A modernidade é um período de tempoque se
caracteriza pela realidade social,cultural e econômica
vigente no mundo.
Réne descartes A modernidade caracteriza-se, no pensamento filosófico, como
uma nova forma de pensamento e visão de mundo que procura a partir de
conceitos chaves, tais como razão técnica, progresso, emancipação e sujeito,
desenvolver uma reflexão sobre o homem e sobre o mundo que se oponha ao
modelo teleológico e organicista da escolástica.
A modernidade construiu-se em meio aos conflitos ideológicos da razão objetiva instrumental,
utilizada como ferramenta de abordagem de questões do pensamento humano e de sua realidade.
Assim, o pensamento tradicional, ligado ao pensamento teológico e religioso, foi progressivamente
abandonado. Max Weber referiu-se a esse fenômeno como o processo de “desencantamento do
mundo”, no qual o sujeito moderno passou a despir-se de costumes e crenças baseados em tradições
aprendidas que se apoiavam nos pilares fixos das religiões. Explicações e questionamentos baseados
na utilização da razão instrumental quebraram noções preconcebidas e ancoradas no núcleo religioso.
A desordem inicial que o mundo moderno encontrou com o abandono dos princípios
religiosos que sustentavam costumes e organizações sociais foi a força motriz para o
que o sociólogo Zygmunt Bauman defendeu ser uma das principais características da
modernidade: a busca pela ordem. Essa busca já havia sido anunciada por Thomas
Hobbes, ainda no século XVII, com a descrição do poder que um Estado soberano
deveria ter como controlador de seus súditos e responsável pelo reforço da ordem,
especificando aquilo que era aceitável ou o que era repulsivo.
O pensamento racional e o método cartesiano pavimentaram o caminho para os
eventos que foram vistos como o ponto inicial da era moderna: a revolução industrial
É comumente entendido que os
eventos que se iniciaram com a
Revolução Francesa foram o ápice da
superação do pensamento e das
organizações sociais tradicionais que
marcaram o período medieval
O desenrolar da Revolução Francesa teve como base a construção ideológica que
convencionamos chamar de Iluminismo. O pensamento iluminista e os pensadores empiristas,
que acreditavam que o conhecimento verdadeiro estava na experiência a partir dos sentidos,
estabeleceram a razão e a ciência como a forma verdadeira de se conhecer o mundo. Esse
pensamento racionalista inerente ao Iluminismo revirou toda a estrutura social da França, que
era construída sobre pilares tradicionais fundamentalmente teológicos, o que abalou todos os
pilares sociais e políticos do país em que o domínio monárquico absolutista se apoiav