A fibrose cística é uma doença genética autossômica recessiva caracterizada pela disfunção do gene
cystic fibrosis transmembrane conductance regulator (CFTR), que codifica uma proteína reguladora de
condutância transmembrana de cloro. Trata-se de uma doença multissistêmica mais frequente em
populações descendentes de caucasianos. No Brasil, estima-se que a incidência de fibrose cística seja
de 1:7.576 nascidos vivos; porém, apresenta diferenças regionais, com valores mais elevados nos
estados da região Sul.
Diagnóstico: O Teste do Suor é considerado como o exame padrão ouro para o diagnóstico da fibrose
cística e pode ser feito em qualquer idade. É indicado para recém-nascidos com alteração no Teste do
Pezinho.
Sintomas: Sensação de falta de ar; tosse persistente, podendo
haver catarro ou sangue; chiado ao respirar; dificuldade para
respirar após exercício; sinusite crônica; pneumonias e
bronquites frequentes; infecções pulmonares recorrentes;
pele e olhos amarelados; formação de pólipos nasais, que
corresponde ao crescimento anormal do tecido que reveste o
nariz; dificuldade para aumentar de peso; dores nas
articulações; suor mais salgado.
Tratamento: exige o acompanhamento de equipe
multidisciplinar composta por pneumologista,
endocrinologista, gastroenterologista, geneticista,
fisioterapeuta, nutricionista, entre outros.
Fisioterapia RespiratóriaAs técnicas mais utilizadas na fisioterapia respiratória são a tapotagem, a
vibração, a DP, huffing, OOAF, a DA e o CAR
Tapotagem: técnica manual na qual a mão é alocada em forma de concha de maneira alternada e rítmica
sobre a área do tórax, movimento que proporciona oscilações mecânicas que atingirão os pulmões,
mobilizando a secreção identificada na ausculta pulmona. Estudos recentes sugerem que a
associação da tapotagem com exercícios respiratórios evitam episódios de hipoxemia e
broncoespasmo. Embora existam relatos na literatura de hipoxemia e broncoespasmo com a
realização da tapotagem, outros sugerem que a mesma é uma técnica eficaz na remoção de
secreções em pacientes hipersecretivos.
Vibração técnica utilizada com o intuito de diminuir a viscosidade do muco brônquico, em virtude do
tixotropismo. Nessa técnica, o fisioterapeuta realiza movimentos ritmados oscilatórios na parede do
tórax do paciente, apenas na fase de expiração do ciclo respiratório. Vale ressaltar que o profissional
necessita manter certa frequência, entre 3-17 Hz, para que a técnica seja completamente eficaz
Drenagem Postural : DP manobra em que o paciente é alocado em posição que facilitará, com o auxilio
da ação da gravidade, o deslocamento do muco das vias aéreas periféricas para as centrais, favorecendo
a sua eliminação. O tempo de permanência posição adequada para que a técnica seja eficaz varia de 3 a
15 minutos, dependendo da necessidade e resposta do paciente
Huffing ou TEFF : paciente realiza uma inspiração seguida de expirações forçadas, mantendo a glote aberta,
atitude que, associada à tosse, retirará e eliminará a secreção contida nas vias aéreas. Para finalizar, o
paciente deve realizar a respiração diafragmática para se alcançar um relaxamento, evitar o
broncoespasmo e a queda na saturação de oxigênio
OOAF :oscilação oral de alta frequência é realizada por meio de um aparelho portátil se define pela
aplicação terapêutica de um limiar pressórico ao paciente, permitindo a frenagem do fluxo expiratório
pela produção de curtas e sucessivas interrupções à sua passagem, levando a uma repercussão
oscilatória de alta frequência, que é transmitida para região traqueal a árvore brônquica, promovendo
o descolamento das secreções traqueobrônquicas.
DA: técnica que utiliza o volume pulmonar este procedimento é efetuado por três etapas: a primeira
utilizando baixos volumes pulmonares para o deslocamento de secreções da periferia; a segunda etapa
realizada para coleta das secreções, sendo esta feita com expirações de médio volume; e, por fim,
ocorre a eliminação do muco, gerada pela ventilação de alto volume pulmonar . Neste contexto,
torna-se fundamental a colaboração do paciente para a execução dessa técnica, pois o controle do
volume e fluxo depende do mesmo.
Car -ciclo ativo da respiração: técnica ativa de controle respiratório seguida de TEF(técnica de
respiração forçada), além de beneficiar a expectoração, reduz ou evita a dessaturação de oxigênio que
pode ser causada com associação a outras manobras. O paciente em posição sentada tenta manter o
controle respiratório, expandir o tórax e realizar a TEF.