Países desenvolvidos: doença reumática mais
comum da infância
Brasil: 2ª doença reumática mais comum na
infância ➙ perde só para febre reumática
Artrite com + 6 semanas abaixo de 16 anos
Etiopatogenia
Doença autoimune
Imunogenética ➙ HLA DR 1 e HLA DR 4
Fatores ambientais ➙ infecções, estresse físico e emocional
Produção de citocinas pró-inflamatórias, TNF e IL-6
Desequilíbrio das citocinas anti-inflamatórias
Classificação
OLIGOARTICULAR
Prevalência em meninas ➙ pico: 2-3 anos
30-50% monoarticular
Assimétrica
Afeta máx. 4 articulações ➙ joelhos e tornozelos (grandes)
Se afetar ≧ 5 articulações após
6 meses ➙ estendida
FR - (fator reumatóide negativo)
FAN + (65-85%) ➙ maior risco
de uveíte/iridociclite crônica ➙
pode levar a cegueira
POLIARTICULAR
Prevalência em meninas ➙ picos: 2-5 e 10-14 anos
Afeta 5 ou mais articulações nos primeiros 6 meses da doença
FR + ou FR-
FR + ➙ maior agressividade,
cronicidade e incapacidades
Evolução similar a da artrite reumatóide do adulto
Articulações mais acometidas: punhos,
joelhos, cotovelos, tornozelos, quadril
Exames
Anemia
Leucocitose
Plaquetose
Aumento VHS e PCR moderado
Hipergamaglobulinemia
Anti-CCP positivo 57-90%
FAN + em até 80% dos casos
ARTRITE RELACIONADA A ENTESITE
Prevalência no sexo masculino ➙ maiores que 6 anos
Assimétrica de grandes articulações dos MMII
Entesites (inserção de ligamentos e tendões nos ossos)
Axial: articulações sacroilíacas e coluna vertebral
HLA B27 + em 90% dos casos
FR e FAN -
Uveíte anterior aguda ➙ sintomática ➙ olho vermelho e doendo
ARTRITE PSORIÁSICA
Prevalência em meninas ➙ picos: 2-4 e 9-11 anos
Simétrica ou assimétrica
Uma ou muitas articulações podem ser acometidas
➙ principalmente joelhos, tornozelos, mãos e pés
Paciente pode apresentar dactilite
Pode ter quadro cutâneo de psoríase ➙ antes ou
depois do diagnóstico ➙ parente de primeiro grau
Uveíte crônica ➙ FAN +
AIJ SISTÊMICA (DOENÇA DE STILL)
Ambos os sexos e qualquer idade
Envolvimento sistêmico
Queda do estado geral
Febre diária, vespertina, intermitente
com um ou dois picos de febre alta
Rash cutâneo maculopapular de cor rosa claro,
evanescente: tronco, extremidades proximais
Linfonodomegalia
Hepatoesplenomegalia
Serosites
Artrite em 5 ou mais articulações
Curso monocíclico ou com
períodos de remissão
Exames
Hipergamaglobulinemia policlonal
Aumento ferritina
Aumento VHS e PCR
Trombocitose
Leucocitose
Anemia
FR e FAN -
Síndrome de ativação macrôfágica (SAM)
Desencadeada por agentes infecciosos virais,
terapia com AINEs e agentes biológicos
Resposta exagerada do corpo de forma descontrolada
Acentuada resposta inflamatória secundária a uma resposta
imune descontrolada e disfuncional, com contínua ativação e
expansão de linfócitos T e macrófagos ➙ secração de citocinas
inflamatórias ➙ falência de órgãos e sistemas
Febre, hepatoesplenomegalia, linfadenopatia, transaminases
elevadas, distúrbio de coagulação, pancitopenia, hipertrigliceridemia
Tratamento: Metilprednisolona EV pulso, Ciclosporina
ARTRITE INDIFERENCIADA
Não preenchem critérios para uma categoria ou
preenchem critérios para mais de uma categoria
Diagnóstico
Exames de imagem (se necessários)
Raio-x
Osteopenia justa-articular
Edema de partes moles
Alargamento do espaço articular
Neoformação óssea periostal
Tardias ( 2 anos atividade de doença): erosões
marginais, cistos, redução do espaço articular
Ultrassonografia
Ressonância
Diagnósticos diferenciais: infecções, malignidade, doenças
inflamatórias intestinais, outras doenças reumáticas (lúpus e
vasculites), sarcoidose, hemoglobinopatias
Tratamento
Objetivos: remissão total da doença, prevenção de
sequelas e melhora da qualidade de vida
AINEs
Forma sistêmica leve a moderada ➙ trat. inicial indicado
Crianças que continuam apresentando sintomas significativos apesar do
uso de AINEs ➙ receber ag. biológicos, como inibidores de IL-1 ou IL-6
Doença moderada a grave ➙ AINEs + ag. biológico ➙ poliartrite, febre
e erupção cutânea contínuas após uma semana ➙ glicocorticoides
Infiltração articular de corticoide
Oligoarticular com baixa atividade da doença ➙ terapia
inicial pode ser com injeção de glicocorticoides
intra-articulares, AINEs ou uma combinação de ambos
Triancinolona em articulações medias e grandes - 4 meses
Corticoide sistêmico
Crianças com sintomas graves, suspeita de SAM
precoce ➙ glicocorticoides +anti IL-1 ou anti IL-6
DARMDs (drogas anti-reumáticas
modificadoras de doença
Metotrexato
Sulfassalazina (artrite relacionada a enterite)
Leflunomida (pouca experiência)
Ciclosporina
Imunobiológicos
Falha na medicação de segunda linha
Uveíte anterior crônica
Trat. inicial: corticoide tópico
Se não houver controle após 3 meses de tratamento é indicado
o uso sistêmico de DMARDs, sendo o Metotrexate indicado
deve ser iniciado o mais precocemente possível para evitar
complicações graves como glaucoma, catarata e perda da visão