É um estilo francês também conhecido como “arte nova” .
Teve seu início na Europa em meados 1890 -1910.
Foi predecessora do estilo Pré Rafaelita e antecessora do Art Deco. Na
arquitetura é considerada o estilo de transição do historicismo ao modernismo.
Inspiração
Movimento Arts and Crafts
Dois grandes Influenciadores John Ruskin e William Morris
Fortemente inspiradas no japonismo
Representa um choque entre duas culturas separadas por muito tempo
Design extravagante, inspiração no barroco e rococó
Principais características
O Art Nouveau foi uma corrente artística que teve seu início na Europa no
fim do século XIX. Com um caráter bastante decorativo, esse movimento
abrangeu as artes plásticas, o design de interiores e a arquitetura.
Esse estilo surgiu em um período ainda dominado pela tradição e pelo rigor formal de outras
correntes, como a Arte Acadêmica e a Neoclássica. Assim, tanto a arquitetura como as artes da
época não apresentavam ousadia ou originalidade, pois repetiam padrões e conceitos antigos.
Logo, com o objetivo de quebrar essas tradições e apresentar um caráter vanguardista e original,
o movimento Art Nouveau despontou e conquistou adeptos por todo o mundo.
O Art Nouveau surgiu em um período marcado pelo desenvolvimento da
indústria e pela experimentação de novos materiais. Além disso, esse movimento
também teve forte ligação com a Segunda Revolução Industrial. Logo, reproduziu
sua proposta de inovação, progresso tecnológico e de produção em massa.
Assim, essa corrente artística abraçou a ideia da produção em massa. Afinal, um de seus
principais objetivos era que o estilo fosse acessível a maiores audiências. Seu caráter inovador e
de vanguarda também se relacionou com o uso de novos materiais, como o vidro e o ferro.
Além disso, teve como fonte de inspiração a natureza. Logo, a estética naturalista baseada nas
formas orgânicas e no estilo floreado também foi bastante valorizada.
O estilo Art Nouveau também ficou conhecido pelas formas sinuosas, curvas e pela
assimetria de suas peças. Atingindo seu auge nas duas primeiras décadas do século
XX, esse movimento foi sendo substituído, de modo natural e gradativo, por
experiências mais geométricas, uma das principais características do Art Déco.
O surgimento do movimento é relacionado com o período da Segunda
Revolução Industrial e todas as alterações trazidas com ela:
Aumento do processo de industrialização;
Crescimento no número de trabalhadores nas linhas de produção;
Desenvolvimento da burguesia;
Todas as demais mudanças sociais que foram consequência desse processo.
Foi um movimento que trouxe mais importância para o design de interiores;
Valorização do trabalho manual e artesanato;
Uso de madeira, vidro, ferro e cimento, muito utilizado na arquitetura, ilustração, decoração, móveis;
Utilização da física e matemática;
Uso do mosaico e diferentes materiais;
Muito utilizados arabescos, curvas, predominância de tons frios;
Decorações exóticas;
Arquiteturas com o estilo são reconhecido pela ONU como património cultural;
Foi evitado os estilos ecléticos revivalistas;
Uso de linhas e formas mais arredondadas que remetiam a elegância;
Utilização de técnicas como xilogravura e litografia;
Brasil
No Brasil, o estilo começou a ficar conhecido também ao final do século XIX. O pintor italiano
Eliseu Visconti (1866-1944) é um dos responsáveis pela chegada do movimento ao país. Ele usava
técnicas de impressão e design, além de utilizar vitrais e cerâmica em suas obras.
Assim como aconteceu na Europa, no Brasil a Art Nouveau igualmente modificou a produção
artística, deixando marcas nas artes plásticas em geral, no design e na arquitetura.
Tinha características da Belle Époque, período francês que, na produção artística, que também foi
caracterizado pelo uso de das formas naturais e das linhas curvas, além do uso de cores fortes.
Desenvolvimento
Recebeu seu nome em Paris no ano de 1900, na galeria Maison de l'Art Nouveau
(Casa da Arte Nova) aberta em 1895 pelo decorador e comerciante de arte Samuel
Bing (Siegfried Bing) onde foram expostos trabalhos em tapeçaria, móveis e objetos.
O projeto de redecoração da casa de Bing por arquitetos e designers modernos é apresentado na Exposição Universal
de Paris de 1900, Art Nouveau Bing, conferindo visibilidade e reconhecimento internacional ao movimento.
Mundialmente
Ao se espalhar pelo mundo esse movimento
mudava seu nome de acordo com cada região:
Alemanha, onde era chamada de "Jugendstil", expressão que quer dizer
"estilo da juventude". O nome foi dado por conta da revista Jugend.
França, antes de alcançar o seu ápice, o estilo era
conhecido como "Style Moderne" ou "Estilo Moderno".
Espanha o estilo era conhecido como "estilo modernista" ou "arte jovem".
Rússia o estilo era conhecido como "novo" ou "contemporâneo".
Catalunha o movimento era chamado de "Modernisme
Català", que quer dizer "Modernismo Catalão".
