A Mercadoria

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Material de estudo referente ao Capítulo 1, d'O Capital, livro 1, de Karl Marx
Gabriel Garcia B. Cardoso
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Gabriel Garcia B. Cardoso
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A Mercadoria
  1. Valor de uso
    1. Capacidade do objeto satisfazer necessidades humanas, ou seja, ser útil
      1. A utilidade não pode servir como reguladora da troca
        1. Realiza-se somente no consumo
        2. Valor de troca
          1. Os economistas clássicos (Smith e Ricardo) já haviam teorizado que o valor das mercadorias seria determinado pela quantidade de trabalho humano contido na mercadoria ou necessário para produzir a mercadoria
            1. Entretanto, Marx avança na explicação do valor identificando três aspectos que o caracterizam
              1. Substância
                1. O valor de uso não explica como duas mercadorias podem ser concebidas como grandezas equivalentes no ato da troca, já que como valores de uso são qualitativa e quantitativamente diferentes.
                  1. Ex.: Porque 1 carro vale/equivale 10000 cadeiras?
                  2. Para que duas mercadorias possam ser trocadas, uma pela outra, é preciso haver algo quantitativamente equivalente
                    1. Esse algo “quantitativamente equivalente” chamamos de substância
                    2. Qual é a substância do valor?
                      1. Essa substância não pode ser uma propriedade geométrica, física, química ou qualquer outra propriedade natural dos objetos, essa substância deve ter um caráter social. A única coisa que possui caráter social e que está contida em todas as mercadorias, ou seja, que é comum à todas as mercadorias é o trabalho humano
                        1. Trabalho humano
                          1. Mas como o trabalho humano pode ser algo homogêneo, comum a todas as mercadorias, se cada atividade laboral é absolutamente diferente uma da outra e resulta em valores de uso também diferentes?
                            1. Marx apresenta que o trabalho humano é a unidade entre trabalho concreto e trabalho abstrato
                              1. Trabalho concreto (útil): é a dimensão do trabalho humano que se diferencia de acordo com cada atividade produtiva.
                                1. Trabalho abstrato: é o que sobra do trabalho concreto ao abstrairmos todas as características diferenciadoras entre as diversas atividades; é o trabalho reduzido a dispêndio de força de trabalho humano no sentido fisiológico, é igual quantidade de trabalho humano. É validade apenas no ato da troca.
                                  1. "Todo trabalho é, por um lado, dispêndio de força humana de trabalho em sentido fisiológico, e graças a essa sua propriedade de trabalho humano igual ou abstrato ele gera valor das mercadorias. Por outro lado, todo trabalho é dispêndio de força Humana de trabalho numa forma específica, determinada à realização de um fim, e, nessa qualidade de trabalho concreto e útil, ele produz valores de uso" (MARX, 2017, p. 124)
                                2. O trabalho abstrato, portanto, é a substância do valor que permite colocar diferentes valores de uso dentro de uma relação de troca, porque é somente o trabalho abstrato a característica comum à todas as mercadorias
                          2. Medida
                            1. Tempo de trabalho (abstrato) socialmente necessário
                              1. "[...] aquele requerido para produzir um valor de uso qualquer sob as condições normais para uma dada sociedade e com o grau social médio de destreza e intensidade do trabalho" (MARX, 2017, p. 117)
                                1. O que caracteriza uma eficiência média?
                                  1. Nível científico e tecnológico
                                    1. Qualificação do trabalhador
                                      1. Grau social médio de habilidade/destreza do trabalhador
                                        1. Grau social médio de intensidade do trabalho
                                  2. Valor X Valor de troca
                                    1. O valor de troca não é algo casual, não é uma relação puramente quantitativa intrínseca à mercadoria. É o modo de expressão, é a forma de manifestação de algo externo às mercadorias, mas que as reduz à mesma unidade: o valor. Então, o valor de troca é a expressão do valor das mercadorias numa relação de troca.
                                  3. Forma
                                    1. Qual a forma física que o valor assume?
                                      1. Dinheiro
                                        1. Não é sinônimo de moeda
                                          1. É a mercadoria que se tornou, por motivos históricos-sociais, o equivalente geral do valor das mercadorias
                                        2. A forma do valor
                                          1. Forma simples, singular ou acidental
                                            1. 20 varas de linho = 1 casaco
                                              1. Forma relativa do valor (20 varas de linho)
                                                1. É relativa pois expressa seu valor por meio de outra mercadoria
                                                2. Forma equivalente do valor (1 casaco)
                                                  1. É equivalente porque empresta seu “corpo” para expressar, para equivaler o valor de outra mercadoria
                                              2. Forma de valor total ou desdobrada
                                                1. 20 varas de linho = 1 casaco/10 libras de chá/2 onças de ouro/etc
                                                  1. Aqui, as diversas formas nas quais uma mercadoria pode manifestar o seu valor (Forma Equivalente) mostra com mais clareza que o que as equivale no ato da troca é o valor enquanto o trabalho reduzido a dispêndio de força de trabalho humano no sentido fisiológico, não mais uma coincidência meramente acidental
                                                2. Forma geral de valor
                                                  1. 1 casaco/10 libras de chá/2 onças de ouro/etc = 20 varas de linho
                                                    1. A forma geral do valor tem de ser uma forma socialmente válida, é um corpo material que empresta seu valor para equivaler o valor de todas as demais mercadorias
                                                      1. Ao longo da história esse corpo material assumiu diversos tipos: gado, sal, peles, pedras, tabaco etc.
                                                  2. Forma dinheiro
                                                    1. Ouro
                                                      1. A mercadoria que foi eleita histórico e socialmente como dinheiro no capitalismo, mesmo tendo concorrido com outros metais como o cobre e a prata, foi o ouro
                                          2. É um objeto, resultado do trabalho humano, capaz de satisfazer necessidades humanas e que é transferido a outro através de troca
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