A significação do mundo deve irromper antes
mesmo da codificação linguística com que o
recortamos: os significados já vão sendo
desenhados na própria percepção/cognição da
realidade.
Signo, significação e realidade
O signo seria, afinal, algo que substitui ou representa as
coisas, isto é, a realidade.
Mostraram todos os tipos de signos para Kaspar Hauser, na certeza
que ele compreenderia o ambiente que o rodeava.
A "ausência de fala" de Kaspar Hauser
descodifica de modo sempre aberrante a
significação do mundo.
A significação linguística
O triângulo de Ogden e Richards fez
história e procurou definir o "significado
de significado".
A realidade extralinguística não
seria decisiva para a articulação
do significado dos signos; o que
importa é que a relação entre
símbolo e referência seja correta e
até lógica.
Os "enigmas" de cognição e compreensão do mundo
de Kaspar Hauser, estão a indicar que a percepção
depende sobretudo de uma construção e de uma
prática social.
Prática social ou Práxis que
residiria o mecanismo
gerador do sistema
perceptual que, a seu turno,
vai "fabricar" o referente.
Sem práxis não há significação
Kaspar Hauser não dispunha de esteriótipos perceptuais, a
sociedade que vai impor-lhe a língua como instrumento
cognitivo, sem passar pela práxis. Passando assim, a
conhecer o mundo pela língua.
A língua passa a atuar sobre a práxis.
Língua
Práxis
Esteriótipos
Kaspar Hauser torna-se subversivo quando, ao
não aceitar os referentes que a sociedade lhe
impõe, abala os fundamentos da ilusão
referencial. Por isso ele deve morrer, pela práxis
libertadora.
A lição de Kaspar
Hauser permanece
como um modelo
de práxis
libertadora.