Principais nomes
Henry van de Velde (1863-1957)
Este belga nascido em Antuérpia foi um dos iniciadores do estilo Art
Nouveau. Foi considerado o artista internacional deste movimento.
Realizou uma exposição de móveis em Paris (1896) e outra em Dresden (1897), que, com suas linhas onduladas e
seus motivos orgânicos, foram fundamentais para difundir a Arte Nova na França e na Alemanha.
Em 1902, Henry van de Velde fundou em Weimar um Seminário de artes aplicadas que, sob
sua orientação, se transformou em 1906 na Escola de Artes Aplicadas. Quando da fusão com
a Escola de Belas-Artes, sob a direção de Walter Gropius, formou-se a Staatliche Bauhaus
Weimar, que veio a ser o ponto central do desenvolvimento do Design do século XX.
Reorganizou a Escola de Artes e Ofícios e a Escola de Belas-Artes — e lançou as bases para a
posterior fusão das duas instituições na Bauhaus, por iniciativa de Walter Gropius (1919).
Antoni Gaudí ( 1852 - 1926 )
O estilo fantástico de Guadí recebeu uma série de influências e é, em grande
medida, resultado do contexto da arquitetura do final do século XIX, quando a
exigência de seguir estilos históricos estritos começava a cair em desuso.
Buscava na natureza motivos para inspirar e informar seu trabalho.
Por mais notáveis que sejam seus trabalhos em termos plásticos e formais, Gaudí é igualmente
conhecido por sua compreensão avançada das estruturas. Tendo estudado geometria em sua
juventude, aprofundou-se em questões de engenharia, explorando geometrias complexas que,
além de plasticamente impressionantes, eram estruturalmente eficientes.
Gaudí ganhou reconhecimento cedo em sua carreira com projetos como a Casa Vicens e,
em 1883, aos 31 anos de idade, foi nomeado para o projeto Sagrada Família. Nas três
décadas seguintes, o trabalho de Gaudí tornou-se quase sinônimo de Barcelona,
pontuando a cidade com obras-primas como o Parc Güell, Colònia Güell e a Casa Milà.
Émile Gallé (1846 - 1904)
Foi um dos expoentes da art nouveau.
Trabalhou com vidros opacos e semitransparentes,
ganhando fama internacional pelos motivos florais.
A principal temática de seus artefatos são flores e folhagens, realizadas em camadas sobrepostas de
vidro, técnica por ele desenvolvida, trabalhando com maestria a opacidade e translucidez do material.
Uma produção de fins de século XIX e início do Século XX, traz
especificamente paisagens tropicais, inspiradas no Rio de Janeiro.
Eliseu Visconti (1866-1944)
Eliseu d’Angelo Visconti nasceu em 30 de julho de 1866 na comuna de Giffoni Valle Piana, província de
Salerno, Itália. Em 1873, imigra com sua irmã Marianella para o Brasil, indo diretamente para a
fazenda de propriedade de Luiz de Souza Breves, o barão de Guararema, em Além Paraíba. A
profunda afeição da Baronesa pelo pequeno Eliseu coloca-o ainda jovem estudando no Rio de Janeiro.
Em 1890, Visconti acompanha o grupo dos “modernos”, formado por professores e alunos que se rebelam
contra as normas de ensino e abandonam a Academia de Belas Artes para fundar o “Ateliê Livre”. Aprovadas
as reformas pelo governo republicano, a Academia transforma-se na Escola Nacional de Belas Artes.
Em Paris, ingressa na École Nationale et Spéciale des Beaux-Arts e cursa arte
decorativa na École Guérin, com Eugène Grasset, um dos expoentes do art nouveau.
No seu período de formação na França, Visconti, espírito aberto às inovações, modifica sua
pintura tanto na temática quanto na execução da composição, adquirindo as técnicas do
impressionismo e assimilando as leituras contemporâneas do simbolismo e do art-nouveau.
Siegfried Bing (1838-1905)
Siegfried Bing, muitas vezes chamando erroneamente de Samuel Bing, teve uma
importante participação no desenvolvimento do Art-Nouveau. De origem alemã,
mudou-se para Paris em 1854 e passou a dirigir a filial francesa de uma companhia
familiar de importação e exportação. Logo percebeu o potencial comercial que a arte
oriental teria no Ocidente. Em consequência disso, viajou durante todo o ano de 1880 pelo
Japão, Índia e China, trazendo cerâmicas, estampas e telas que conquistariam a França.
Em 1895, rebatizou sua loja de Maison de L’Art-Nouveau (Casa da Arte Nova). Nesta galeria, cujo
interior foi projetado por Henry Van de Velde, havia vitrais de Louis Comfort Tiffany, quadros de Henri
Toulouse-Lautrec, esculturas de Constantin Meunier e pinturas de Paul Signac e Edvard Munch.
Bing impulsionou a carreira de muitos artistas, sendo a sua ajuda fundamental
para o desenvolvimento e conhecimento desse estilo. A galeria foi fechada em
1904, em parte porque a moda Art-Nouveau já estava decaindo.
