Letramento e alfabetização: as muitas facetas Magda Soares

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Letramento e alfabetização: as muitas facetas Magda Soares
  1. Por volta dos anos 80, em alguns países europeus como França, Portugual e Inglaterra, nos Estados Unidos e no Brasil ocorreu ao mesmo tempo a invenção do termo letramento.
    1. Nos países desenvolvidos, ou do Primeiro Mundo, as práticas sociais de leitura e de escrita assumem a natureza de problema relevante no contexto da constatação de que a população, embora alfabetizada, não dominava as habilidades de leitura e de escrita necessárias para uma participação efetiva e competente nas práticas sociais e profissionais que envolvem a língua escrita.
    2. Busca distinguir a definição de alfabetização e letramento.Considera o letramento importante e realça a importância dos métodos no ensino da alfabetização.
      1. "As muitas facetas da alfabetização", procura expor as diversas facetas inclusas na concepção de alfabetização. Revela a existência de aspectos psicológicos, sociolingüísticos e culturais que precisam ser considerados.
        1. A faceta sociolingüística corresponde aos usos sociais da língua, ou seja,a sua função social.
          1. Afaceta lingüística refere-se ao processo de transformação da fala para escrita, da forma sonora (fonemas) para a gráfica (grafemas).
          2. A faceta psicológica busca explicar como se procede a inteligência, que fatores psicológicos, biológicos e neurológicos interferem no seu desenvolvimento e na sua origem.
            1. Dissociar alfabetização e letramento é um equívoco porque, no quadro das atuais concepções psicológicas, lingüísticas e psicolingüísticas de leitura e escrita, a entrada da criança (e também do adulto analfabeto) no mundo da escrita ocorre simultaneamente por esses dois processos: pela aquisição do sistema convencional de escrita – a alfabetização – e pelo desenvolvimento de habilidades de uso desse sistema em atividades de leitura e escrita, nas práticas sociais que envolvem a língua escrita – o letramento.
            2. Em primeiro lugar, dirigindo-se o foco para o processo de construção do sistema de escrita pela criança, passou-se a subestimar a natureza do objeto de conhecimento em construção, que é, fundamentalmente, um objeto lingüístico constituído, quer se considere o sistema alfabético quer o sistema ortográfico, de relações convencionais e freqüentemente arbitrárias entre fonemas e grafemas.
              1. Em segundo lugar, derivou-se da concepção construtivista da alfabetização uma falsa inferência, a de que seria incompatível com o paradigma conceitual psicogenético a proposta de métodos de alfabetização.
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