O Quinto Império

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Poema da Mensagem, de Fernando Pessoa. Uma interpretação em aula, a partir das interrogações do Manual - Plural 12, Raiz Ed., página 124
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O Quinto Império

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  • Poema de Fernando Pessoa, in Mensagem
  1. 2º poema (da 3ª parte) e 2º poema (da 1ª subdivisão)
    1. 22 - um dos números mestres

      Annotations:

      •    22/4 O Construtor - Palavras-chave: trabalho, construção, otimismo, poder.  Esse número denota o grande arquiteto, aquele que projeta coisas para o mundo sejam elas ideias novas sobre velhos problemas ou algum tipo de ordem, ONG, sociedade, sindicato, centro comunitário ou espiritual, ou qualquer outra instituição onde as pessoas se reúnam com um mesmo interesse para realizar algo. Materializa as soluções para os anseios alheios. As pessoas que nascem com o 22/4 tem sempre a impressão que vieram no mundo para fazer algo grande, algo que não beneficie apenas a elas mesmas, deixando um legado. Grandes empresários costumam ter esse número em seus numeroscópios. Sua visão de mundo não inclui apenas o universo frio das cifras e do lucro, mas também o das necessidades humanas e da ética. A ideia de um mundo globalizado, ou a de um mundo com justiça e oportunidades para todos são típicas de um 22/4. Se não ouvir suas aspirações interiores poderá viver como um 4 inferior, buscando apenas a estabilidade individual, sem nenhuma consciência global. Sua sombra é do cínico desconfiado que sempre acha que os outros se aproximam dele querendo alguma coisa.  
      1. 33º poema do livro

        Annotations:

        •    33/6 O Líder - Palavras-chave: idealismo, comando, harmonia. O líder e instrutor, o 33/6 é o numero mestre daqueles que assumem para si o papel de instrutores da humanidade, que combatem as trevas da ignorância e do medo. Defensores dos direitos humanos, pesquisadores da área científica, ou mesmo da espiritualidade que mostram ao mundo verdades que nem sempre interessam ao sistema são regidos por esse número. Atuam também como professores, comunicadores, oradores, escritores ou até mesmo artistas que fazem da sua arte um instrumento de denúncia de contradições ou abusos da humanidade como um todo, ou de governos. São ótimos no comando, aprendendo a liderar e ouvindo seus comandados, sabem delegar e ordenar sem tiranizar. Possuem autoridade interior. São excelentes tradutores de sistemas complexos (científicos ou mesmo esotéricos) para o homem comum, por isso são exímios professores e mestres de ensino acadêmico ou espiritual. Sua inteligência privilegiada compreende todas as nuances de um assunto, captam com clareza tanto a harmonia quanto a desarmonia. Se viverem apenas com um 6 suas atuações se limitarão ao seu pequeno círculo social  imediato. Sua sombra é a do líder excêntrico e violento.   
        1. Um pouco de numerologia:
          1. 3+1=4

            Annotations:

            • . É o número da terra e representa estabilidade e fidelidade. Simboliza as quatro estações do ano, os elementos e as pontas dos compassos. Este número relaciona-se com trabalho organizado e dirigido para massas, a preocupação com detalhes, a energia para construir e concretizar. Se por um lado é a limitação e a dureza, por outro simboliza a segurança, a estabilidade, os esforços premiados. Está relacionado com o mundo material, com o senso prático, a autodisciplina. Para construir é preciso valer-se de sua força e poder. Desenvolve o senso prático, a autodisciplina. A defesa das tradições, e um certo conformismo.
          2. 1. Explicita o conceito de vida autêntica exposto na primeira parte do poema
            1. «Ser descontente é ser homem» - o contentamento é comparado ao imobilismo. Só o desejo insaciável é fonte de criação.
            2. 3. Estabelece a relação entre as duas partes (do poema)
              1. As duas partes relacionam-se porque o sonho e a insatisfação serão as ferramentas da construção do V Império. O sonho desenrola-se de noite, mas é de dia que se concretiza - a noite, em si nada cria. Só através do sonho construiremos o V Império, levando Portugal à liderança espiritual do mundo, completando o desígnio que D. Sebastião não pode já cumprir.
              2. 4. Interpreta a interrogação final.
                1. Sendo uma interrogação retórica, não espera resposta. Ela pode apontar para uma interpretação pessimista, a de que, morto D. Sebastião, morreu a esperança de um V Império português; ou uma interpretação optimista, de que morto D. Sebastião, a sua verdade pode ser vivida por cada um dos portugueses.
                2. D. Sebastião - O Desejado, porque o seu nascimento foi profundamente desejado por um reino que corria o perigo de perder a independência; mas também O Encoberto, por ter desaparecido na Batalha de Alcácer Quibir e ser o mito messiânico português, aquele Rei que, como o mítico Rei Artur, não morreu e voltará um dia para salvar o país e reconduzi-lo à glória
                  1. Quais são os quatro impérios anteriores?
                    1. 1º Grécia
                      1. Um império espiritual: a Grécia não é uma unidade política mas civilizacional. É também a mãe espiritual da Europa.
                      2. 2º Roma
                        1. Um império material: Roma é sobretudo organização, estradas, impostos, segurança, lei... A matriz espiritual de Roma é já a Grécia.
                        2. 3º Cristandade
                          1. Um império espiritual: a Cristandade nunca foi uma unidade política e a autoridade do Papa é sobretudo espiritual, mesmo se teve alguma importântica temporal. O Crisitanismo é o pai espiritual da Europa.
                          2. 4º Europa
                            1. Um império material: a Europa dominou o mundo através do poderio industrial. Segundo F. Pessoa, este império é, sobretudo, o império da Inglaterra (que é a pátria da Revolução Industrial). De facto, e à semelhança do império romano, a Revolução Industrial representou sobretudo um domínio material.
                            2. No seu livro CULTURA (tudo o que é preciso saber), Dietrich Schwanitz considera que os livros fundadores da civilização ocidental são A ODISSEIA e A BÍBLIA, e chama a atenção para um pormenor curioso: a Bíblia é supostamente de origem divina, ditada por Deus e a Odisseia é atribuída a Homero, um poeta lendário que até pode não ter existido, o que o torna semelhante a Deus. Segundo a lenda, Homero era cego, segundo a Bílbia, Deus não pode ser visto, o que coloca uma série de interessantes questões filosóficas sobre os fundamentos da nossa civilização.

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                            Matheus Neves Maynart