É a condição álgica na região torácica posterior, região a qual se localiza a coluna vertebral torácica,
músculos, tegumento, estruturas subtegumentares e costelas
Etiologias da Dorsalgia
Afecções Músculo-Esqueléticas
Síndromes Dolorosas Miofasciais
(SDMs): a síndrome acomete os
músculos da região dorsal e causa dor
na área que varia de acordo com o
ponto gatilho, sendo agravada durante
a execução de atividades musculares
Músculos da região Dorsal
Músculos com inserção extra dorsal: m.
Trapézio cervical, m. Esplenio do pescoço
cervical, m. Elevadores da escápula cervical.
m. Grande dorsal
Camada superficial: m. rombóides
Camada intermediária: m. serrátil posterior
Camada Profunda: m. Espinhal longo, m.
Eretores da Coluna, m. Íliocostal
Contraturas Musculares: Dor profunda,
pode estar associada a espondilolistese.
Ao examinar, observa-se dor e espasmo
na musculatura da dor referida
Paciente: Noemi Marques
Queixa principal: Dor em coluna Torácica, entre T1 E T6, durante as
AVDs, dor do tipo queimação, não sente dor estática.
Exame Físico
Peso: 78kg| Altura: 1,66 m | IMC 28,3 (sobrepeso)
Dados Vitais: PA sentado 140/100|PA em pé
140/100|FC: 64 bpm|FR 22 rpm
Inspeção: Vista posterior, paciente apresenta calo gorduroso em ombro esquerdo.
Vista anterior possui protusão de ombro e Vista lateral hipercifose torácica; Existe
ainda diminuição do trofismo muscular por processo degenerativo do
envelhecimento biológico. Pigmentação da pele apresenta-se normal, uniforme, sem
edema. Escápulas aladas indicam o desequilíbrio muscular de serrátil, rombóides e
trapézio na vista posteior.
Palpação: Paciente refere dor ao palpar músculos eretores espinais
e na região dos processos espinhos entre T1 E T6. Ponto Gatilho em
músculos romboides, redondo maior, peitoral maior e menor. Bursa
e tendão do bíceps sem dor ao palpar.
Sensibilidade: Preservada em Teste de nervo axial e Teste
de musculocutâneo
Foco Fisioterapeutico: Diminuição da
hipercifose através do reequilíbrio
postural, fortalecimento de Core,
alongamento de cadeia anterior
(peitoral menor e maior),
fortalecimento de romboides,
liberação de trapézio superior e
escalenos e melhora da mobilidade de
ombro para estabilização de escápula.
Testes Geriátricos: A paciente
possui independência funcional a
partir da avaliação feita pelo teste
Balance e pelo Índice de Barther.
Fisiopatologia do Ponto Gatilho e Dor Miofacial:
Alterações Morfológicas: Aumento da rigidez nas manda musculares e nos pontos gatilhos
Neurotransmissores: Elevado nivel de neuropeptidios (exemplo: substância P ou peptidio relacionado
ao gene de calcitonina), catecolaminas (Norepinefrina) e citocinas pró-inflamatorias (TNF alfa,
Interleucina 1 beta, interleucina 6, interleucina 8) no pontos-gatilho.
Características neurosensoriais: dor referida que se espalha, hipersensibilidade para estímulo
nociceptivo (hiperalgesia) e ao estímulo não nociceptivo, sensibilidade à dor mecânica,
hiperatividade simpática, facilitação para dor local e referida e atenuação da resposta vascular.
Eletrofisiologia: estudos mostram atividade elétrica espontânea, atribuída ao aumento
dos potenciais de placa terminal em miniatura e maior liberação de acetilcolina nos pontos-gatilho
Prejuízo Motor: pontos-gatilho miofasciais podem induzir mudanças nos padrões de ativação muscular
normal e resultar em disfunção motora
Traumatismo
Osteoporose: a dor intensa à palpação no local e
no deslocamento articular e presença de
deforminadades no exame de imagem
Comprometimento neurológico: compressões nervosas
Queimaduras
Mecânico: fraturas da coluna vertebral, pode ser
decorrente de trauma em flexão, compressão ou
misto
Hérnia discal torácica: este tipo é comum, mas raramente
causa dorsalgia, casos de mielopatia e de radiculopatia pode
ser consideradas e são casos cirurgicos
Síndrome facetaria: Dor intensa, profunda e localizada, agravada a
hiperextensão e aliviada na flexão da coluna vertebral. Ao exame
observa-se dor a palpação, limitação da movimentação, retificação
da coluna dorsal e espasmos musculares paravertebrais.
