Trata-se de uma estratégia de cuidado,
ou seja, um conjunto de propostas de
cunho terapêutico, que são discutidas e
construídas coletivamente por uma
equipe multiprofissional.
Promover a integralidade
e a equidade do cuidado
Maior participação do sujeito na
elaboração, aplicação e avaliação de
seu projeto terapêutico, incentivando
a participação da família no processo
de cuidado com intenção de facilitar a
reinserção social do indivíduo em seu
meio.
OBJETIVO
Contemplar as necessidades
do sujeito de forma singular
Vulnerabilidades
do sujeito
O PTS é um instrumento
facilitador de ações em
saúde
Estabelece e organiza o cuidado, promove
a autonomia e contribui com a noção de
corresponsabilidade,
O PTS é, portanto, “um movimento de
coprodução e de cogestão do processo
terapêutico de indivíduos ou coletivos,
em situação de vulnerabilidade”
Brasil
Utilizado no nível primário de
atenção à saúde com o apoio
de uma equipe matricial
O Apoio Matricial é uma ferramenta complementar e muitas
vezes essencial no âmbito de Atenção Primária à Saúde
(APS) que, frequentemente, necessita de um suporte
especializado que possibilite uma discussão interdisciplinar
para a elaboração de um PTS, ampliando as possibilidades
de ação
evidencia-se a importância do Apoio Matricial na elaboração de
um PTS demonstrando a evidente necessidade que os serviços
da APS têm do apoio especializado em Saúde Mental, como
ocorre com os NASF e equipes de saúde mental nos municípios.
Construção de um PTS
1) A primeira etapa se baseia no diagnóstico e análise
situacional do sujeito ou coletivo em questão, avaliando sua
integralidade, seus aspectos físicos, psíquicos e sociais.
2) Na segunda etapa, definem-se ações e metas a curto,
médio e longo prazo que serão discutidas e negociadas
com o sujeito ou grupo em questão, envolvendo um
processo compartilhado de decisões.
3) A terceira etapa é a divisão de responsabilidades
que se dá a cada um dos participantes do PTS
(usuário, equipe de atenção básica, ou outra equipe
de matriciamento).
4) A quarta e última etapa é a reavaliação, em que se
discute a evolução do caso, os rumos, as alterações,
novas metas e mudanças (se forem necessárias).
Etapas do
PTS
1ª etapa: constitui-se em diagnóstico e
análise situacional do caso
Avaliar:
potencialidades do sujeito, suas crenças, valores,
aspectos sociais, familiares, culturais, psíquicos,
físicos, riscos e vulnerabilidades.
vínculo inicial com o paciente
Divergências na forma
como esse contato inicial
é realizado e conduzido.
Abordagem
inicial
Escuta
qualificada
estabelecimento de vínculo
e a detecção de situações a
serem discutidas e
trabalhadas no decorrer do
planejamento do PTS.
Entender
o sujeito
aspectos físico, social, cultural
e emocional é o primeiro
passo para um cuidado
singular que preze por sua
integralidade
Carência de um acolhimento
adequado por dificuldade dos
profissionais de realizarem uma
escuta empática e qualificada
2ª etapa: são definidas as ações e metas a
curto, médio e longo prazo a serem atingidas
no tratamento
Importante:
A participação do usuário nas
decisões a serem tomadas e
objetivos pretendidos, sendo este
um processo compartilhado entre
equipe e usuário
Divergências da etapa
dificuldade em programar
ações de forma conjunta
(equipe/usuário/família)
ações podem acabar se limitando ao
encaminhamento dos pacientes a serviços
especializados de saúde mental sendo que
em muitos casos não haveria essa
necessidade, podendo o sujeito ser
acompanhado na própria unidade de saúde
de origem
desafios para serem superados
no campo da comunicação entre
equipe/usuário
problemas de comunicação como à falta de
registro das intervenções realizadas por
outros profissionais
falta de infraestrutura e local para a
realização de reuniões de equipe
Essas situações ilustram a dificuldade de
compartilhar informações e prejudicam a atuação
interdisciplinar que deve estar voltada para um
cuidado integral e contínuo.
3ª etapa: divisão de
responsabilidades dentre todos
os envolvidos no PTS (usuário,
família, equipes, etc.)
Define-se, neste momento, o TR do
PTS, ou seja, aquele profissional que
irá acompanhar de forma mais ativa
o caso
vínculo
desenvolvido
com o usuário
TR será um elo importante
entre a equipe e o usuário
O TR do PTS deve acompanhar as
ações dos projetos e estabelecer
relações de parceria com as redes
de apoio disponíveis
Divergências da etapa
a escolha desse profissional
raramente se baseia no vínculo,
mas sim na logística de
organização dos serviços,
frequentemente é observado a falta de
diálogo e de negociações entre os
envolvidos, pois não se leva em conta o
protagonismo dos usuários e de sua
família nesse processo
indefinição dos papeis das equipes de serviços
especializados quando articulados com as
unidades de atenção primária por meio do
matriciamento,
responsabilidades dentro de uma única
equipe que gerencia o PTS
fragmentação do cuidado pela
especialização no estabelecimento das
ações
Cabe, neste momento, que a equipe
responsável pela elaboração do PTS
identifique com o usuário como
pretende conduzir seu tratamento e
se, naquele momento, é capaz de
gerenciar sozinho as suas ações e a
tomada de decisão
4ª etapa: momento
da reavaliação
Se discute juntamente
com o usuário a evolução
de seu tratamento, os
avanços e dificuldades
Pode-se resumir esta etapa
como sendo um inventário do
PTS
São observadas dificuldades na reavaliação dos
PTS, pois tais dificuldades derivam desde a falta
de estrutura física para reunir equipe e usuário
para avaliar o andamento de seu tratamento,
até a falta de comunicação entre a equipe
Considerações
finais:
A importância do vínculo com o usuário é
reconhecida, assim como o uso das outras
tecnologias leves em saúde para facilitar esse
processo.
Há certa deficiência relacionada ao diagnóstico
situacional dos casos que, muitas vezes,
acarretam em encaminhamentos
desnecessários a serviços especializados em
saúde mental e grande dificuldade em integrar
os recursos da rede psicossocial
Estabelecimento de ações e metas é
imprescindível para se atuar de
forma conjunta e até mesmo justa
Importância da corresponsabilidade e protagonismo do
usuário, pois se percebe que determinados serviços de
saúde prezam por esses aspectos, estabelecendo
condutas compartilhadas e momentos de maior
interação com os usuários.
O PTS é uma importante ferramenta para os
profissionais de saúde mental nos âmbitos
do planejamento, implementação e avaliação
das ações de assistência ao sujeito em
sofrimento psíquico.
Aspectos
Históricos
1948:
A Organização Mundial de Saúde
passou a defender um conceito de
saúde mais abrangente e não restrito
à ausência de problemas clínicos
2 fatos que iniciaram as grandes
mudanças na Saúde Mental.
Foi criada a Declaração
Universal dos Direitos
Humanos
Tendo em vista a humanização do
cuidado em saúde, dentro dos princípios
de integralidade e equidade
estabelecidos pelo SUS, nasceu no início
da década de 1990 o PTS.
Brasil:
1970:
Iniciativas
antimanicomiais
Pilares para Reforma
Psiquiátrica Brasileira
Reforma
Psiquiátrica
assegurar os direitos e
a proteção das pessoas
portadoras de
transtornos mentais
a reforma trouxe a implantação de estratégias
terapêuticas multiprofissionais que favoreçam
a interação entre os profissionais de uma
equipe, articulando ações para proporcionar o
máximo de autonomia e dignidade possível
para os pacientes.