INTRODUÇÃO AOS
ESCRITOS
ESTÉTICOS DE
MARX E ENGELS
Os escritos de Marx e Engels sobre literatura.
É constituído em parte por cartas
e anotações de conversas e em
parte por trechos extraídos de
trabalhos dedicados a temas
diversos.
O caráter desta
sistematicidade,
que resulta das
concepções
filosóficas de
Marx e Engels.
O primeiro consiste
em que o sistema
marxista não se
desliga jamais do
processo unitário da
história.
No segundo, só existe uma
ciência unitária, a ciência da
história, que concebe a
evolução da natureza, da
sociedade, do pensamento
etc., como um processo
histórico único, procurando
descobrir as leis gerais e as
leis particulares deste
processo.
Nessa concepção, nem a ciência,
nem os seus diversos ramos, nem a
arte, possuem uma história
autônoma, imanente, que resulte
exclusivamente da sua dialética
interior.
A evolução em todos esses campos é
determinada pelo curso de toda a história
da produção social em seu conjunto.
Esta concepção contradiz
abertamente tantos preconceitos
modernos, não comporta uma
interpretação mecanicista, como a
que costumam fazer numerosos
pseudomarxistas ou marxistas
vulgares.
Marx e Engels negam apenas que seja possível compreender o
desenvolvimento da ciência ou da arte com base apenas em suas conexões
imanentes. Essas conexões imanentes existem na realidade objetiva, mas
só como momentos do tecido histórico, como momentos do conjunto do
desenvolvimento histórico, através do intrincado complexo de interações, o
fato econômico assume o papel principal.
A existência e a essência, a
gênese e a eficácia da
literatura só podem ser
compreendidas e explicadas
no quadro histórico geral de
todo o sistema.
A gênese e o desenvolvimento da
literatura são parte do processo
histórico geral da sociedade.
A essência e o valor estético das obras
literárias, bem como a influência exercida por
elas, constimem parte daquele processo social
geral e unitário através do qual o homem se
apropria do mundo através de sua
consciência.
A partir do materialismo histórico podem ser compreendidas a gênese da arte e da
literatura, as leis do seu desenvolvimento, as suas transformações, as linhas de
ascensão e queda no interior do processo de conjunto.
Só existe um mero nexo causal, no
qual o primeiro termo figura apenas
como causa e o segundo aparece
unicamente como efeito.