Alfons Maria Mucha (1860-1939)
Artista gráfico e pintor tcheco que teve seu reconhecimento em Paris, no final dos
anos de 1890, por seus cartazes de teatro criadores para a grande atriz Sarah
Bernhardt, por seus anúncios de produtos, bem como pelos designs elegantes de
painéis decorativos. Seu trabalho inspirou o então emergente estilo Art Noveau.
Seu estilo inconfundível foi inicialmente chamado de ‘Estilo Mucha’ e, mais tarde, tornou-se o
próprio Art-Nouveau. Em suas obras, era muito comum o uso de tons pastéis, a presença de belas
moças rodeadas de flores, com composições fortes e curvas sensuais derivadas da natureza.
A atriz parisiense Sarah Bernhardt (1844-1923) foi a maior personalidade teatral de seua época,
saudada como “A Divina Sarah”. Também foi a figura mais influente na vida de Mucha como artista.
Neste cartaz, Bernhardt é retrada como Mélissinde, seu papel de heroína na peça
La Princesse Lointaine. Mucha a retratou neste papel depois de haver sido
convidado para desenhar um cartaz com duplo propósito: anunciar um banquete
a ser realizado no dia 9 de dezembro de 1896 em homenagem à atriz principal.
A obra-prima a que ele se dedicou durante dezoito anos é a Slovanská Epopej (Epopéia
Eslava), uma série de vinte pinturas que descrevem a história de seu país e dos povos
eslavos como um todo. Em 1928, as telas que compõem esta coleção foram apresentadas
na cidade de Praga e atualmente encontram-se expostas no castelo de Morovsky Krumlov.
Gustav Klimt (1862-1918)
Foi precursor do movimento vienense moderno, denominado “Movimento da
Secessão de Viena”. Nele, diversos artistas se reuniram em oposição ao
classicismo e ao academicismo e se aliaram ao movimento simbolista nas artes.
Klimt foi um artista extravagante e singular de destaque sendo sua obra mais conhecida “O Beijo” (1908).
Em 1900 recebeu o "Grande Prêmio na Feira Mundial de Paris". Em 1907 liderou o "Movimento
da Secessão de Viena", momento em que aderiu ao simbolismo com foco na Art Nouveau.
A obra de Klimt é dividida em duas grandes fases: a Fase Histórico-Realista e a Fase Dourada: A
primeira, como o próprio nome indica, inclui obras de caráter mais histórico. Já a segunda fase,
reúne obras de cunho mais decorativo, com a produção de retratos e o uso excessivo da cor dourada.
Com forte estilo decorativo e uso de formas geométricas, ele produziu retratos de mulheres
seminuas e paisagens, repleto de detalhes, como flores e adornos. Além disso, uma característica
marcante de suas obras foi o uso do dourado e do prateado, o qual se aproximou da arte bizantina.
Henri de Toulouse-Lautrec (1864 - 1901)
Toulouse-Lautrec foi um importante artista que influenciou diretamente a arte do século XX.
Ele observou e documentou com grande insight psicológico, as personalidades e facetas da
vida noturna parisiense e o mundo francês do entretenimento na década de 1890.
Ele se concentrou intensamente ilustrando dançarinos e cantores, capturando suas
personalidades únicas e exagerando gentilmente suas características.
Como muitos artistas impressionistas e seu amigo Vincent van Gogh, Lautrec foi influenciado
por gravuras japonesas– suas formas simplificadas, linhas decorativas e uso de recorte.
Principais características do estilo artístico: - Toulouse-Lautrec usou como temática principal de
suas obras a vida boêmia de Paris; - Adotou um tom de sátira em suas obras; - A composição de
suas obras era dinâmica, fruto do desenvolvimento da fotografia no final do século XIX. -
Destacava a individualidade dentro dos grupos de pessoas; - Tinha preferência por cores
quentes e fortes (vermelho, laranja e amarelo); - Tinha preferência em retratar pessoas.
Pierre Bonnard (1867-1947)
Foi um personagem de peso para o nascimento da Arte Moderna e, ao mesmo
tempo, um artista cuja obra é profundamente pessoal e difícil de ser classificada.
Membro fundador do grupo simbolista dos “nabis“, sua contribuição é fundamental
para poder compreender a passagem entre o pós-impressionismo e o simbolismo em
um momento no qual a pintura passava por uma revolução radical através da cor.
Sob a influência da pintura de Gauguin e da estampa japonesa, Bonnard desenvolveu um estilo próprio,
vivaz e realmente original, onde o decorativo convive com um lirismo carregado de melancolia.
Como os seus colegas, artistas Nabis, Bonnard preferiu o uso de cores e elementos decorativos aos
aspetos técnicos da arte académica. Ele torna planas as suas representações, transformando-as em
duas dimensões, e explora as diversas propriedades da cor. Depois de se estabelecer em Le Cannet,
no sul de França, ficou maravilhado com as propriedades sedutoras da luz do local, e pintou mais de
300 obras que retratavam a energia vibrante daquela região. A obra "Vista do atelier do artista, Le
Cannet" foi criada apenas dois anos antes da sua morte, o caminho indefenido e o fundo colorido
não são mais do que uma abstração das formas em relação aos trabalhos anteriores.