. Todas elas precisam ser realizadas em todos os casos? | Não. A etapa da imunoglobulina (soro de coombs) poderá ser omitida, caso PAI seja negativa e não existam antecedentes transfusionais e gestacionais. |
19) Por quanto tempo o transfusionista precisa ficar ao lado do paciente iniciada a transfusão? | Pelo menos 10 minutos. |
20) Por quanto tempo os componentes eritrocitários podem ficar em temperatura ambiente antes de iniciarmos a transfusão? | Até 30 minutos. |
21) Por quanto tempo o PFC e crio podem ficar armazenados após seu descongelamento? Eles podem ser recongelados se não forem utilizados? | O PFC dura 24 horas e o Crio dura 6 horas, desde que sejam armazenados à 4+2°C e 22+2ºC, respectivamente. Eles não podem ser recongelados caso não sejam utilizados. |
22) Por quanto tempo as plaquetas podem ficar em temperatura ambiente depois de saírem do agitador até a transfusão? | Até 24 horas, desde que sejam agitadas imediatamente antes da transfusão. |
23) Mulher jovem O RhD-, de 20 anos, sem antecedentes transfusionais e gestacionais, necessita de CP. O hemocentro só possui CP O RhD+. A doação pode ocorrer? | Sim, desde que receba imunoglobulina anti-RhD 300ug por via parenteral, até 72 horas após a transfusão. |
24) O doador associado com TRALI pode voltar a doar sangue? | Sim. Ele pode doar sangue total. O CH deve ser lavado e o plasma tem apenas uso industrial. Não pode doar plaquetas por aférese. |
25) HTLV, sífilis e Chagas possuem apenas teste sorológico obrigatório. Se o teste inicial der alterado, qual é a conduta? | Repetir os testes em duplicata. Se positivar em pelo menos um teste, descartamos a bolsa, convocamos o doador e realizamos retrovigilância. Se negativar em ambas, liberamos a bolsa. |
26) HIV, HBV e HCV possuem testes sorológicos e NAT. Qual a conduta caso NAT resulte positivo (independente dos testes sorológicos)? | Descartamos a bolsa, convocamos o doador e realizamos retrovigilância. |
27) HIV, HBV e HCV possuem testes sorológicos e NAT. Se o NAT resultar negativo, qual é a conduta se os testes sorológicos derem positivo? E se derem negativo? | NAT- e Testes sorológicos + --> repetir os testes em duplicata. Se positivar em pelo menos um teste, descartamos a bolsa, convocamos o doador e realizamos retrovigilância. Se negativar em ambas, liberamos a bolsa. NAT- e Testes sorológicos - --> liberamos a bolsa. |
28) Qual é a importância do desvio do primeiro fluxo de sangue da doação possibilitado pelo sistema de bolsas? | Reduz o risco de contaminação bacteriana dos componentes sanguíneos. |
29) Caso a abertura do sistema de bolsas seja feita, onde deve ser realizada? A validade das hemácias e plaquetas é alterada? | Sempre deve ser realizada em cabine de segurança biológica em fluxo laminar. A validade do CH é reduzido a 24 horas e do CP a 4 horas. |
30) Quais são as condições para prepararmos CH congelados? Quanto tempo podem ficar armazenadas? | Sangue deve ter sido colhido até 6 dias antes do congelamento, deve ser protegido com agente crioprotetor (glicerol) e deve ficar numa temp. < -65ºC. Podem ficar armazenadas até 10 anos. |
31) Quais são as duas causas principais de recusa na triagem? | Anemia e hipertensão. |
32) Cite as 3 condições em que devemos iniciar o protocolo de transfusão maciça? | 1) Troca de 1 volemia em 24 horas (~10CH em 24hrs.); 2) Troca de 50% de volemia em 3 horas (~5CH em 3 hrs); 3) Perda 1,5ml/kg em 20 minutos (~3CH em 1 hr.). |
33) Qual deve ser a relação entre CH, PFC e CP nas transfusões maciças. | Para cada unidade 1 de CH transfundido, transfundimos também 1 unidade de PFC. Independente do nº de unidades de CH, transfundimos 1 unidade de CP. |
