DEFINIÇÃO: doença respiratória que se caracteriza pela obstrução crônica do
fluxo aéreo, que não é totalmente reversível. A obstrução do fluxo aéreo é
geralmente progressiva e está associada a uma resposta inflamatória anormal
dos pulmões à inalação de partículas ou gases tóxicos.Dentro da sua síndrome
estão dispostas doenças inflamatórias dos brônquios (bronquite crônica),
bronquíolos (bronquiolite obstrutiva) e parênquima pulmonar (enfisema).
FATORES DE RISCO
Externos
Tabagismo, poeira ocupacional, irritantes
químicos, fumaça de lenha, infecções
respiratórias graves na infância e condições
sócio econômicas
Patogenia do tabaco
1. Estimulo a produção de muco e a hipertrofia das glândulas
submucosas; 2. redução/bloqueio do movimento ciliar das
células epiteliais; 3. ativação de macrófagos alveolares a
secretar fatores quimiotáticos (IL-8, TNF alfa e LTB4) que
estimulam o recrutamento alveolar de neutrófilos; 4. ativam
neutrófilos a produzir enzimas proteolíticas, como a
elastase; 5. inibem a atividade da alfa 1 antitripsina
Individuais
Deficiência de alfa 1 antitripsina,
deficiência de glutationa transferase, alfa1
antiquimotripsina, hiper-responsividade
brônquica, desnutrição, prematuridade.
Resposta inflamatória ampliada, com forte
componente genético, além de um desequilíbrio
entre proteases-antiproteases e stress oxidativo
como resultado do tabagismo. Isso resulta em
um remodelamento das vias aéreas e destruição
do parênquima pulmonar
Bronquite Obstrutiva Crônica
1. Hipertrofia das glândulas submucosas na
traqueia e nos brônquios, causando
hipersecreção de muco nas grandes vias aéreas.
2. Aumento acentuado das células caliciformes
Aumento da secreção de muco
nas vias aéreas proximais
Bronquiolite obliterante
Redução do lúmen dos bronquíolos por fibrose e edema
Enfisema pulmonar
Destruição progressiva dos septos alveolares que
gera um aumento irreversível dos espaços aéreos
distais ao bronquíolo terminal
CONSEQUNTEMENTE
Redução da elasticidade pulmonar
devido ao enfisema e a bronquiolite
Aumento da resistência a saída do ar inspirado
Hiperinsuflação
Auto-PEEP positivo que aumenta o trabalho
da musculatura respiratória na inspiração
Utilização de musculatura acessória
(esternocleidomastoideo, intercostais, abdominais)
e retificação de cúpulas
Distúrbio V/Q
Enfisema+bronquite levam a alvéolos
mal perfundidos (shunt parcial)
Hipoxemia
PODENDO LEVAR A...
Hipetensão Arterial Pulmonar
Cor pulmonale
1. Agravamento do distúrbio V/Q;
2. Aumento do espaço morto
fisiológico; 3. Hipossensibilidade
do centro respiratório bulbar ao
CO2
Retenção de CO2
Acidose respiratória
Retençao de HCO3-
FISIOPATOLOGIA
DIAGNÓSTICO
HISTÓRIA CLÍNICA
SINTOMAS
Tosse: diária ou intermitente, produtiva em 50% dos fumantes.
Dispneia: insidiosa, progressiva, piora com exercícios,
evoluindo para o repouso ou mínimos esforços
MRC
GRAU 0: dispneia apenas com esforços extenuantes
GRAU 1: dispneia quando anda com pressa em nível
plano, ou quando sobe normalmente uma inclinação
leve GRAU 2: caminha mais lentamente do que as
pessoas da mesma idade por causa de dispneia ou
necessidade de parar de andar por causa de dispneia,
mesmo andando em seu próprio ritmo em nível plano
GRAU 3: para de andar por causa de dispneia após
100 m de caminhada ou após alguns minutos em nível
plano GRAU 4: dispneia que impede o indivíduo de
sair de casa ou que aparece aos mínimos esforços
como se vestir ou tirar as próprias roupas
FATORES DE RISCO
EXAME FÍSICO
ENFISEMATOSO
PINK PUFFERS
À inspeção, pele com tom avermelhado (policitemia devido a
hipóxia crônica) e tórax em tonel; geralmente são magros,
apresentando dispneia do tipo expiratória, mas sem sinais de
cor pulmonale ou hipoxemia significativa. A ausculta revela
apenas a diminuição acentuada do murmúrio vesicular, sem
ruídos adventícios.
BRONQUÍTICO
BLUE BLOATERS
Apresentando hipoxemia significativa com cianose (devido a
dessaturação da Hb). A hipoxemia leva ao cor pulmonle e,
logo ao quadro de insuficiência de VD e congestão sistêmica.
Daí o corpo inchado. Os pacientes costumam ser obesos. A
ausculta pulmonar é rica em ruídos adventícios.
EXAMES COMPLEMENTARES
Hemograma: eritrocitose
Gasometria: Hipoxemia (PaO2<55mmHg ou
Sa02<88%), hipercapnia, aumento de HCO3
e BE, pH discretamente baixo
ECG: alterações de Cor pulmonale
RAIO X: retificação de hemicúpulas diafragmáticas; hiperinsuflação
pulmonar; hipertransparência; aumento dos espaços intercostais;
redução do diâmetro cardíaco; aumento do espaço aéreo
retroesternal no perfil, espessamento brônquico
Espirometria: VEF1/CVF<70%
ESTÁGIO 1 - LEVE
VEF1/CVF <70% e VEF1>= 80%
ESTÁGIO 2 - MODERADA
VEF1/CVF <70% e VEF1 entre 50 e 80%
ESTÁGIO 3 - GRAVE
VEF1/CVF< 70% e VEF1 entre 30 e 50%
ESTÁGIO 4 - MUITO GRAVE
VEF'/CVF <70% e VEF1 <30%
TRATAMENTO
Não medicamentoso
Cessar tabagismo
Vacinação influenza e pneumococo
Reabilitação pulmonar e fisioterapia
Medicamentoso
Broncodilatadores
Beta 2 agonista
Curta duração: salbutamol, fenoterol, terbutalina;
Longa duração: formoterol, salmeterol, indacaterol
Anti colinérgicos
Ipratópio, tiotrópio, indacaterol, umeclidíneo
Corticoides Inalatórios
Curta duração: beclometasona; Longa duração:
budesonida, fluticasona, mometasona