tem como objetivos: apresentar e estabelecer as relações entre os
componentes da dinâmica demográfica brasileira e sensibilizar
profissionais e gestores de saúde para a percepção de que as
informações demográficas devem ser consideradas no contexto da
saúde pública.
. Em um estudo demográfico as
principais variáveis que devem ser
consideradas são: o tamanho da
população; sua distribuição por sexo,
idade, estado conjugal; natalidade,
fecundidade, mortalidade e migrações
(distribuição da população segundo região
geográfica de residência atual, anterior e
de nascimento).
Desde os anos 1960 que a taxa de crescimento da
população brasileira – percentual de incremento médio
anual da população residente em determinado espaço
geográfico, no período considerado, o valor da taxa
refere-se à média anual obtida para um período de anos
compreendido entre dois momentos, em geral
correspondentes aos censos demográficos – vem
experimentando contínuos declínios. O último período
2000-2010 é uma continuidade da tendência observada a
partir da década de 1960, com a população brasileira
passando a crescer a um ritmo menos acentuado, 1,17%
ao ano, aumentando o tempo estimado em que o volume
populacional se duplicaria, 59,6 anos.
As taxas de crescimento das áreas urbana e rural declinam em relação ao período 1991-2000, 37,1% e 50,4%, respectivamente. A área urbana passa a crescer a uma taxa
de 1,55% e a rural diminui o ritmo de perda para 0,65% ao ano, acarretando diminuição do número de habitantes residindo em áreas rurais
A distribuição por sexo e idade de uma população é, na realidade, reflexo da história da sua
dinâmica populacional, desde um passado relativamente longínquo. O número de pessoas de
uma população, em uma determinada idade, é o resultante do número de nascimentos que
ocorreram anos atrás e dos níveis de mortalidade aos quais estes indivíduos estiveram
sujeitos desde que nasceram. Vale destacar que para expressar a relação quantitativa entre
os sexos, bem como para analisar variações geográficas e temporais na distribuição da
população por sexo, utiliza-se um indicador demográfico chamado Razão de sexos – se ela for
igual a 100, o número de homens e de mulheres equivalem-se; acima de 100 há predominância
de homens e, abaixo, predominância de mulheres. Observa-se também que este indicador
sofre influência das taxas de migração e de mortalidade diferenciadas por sexo e idade.
Mortalidade Ao estudar a mortalidade não se pode perder de vista
que, se por um lado a morte é encarada como fenômeno individual
dependente de fatores biológicos, quando vista sob o ângulo de um
fenômeno coletivo está afetada pelo contexto social em que os
indivíduos realizam suas trajetórias de vida. Assim a interação do
social com o biológico determina modificações que acabam por
alterar os riscos de morrer dos indivíduos.
A natalidade refere-se à relação entre os or, o número de nascidos nascimentos
vivos e a população total. Observa- ção: adota-se, no numeradvivos informados no
Sistema de Informa- ções sobre Nascidos Vivos (Sinasc), desde que igual ou superior a
90% do número de nascidos vivos estimado por métodos demográficos. Sendo inferior,
recomenda-se adotar o número estimado. Os totais para as regiões e o Brasil
combinam os dados diretos e indiretos. A taxa bruta de natalidade (TBN) depende da
maior ou menor intensidade com que as mulheres têm filhos a cada idade, do
número das mulheres em idade fértil, como proporção da população total, e da
distribuição etária relativa das mulheres dentro do período reprodutivo. Portanto, não
é um bom indicador para se analisar diferenciais de níveis de fecundidade entre
populações.
É importante não confundir fecundidade com fertilidade. A fertilidade diz respeito ao potencial
reprodutivo das mulheres, enquanto fecundidade é o resultado concreto da capacidade reprodutiva delas
(filhos tidos). Vale destacar que quanto maior o controle exercido pelas mulheres sobre o tamanho de sua
prole (utilização de métodos contraceptivos) maior será a distância entre a fertilidade e a fecundidade. O
estado conjugal (duração das uniões), a idade do início da vida sexual, a frequência das relações sexuais e
perdas fetais, bem como o uso de métodos contraceptivos são alguns elementos que são levados em
consideração nas análises e cálculos da fecundidade1 .
Migrações
A mobilidade espacial da população no território nacional insere-se em um contexto mais amplo de
transformações da sociedade em seu conjunto. Cabe destacar que os distintos contextos históricos,
econômicos, sociais, demográficos e políticos tiveram implicações nos processos de redistribuição da
população e de urbanização ao longo do século XX.
As trocas entre as unidades da Federação mostram que as principais correntes
migratórias, observadas no passado, mantiveram-se, destacando-se a migração de
retorno no contrafluxo, tendo a unidade da Federação do Nordeste brasileiro apresentado
os maiores percentuais de retornados entre os imigrantes, como o Ceará e a Paraíba com
quase a metade dos imigrantes, nesses cinco anos, composta por retornados. Esses dois
estados têm como principais unidades da Federação de origem, no quinquênio 1995-2000,
São Paulo e Rio de Janeiro. Com exceção do Rio Grande do Norte e de Sergipe, os demais
estados da Região Nordeste apresentaram percentuais de retornados acima de 40% do
total de imigrantes em seus estados. Paraná, Rio Grande do Sul e Minas Gerais também
tiveram mais de um terço de retornados no total de imigrantes.
Migrações internacionais
no cotidiano social, nos mercados de trabalho, nas sociedades de chegada e de partida,
As migrações internacionais, no século XXI, adquirem, cada vez mais, papel importante
nos fluxos financeiros e na mobilidade da força de trabalho11, tornando-se a expressão
social dos processos recentes da divisão internacional do trabalho e de seus impactos
territoriais.
O primeiro aspecto refere-se ao número crescente de jovens da classe média que
contam com alguma experiência internacional, via intercâmbio ou turismo, uma vez que
a barreira da língua é cada vez menor. E o segundo aspecto refere-se à demanda por
mão de obra nos países europeus que deve aumentar substancialmente nas próximas
décadas, como resultado da fecundidade abaixo do nível de reposição e do
envelhecimento populacional.
A migração de brasileiros para outros países tornou-se tema importante
nos últimos anos, tanto nos meios acadêmicos e governamentais, como a
repercussão que ganhou na mídia e nos meios de comunicação.