O fisioterapeuta como profissional de suporte à parturiente
Programa de humanização do parto e nascimento - 2000 - Ministério da Saúde
Recuperar a participação mais ativa da gestante de baixo risco:
Incentivando o parto vaginal;
Assistência menos tecnocrática e intervencionista.
A ação do fisioterapeuta é um fator estimulante para que a mulher se conscientize de que seu corpo
ativo pode ser uma ferramenta para facilitar o processo do trabalho de parto e trazer-lhe satisfação
com a experiência do nascimento.
Técnicas fisioterapêuticas que podem ser aplicadas à parturiente de baixo
risco:
Neuroeletroestimulação transcutânea (TENS), massagens, banhos quentes, crioterapia e
relaxamento.
Técnicas de grande aceitação pelas gestantes com baixo risco obstétrico:
Exercícios respiratórios, relaxamento muscular, massagem lombossacral e banho de chuveiro
Estímulo à deambulação e adoção de posturas verticais
Na posição vertical há menos irregularidade na contratilidade uterina em sua forma e ritmo, podendo ser consequência da melhor
irrigação sanguínea do útero nesta posição, além de prevenir a oclusão da aorta e da veia cava, consequência da postura em decúbito
dorsal, assegurando assim o intercâmbio materno-fetal e diminuindo o risco de sofrimento fetal, mesmo num período expulsivo
prolongado
Posicionamento vertical reduziu o tempo expulsivo, diminuiu o índice de partos instrumentalizados, de uso de
ocitócitos, de episiotomia e da intensidade da dor referida no período expulsivo. Entretanto aumentou a perda
sanguínea materna.
Exercícios respiratórios e relaxamento
A respiração tem importância fundamental durante o trabalho de parto e no parto, por promover o
relaxamento, obter concentração, diminuir riscos de trauma perineal no momento expulsivo e
melhorar a oxigenação sanguínea da mãe e do feto
Analgesia através de eletroestimulação (TENS)
Produz analgesia através da ativação de receptores sensoriais periféricos, atuando através do
fenômeno das comportas de dor, aumentando a produção de endorfinas
Disposição dos eletrodos do TENS durante a fase de dilatação: Primeiro par -
região paravertebral entre T8 a L1 e o segundo par na região sacral S1/S4;
correspondendo respectivamente, aos receptores nociceptivos associados ao
primeiro e ao segundo estágio do trabalho de parto, sendo que os parâmetros
dependem do estágio do trabalho de parto e da sensibilidade da parturiente.
Massagens
Reduz a ansiedade e o estresse, promove relaxamento muscular, diminuição da fadiga muscular,
tem ação sedativa e analgésica, traz aumento da consciência corporal, produz benefícios emocionais
e equilíbrio entre sistema simpático e parassimpático
Banhos quentes e crioterapia
a água morna reduz a sensibilidade dolorosa da parturiente com redução da atividade simpática
através da modificação da transmissão aferente nociceptiva, a qual se torna mais lenta e eleva os
níveis de encefalinas e endorfinas endógenas