34) Alteração sorológica para HIV foi detectada em doador de 17 anos. Quem deve ser convocado pelo hemocentro? | Apenas o doador. Responsável que assinou termo de consentimento não deve ser informado. |
35) Quanto aos períodos de inaptidão à doação de ST, julgue os casos a seguir relacionados à malária: a) Pessoa esteve em área endêmica de malária há 20 dias, nega exposição ao mosquito --> apto a doar b) Pessoa esteve em área endêmica de malária 2 meses, nega contato exposição ao mosquito --> inapto temporário c) Pessoa curada de malária (febre terçã) há 5 anos --> inapto definitivo | a) F (inapto por 30 dias) b) F (apto, precisa realizar pesquisa de plasmódio ou antígeno plasmodial) c) F (apto, apenas quartã é definitivo) |
36) Quanto aos períodos de inaptidão à doação de ST, julgue os casos a seguir relacionados à doença de Chagas: a) Pessoa com diagnóstico de doença há 20 anos --> inapto definitivo b) Pessoa com contato com triatomíneo em área endêmica, sem diagnóstico de Chagas --> inapto temporário c) Pessoa com contato com triatomíneo em área não endêmica, sem diagnóstico de Chagas --> apto a doar | a) V b) F (inapto definitivo) c) V (realizar teste de sorológico de alta sensibilidade) |
37) Quais as principais recomendações para o doador após a doação de ST? | Parar o veículo imediatamente se sentirem mal estar; não realizar esforço físico até 12 horas; comunicar serviço caso tenham sinais, sintomas ou diagnóstico de processo infeccioso até 7 dias após a doação; comunicar em caso de diagnóstico de malária até 30 dias. |
38) Principais grupos de risco para GVHD, necessitando de HC irradiados? | Transfusão intra-uterina, RN baixo peso ou prematuro, portadores de imunodeficiência congênitas, imunossuprimidos pós-transplante de MO, pacientes em tratamento ou imunossupressor para malignidades hematológicas, receptor de plaquetas HLA compatíveis, qualquer grau de parentesco, transfusão de CG, entre outros. |
39) Na transfusão de CH, sempre precisamos repetir a tipagem ABO direta e RhD nos testes pré-transfusionais da bolsa? | A tipagem ABO sempre é repetida. Já a tipagem RhD precisa ser repetida apenas quando a bolsa é rotulado como "RhD negativo". Não é necessário repetir pesquisa de D fraco. |
40) Corrija a afirmação a seguir: o uso de hemácias fenotipadas é obrigatório para receptores que possuem PAI positivo com aloanticorpo identificado e para pacientes que estão ou entrarão em transfusão crônica. | É obrigatório apenas se houver PAI com aloanticorpo identificado. No caso de transfusão crônica é recomendado. |
41) O que se deve fazer caso o CH a ser transfundido num RN não seja tipo O e tipagem ABO entre mãe e filho seja diferente? Justifique. | Deve-se realizar pesquisa de anti-A e anti-B no soro da criança antes da transfusão, pois pode haver anticorpos maternos na circulação da criança. |
42) Cite principais contraindicações absolutas de transfusão autóloga. | ICC descompensada, estenose aórtica grave, angina pectoris instável, IAM ou AVCi nos últimos 6 meses, cardiopatia cianótica, infecção ativa ou tratamento com antimicrobiano. |
43) Quais medidas de hemovigilância devemos tomar quando ocorrer uma TRALI? | Deve-se rastrear o doador envolvido e demais componentes sanguíneos dele coletados. Os doadores associados a TRALI serão liberados para doação de ST. Contudo, o CH deve ser lavado e plasma será usado apenas para fracionamento industrial. Eles também não poderão doar plaquetas por aférese. |
44) Como deve ser realizada a liberação de CH na transfusão maciça? | Se o tipo sanguíneo do receptor for desconhecido, liberar CH O- filtrado e irradiado. Depois da tipagem, liberar apenas isogrupo. Se o tipo sanguíneo do receptor for compatível, liberar isogrupo e/ou compatíveis. |
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