Relações entre o pensamento descolonial
e o modelo de cidadania do novo
constitucionalismo latino-americano
Contribuições relativas ao
debate contemporâneo
sobre cidadania
Referências teóricas do
Pensamento Descolonial
Projeto “Modernidade e Colonialidade”,
criado por acadêmicos latinos-americanos.
Características
Transdisciplinaridade, envolve
áreas da filosofia, economia
política, teoria literária, história,
sociologia, antropologia, teoria
feminista e ecologia política;
América Latina como
espaço epistemológico,
para além de geográfico;
Autocompreensão como comunidade de
argumentos que trabalha coletivamente,
promovendo mudança no conteúdo e
nos “termos” dos seus diálogos;
Tomada de posição política enquanto sujeitos
da academia em três espaços convergentes:
agentes e movimentos subalternos/ intelectuais
- ativistas em espaços mistos/universidades.
Plano de pesquisas
pautado por perspectiva
crítica e emergente.
Busca conhecer, compreender e sentir o processo articulado de
modernização e colonização proveniente da Europa e seus
efeitos nos povos latino-americanos e seus saberes eclipsados,
desvendando e visibilizando a face oculta da dominação
promovida pelas vias da política, economia e do conhecimento.
Textos mais utilizados são os de Quijano e Fanon,
que apresentaram os referenciais da colonialidade
do poder e da raça como critério fundamental de
construção do modelo do “Ocidente”.
Primeiro elemento estruturante abordado é a
própria modernidade enquanto paradigma.
Quijano identifica na cosmovisão
do eurocentrismo uma lógica de
linearidade/evolucionismo e de
dualismos, segundo a qual todos os
processos históricos de construção
e reformulação do conhecimento
teriam a mesma origem e levariam
ao mesmo resultado.
É visível o tripé fundacional
“modernidade-colonialidade-capitalismo”, que
representa o chamado “novo padrão global de
poder”, estruturado na articulação entre:
Conjunção de formas
de mercado distintas.
Categorização dos indivíduos
(diferença de raça).
Divisão social e
racial do trabalho.
Mignolo propõe uma gramática da
“descolonialidade”, marcada por uma mudança de
léxico como estratégia de inovação e descolamento
das grandes tradições epistemológicas
europeias/estadunidense enquanto sistemas de
pensamento e de suas expressões, categorias e
conceitos como reflexo de uma realidade diversa.
Ele quer instaurar uma “desobediência
epistêmica”, que pense nos processos de
superação das opressões sofridas pelos
sujeitos colonizados e seus saberes ofuscados.
Partindo do seu local de fala específico,
sem abandonar as conquistas já obtidas e
sem eliminar as categorias “universais”
que, embora impostas, podem ser
ressignificadas em sentidos libertários.