Artrite costovertebral: dor profunda similar à dor vertebral. Esta aga-se a
movimentação e alivia com o bloqueio da articulação. Ao exame , observa-se dor
à palpação profunda.
Espondilite anquilosantes: Causa dor em peso na região dorsal, associada a
contração da musculatura paraespinal, pode haver compressão radicular e dor
radicular.
Doenças reumáticas: em caso de artrite, a inspeção revela deformidade, dor
localizada na região vertebral ou paravertebral a palpação, muitas vezes dor
segmentar, devido a neuropatia intercostal e espasmos musculares.
Metabólicas
Diabetes mellitus, doença de Paget e osteoporose
Tumorais
Comum em adultos, as lesões por tumores causam dor e espaço muscular na
região acometida, hiperalgia segmentar e radiculopatia secundária à
acentuação da cifose torácica e ou mielopatia. Identificados por exames. A
compressão paravertebral por tumores mediastinais, aneurisma de aorta,
abcesso paravertebral ou linfonódios causa dor moderada a intensa, contínua,
em queimor, no segmento acometido.
Visceropatias
Afecções cardiológicas: Dor recorrente do infarto,
geralmente intensa e descrita como aperto ou
compressão, acompanhada de náuseas, vômitos e
diaforese. A angina de peito pode ser por estenoso ou
insuficiência aórtica. No exame pode-se identificar
pontos gatilhos miofaciais.
Afecções da artéria aorta: Aneurismas podem causar dor
na região dorsal devido a excitação das estruturas
músculo-esqueléticas. Geralmente constate, irritante e
pulsante. É mais intensa na face anteior e rostral do toráx
em caso de lesão proximal e na região
interscápulo-vertebral em caso de lesão distal
Pneumopatias: Dor torácica, tóraco-braquial ou dorsal, pode ocorrer em doentes com
afecções pulmonares. Dor é comum em casos de infarto pulmonar e em alguns doentes
com pneumonia e com envolvimento de pleura. Em caso de pleurodínea a dor é
frequente e acompanha o local onde a inflamação esta presente e pode ser referida no
ombro em casos de acometimento da pleura diafragmática. A dor geralmente é
constate e agravada à respiração profunda, tosse, movimentação do tórax e repouso
sobre o lado afetado.
Afecções de esôfago: Dor decorrente da estimulação mecânica e intensa do esôfago.
Manifesta-se na região rostral ou caudal do externo, depende do acometimento do
esôfago. A dor simula isquemia miocárdica e aliviada com inibidores da bomba de
cálcio, antiácidos e leite. Em caso de refluxos, a dor irradia para epigastro, região
cervical e dorsal. Agrava-se com atividade física, ato de deitar, irritantes gástricos,
refeições volumosas e obesidade
Dor psicogênica
Comportamento ansioso, alterações de humor ou
outras anormalidades psíquicas geralmente associado
a dispneia, hiperventilação, palpitações, tonturas,
diaforese, sensação de fraqueza, aumento da tensão
muscular e aumento da tensão da parede torácica.
Pode estar associada a síndromes depressivas.
Neuropatias
São menos comuns que as nociceptivas, No caso de lesão
extramedular da medula espinal, a dor localiza-se na região dorsal,
torna-se radicular. Agravada pelo aumento da pressão liquórica e,
frequentemente, associada a SDM regional. Pode ser por lesão
epidurais e nestes casos, as dores se agravam à palpação e percussão
das apófises espinhosas e da musculatura paravertebral.
Infecções
Osteomielite, infecções discais, tuberculose vertebral e herpes zoster, causam
dor circunscrita moderada a intensa que se agrava a compressão e anoite. Os
sinais locais e sistêmicos de infecção e ador na região da apófise espinhosa ou
paravertebral possibilitam o diagnostico.