O lúpus eritematoso sistêmico (LES) é uma doença inflamatória
crônica, multissistêmica, de causa desconhecida e de
natureza auto-imune, caracterizada pela presença de diversos
auto-anticorpos. Evolui com manifestações clínicas polimórficas,
com períodos de exacerbações e remissões. De
etiologia não esclarecida, o desenvolvimento da doença está
ligado à predisposição genética e aos fatores ambientais,
como luz ultravioleta e alguns medicamentos.
PCR nromal ou pouco
elevada (se mt elevada
[>10], pensar em infecção
bac)
dim complemento
(pp o total [CH50] e
C3 e C40
Resposta
Quantificação dos níveis
séricos de anti-DNA e
complemento (pp C3) é
útil para monitorar a
atividade e a resposta
terapeutica
Queda do hematócrito
pode ser um dos critérios
de atividade lúpica assim
como sua melhora um
marco de remissão
DIAGNÓSTICO
O diagnóstico das MNP
envolve a exclusão rigorosa
de eventos secundários a
outras situações clínicas
como distúrbios
metabólicos, infecções ou
uso de medicamentos.
Artrocentese
pouco derrame articular,
padrão levemente
inflamatório, redução do
complemento, anticorpo
anti-nuclear positivo
Critérios diagnósticos
Medidas Gerais
Fotoproteção
Redução de
fatores de risco
Controle da PA(130x80) com
IECA ou Ant Angio II, dieta,
tabagismo, obesidade, perfil
lipídico, proteinúria.
Indicados os agentes inibidores
da angiotensina, tendo em vista
seus efeitos antiproteinúricos e
renoprotetores, exceto quando
ocorrer disfunção renal aguda
Os antimaláricos têm efeito
benéfico no controle da
dislipidemia de pacientes com
LES.
Manter LDL abaixo
de 100
(preferencialmente
<70) - se disfunc
renal grave,
preferencia por
atorvastatina ou
fluvastatina
Repouso relativo: quanto
mais ativa a doença, maior
a necessidade de repouso
(exaustão evitada)
Vacina antipneumocócica e
anti-influenza inativadas
medicações causadoram de
lupus farmaco-induzido não
precisam ser evtadas para
pacientes com doença ativa
(metildopa e fenitoína)
Sulfonamidascostuma ser
mal tolerada
Evitar alfafa, figo,
aipo e salsa, já o
óleo de peixe
mostrou
benefício
TRATAMENTO MEDICAMENTOSO
COMPROMETIMENTO
CUTÂNEO
Corticóide tópico de baixa
potência (hidrocortisona)
Corticóide tópico de MÉDIA
POTÊNCIA(betametasona) ou
INJEÇÃO de corticóide de depósio
(triancinolona) para casos retritos
Corticóide tópico potente
(clobetasol) >> uso >2s podem
causar atrofia de pele
Refratários ou com lesões
cutâneas extensas: terapia
sistêmica preferencialmente
com antimaláricos
(HIDROXICLOROQUINA
400mg/dia) com melhora
entre 6-12 semanas
Prednisona sistêmica
anti-inflamatória (<0,5mg/Kg/dia) ou
talidomida (100-200mg/dia) ou
metotrexate ou azatioprina ou
micofenolato
Casos graves: ciclofosfamida ou
imunoglobulina IV
Lúpus bolhoso
Pode ser tratado com Dapsona
(25-200mg/dia)
COMPROMETIMENTO ARTICULAR
AINES
PREDNISONA dose baixa/intermediária
(<7,5mg/Kg/dia até 30mg/kg/dia) ou
ANTIMALÁRICOS
Refratários: Metotrexate
COMPROMETIMENTO
HEMATOLÓGICO
prednisona em dose alta a muito alta, por 4-6 semanas com
posterior redução, na dependência da resposta. A pulsoterapia com
metilprednisolona deve ser indicada para casos graves
Nos casos refratários à corticoterapia ou quando houver necessidade de altas
doses de manutenção, pode-se associar azatioprina à prednisona em baixas doses
ou danazol à prednisona. Imunoglobulina intravenosa mostrou ser eficaz em
pacientes com anemia hemolítica auto-imune, podendo ser indicada em casos
muito específicos como os que têm contra-indicação ou toxicidade com outras
terapias.
Prednisona em dose alta é o tratamento de escolha para
plaquetopenia sintomática no LES. Pulsoterapia com
metilprednisolona pode ser utilizada para plaquetopenia grave,
quando se requer resposta mais rápida.
COMPROMETIMENTO
CARDIOPULMONAR
O envolvimento das túnicas cardíacas geralmente apresenta boa resposta à
corticoterapia, em doses moderadas, com exceção das miocardiopatias, que
em alguns casos podem ter resposta inadequada.
Pleurite: corticosteróides em doses moderadas. O comprometimento
parenquimatoso, embora mais raro, é muito grave, principalmente a
pneumonite aguda e a hemorragia pulmonar >> imunossupressão
vigorosa com corticosteróides e imunossupressores.
NEUROPSIQUIÁTRICAS
(psicose, vasculite do SNC,
mielite transversa)
Prednisona altas
doses ou pulso de
metilprednisolona
Doenças cerebrovasculares (por fenôm
tromboembólicos >> relacionados aos
anticorpos antifosfolípides) o uso de
anticoagulantes está indicado.
Casos graves ou recidiva com altas
doses de corticóide para manutenção:
associar a imunossupressores (pp
Ciclofosfamida)
Dirigido ao tipo de
manifestação
Nefrite Lúpica
Os principais objetivos do
tratamento da nefropatia do LES
são: controlar a atividade
inflamatória e prevenir a evolução
para a insuficiência renal crônica. :
casos mais graves
classes III e IV
(glomerulonefrite
proliferativa)
glicocorticóide 1 - 2
mg/kg/dia de
prednisona, por 6 a 8
semanas,
seguindo-se sua
redução progressiva
até 0,25 mg/kg/dia.
casos mais graves, com
disfunção renal aguda
(glomerulonefrite rapidamente
progressiva) a pulsoterapia com
metilprednisolona está indicada
>> imunossupressores
demoram 14 dias para iniciar
seu efeito e até 3m para uma
atividade plena
Classe IV não se befeficia de
tratamento imunossupressor
agressivo pois os glomerulos já
estão esclerosados
Nos pacientes
com nefrite
membranosa
(classe V )
sem componente de
nefrite proliferativa >>
tipicamente evoluem
espontaneamente porém
corticóide deve ser usado
nos casos de pior
prognóstico (sindrome
nefrótica franca,
disfunção renal)
Na situação de evolução para a
perda cronicamente evolutiva da
função renal, com depuração de
creatinina menor que 30 ml/min,
não estará indicada a terapia
imunossupressora com
glicocorticóides ou citostáticos,
exceto para o tratamento de
manifestações extra-renais
A terapêutica substitutiva
renal poderá incluir a
utilização de métodos
dialíticos e o transplante
renal. A indicação deste
último procedimento deverá
obedecer à um prazo não
inferior a um ano de
remissão da atividade do
LES.
Classe III leve (brandos)
prednisona0,5mg/kg/dia
Graves
Indução da remissão
IMUNOSSUPRESSORES
(ciclofosfamida pulsos mensais
por 6m/ micofenolato) + corticóide
Micofenolato apresenta menos
efeitos colaterais e melhor resposta
em negros e hispânicos
Manutenção
Micofenolato ou
azatioprina por
18-24m
Cliclofosfomida não deve ser usada
por períodos prolongados pelo risco
de infertidade e CA de bexiga
Rituximabe tem sido
avaliado para casos
resistentes
Dependerá dos órgãos
ou sistemas acometidos
e da gravidade desses
Formas Graves
Nefrite,
acometimento do
SNC, miocardite,
penumonite, vasculite
sistêmica, anemia
imuno-hemolítica e
trombocitopênica
Imunossupressão agressiva:
CORTICÓIDE (prednisona
1-2mg/kg/dia VO em 2-3
tomadas +/-
IMUNOSSUPRESSORES
ciotóxicos (ciclofosfomida
1-3mg/kg/dia ou
pulsoterapia mensal
0,5-1g/m2 por dose,
micofenolato 2-3g/dia,
azatioprina 2-3mg/kg/dia)
Anemia
imuno-hemolítica ou
tombocitopênica
refratárias:
imunoglobulina IV ou
esplenectomia
Risco iminente de vida:
pulsoterapia com
metilprednisolona IV
1g/dia por 3 dias
Risco de crise
hipertensiva (edema
pulmonar), descontrole
glicêmico, infecção
15-45a
Negros> brancos
Doença autoimune crônica, incidiosa e
recidivante marcada pela produção de
autoanticorpos e imunocomplexos
diversos desenvolvendo focos de
inflamação em diferentes tecidos tanto
pela formação local quanto a no soro
seguido por sua deposição recidual
Fatores de risco
genéticos
Deficiência dos componentes iniciais do sist complemento (C1q,C2 e
C4) - levando a uma exposição duradoura a células apoptóticas
facilitando o desenvolvimento de autoimunidade
Def recp Fc de imunoglobulinas - reduz o clearnce de
imunocomplexos facilitando seu acúmulo do organismo
(fortemente assoc a nefrite lúpica)
Fator regulador de Interferon (IRF5) - exacerba o
funcionamento da imunidade inata
Presença de HLA-DR2 e DR3 - predispoem a
formação de autoanticorpos (pp anti-DNA)
Def nos mecanismo de autorreg do sist
imune levando a uma ativação exagerada
ambientais
Luz ultravioleta (tipo A>tipoB)
Medicamentos: hidralazina, isoniazida, procainamida,
fenitoína, clorpromazina, d-penicilamina, metildopa,
quinidina, interferon alfa (tto hepatite C) e anti-TNF alfa(AR)
Tabagismo
sílica
Ag Microbiológicos: EBV
Manifestações clínicas
Cutâneas
Específicas
Agudas
Erupção Malar ("asa de borboleta") - podendo ser elevada, pruriginosa ou dolorosa SEM
pápulas ou pústulas e NÃO ACOMETE OS SULCOS NASOLABIAIS
Fotossensibilidade
Anti-RO
Sub-Aguda
Lúpus cutâneo subagudo - cursa com lesões eritematodescamativas difusas não
ulcerativas predominando em MMII e parte superior do tronco - não deixam
sequelas. Geralmente acompanhanda por sintomas musculares
Envolvimento do dorso das falanges de forma a
poupar os nós articulares das interfalangianas
Crônica
Lupus Discóide: face, pescoço, couro cabeludo, pavilhão auricular. Talangectasia,
placas eritematosas infiltradas e hiperpigmentadas que evoluem com uma cicatriz
despigmentada e atrófica no meio da lesão. Alopécia irreversível
A longo prazo o lúpus
discoide aumenta o risco
de carcinoma
epidermóide da pele (gte
nas áreas atróficas)
Paniculite de Kaposi - nódulos firmes e dolorosos no subcutâneo
Não específicas
Alopécia não discóide (reversíve)
Vasculite cutânea - manifestando-se como lesões purpúricas/petequiais ou
urticariformes podendo surgir ulceras cutânessa e até necrose digital. Pode
estar assoc a anticorpos antifosfolipidios com formação de trombos
Livedo reticular - aspécto escamoteado ou marmóreo da pele
telangectasias
Fenômeno de Raynaud- vasoespasmo>> palidez-cianose-rubor
Lúpus bolhoso
Úlceras mucosas com aspécto aftoso (palato, lábios, septo
nasal, vagina) tipicamente NÃO dolorosa
Sintomas constitucionais,
perda de peso, FEBRE
Articulares/ musculares
Artrite de padrão simétrico, distal e migratório com duração de 1-3 dias em
cada articulação (pp arti: mãos, punhos e joelhos)
Rigidez inferior a 1h
Tipicamente SEM lesões erosivas articulares porem pelo acometimento dos tecidos
periarticulares como tendoes pode haver deformidades redutíveis à manipulação
(artropatia deformante não erosiva = ARTROPATIA DE JACCOUD)
OSTEONECROSE ( NECROSE ÓSSEA AVASCULAR) Dor persistente em
poucas topografias (pp quadril) após resolução de um quadro de
poliartrite >> relacionado à ativ lúpica em si mas também ao uso de
corticoides e a preseça de anticorpos antifosfolipideos
Miopatia/miosite. Níveis séricos aumentados de enzimas
musculares raramente são vistos
Renais
Clínico: Edema, oligúria e
hipertensão arterial (um
número significativo de
casos pode estar
assintomático).
(1) proteinúria >500mg/24h ou >3 no EAS (2)
cilindros celulares no sedimento urinário
Síndromes glomerulares
Hematúria isolada
cilindrúria
proteinúria isolada
Sd nefrítica
GN rapidamente progressiva
(crescentes)
Sd nefrótica
deposição de
imunocomplexos
DNA/anti-DNA é
base da lesão +
depósito de C3, C4 e
C1q
Classificação da glomerulopatia lúpica: I -Mesangial
mínima II -Mesangial proliferativa III -Glomerulonefrite
proliferativa focal ) IV -Glomerulonefrite proliferativa
difusa V -Glomerulonefrite membranosa
Pulmonares
Pleurite lúpica
Derrame pleural: uni ou bilateral com exudato com glicose normal e dim do complemento
Pneumonite: febre, tosse, dispnéia, hemoptise, infiltrado pulmonar difuso pp em
bases SECUNDÁRIO A UM PROCESSO INFECCIOSO.
Fibrose pulmonar (antifosfolip)
HApulmonar
Tromboembolismo pulmonar / TVP (antifosfolip)
Sd do pulmão contraído: elevação da capsula diafragmática s/ alt do parênquima
Cardíacas
Pericardite/derrame pericárdico
Miocardite: taquicardia sinusal sem motivo aparenteou taquipnéia aos esforços. Aum
da área cardiaca no RX e alterações inespec ao ECG. Em casos raros pode causar ICC.
Endocardite de Libman-Sacks: vorma não verrucosa e não bacteriana de endocardite ou
valvulite cardíaca (pp mitral). Gerando sopro e podendo causar emolia arterial
Coronariopatias: Aterosclerótica ou vasculitica podendo causar IAM. ALTO RISCO CARDIOVASCULAR
Psiquiátricas
Déficit de memória,
dificuldade de se
concentrar,disfunção
cognitiva leve, alt de
personalidade, demência
lúpica (raro)
Psicose lúpica: (gte no 1ano da doença)
quadro de delirium com estado
confusional, ilusões persecutórias,
flutuação do nível de consciência,
alucinações visuais e auditivas.
Diferenciar de psicose induzida por
corticóide (doses >40mg/dia pred)
>> teste diag: redução da dose ou
retirada do corticóide
Anti-P
Neurológicas
De forma isolada ou não
podendo acometer qualquer
região do SNC ou P
Cefeléia (enxaqueca ou tensional)
Convulsões (de qualquer tipo)
AVE isquêmico: (1)trombose cerebral na sd do
anticorpo anti-fosfolipídeo, (2)embolia cerebral na
endocardite de Libman-Sacks (3)vasculite cerebral
(4)embolka arteriocerebral pela arterosclerose
Meningite asseptica (pode ser
precipitada por AINES ou azatioprina)
Neuropatias periféricas (isquemia vascular dos nervos),
distúrbios do movimento, mielite transversa,
mononeurite multipla (vasculite sistêmica)
Hematológicas
Anemia de doança crônica
(eritopoiese
deficitária)/anemias
carênciais
Anemia
hemolítica
autoimune
(por IgG e com
Coombs direto
positivo) com
reticulocitose
SD de EVANS - anemia
hemolítica +
trombocitopenia
linfadenopatia cervical
ou generalizada e
esplenomegalia
(hiperatividade
autoimune)
lesão histológica nas artérias e
arteríolas esplênicas com as
aspecto de "casca de cebola"
Linfoma (pp não-Hodgkin)
Distúrbios hemorrágicos (coagulopatia
adquirida pp pelo anticorpo antifator VIII) na
presença de PTT alargado e TAP (INR) normal
Gastrointestinais
dor abdominal difusa importante
com ou sem descompressão
dolorosa: PERITONITE(serosite),
VASCULITE MESENTÉRICA (infato
intestinal), PANCREATITE