O homem, mais do que alocar meios “dados” a fins também “dados”, procura constantemente novos fins e meios,
aprendendo com o passado e usando a sua imaginação para descobrir e criar (mediante a ação) o futuro
Ciência econômica
Diferentemente dos neoclássicos, é tida como
uma teoria da ação mais do que da decisão
O importante não é que se tenha tomado uma decisão,
mas sim que a mesma é levada a cabo sob a forma de
uma ação humana, resultando em interações e atos de
coordenação que serão estudados pela ciência econômica
Ciências praxeológicas
Subjetiva
Estuda os homens, as suas
apreciações e, consequentemente, as
ações humanas que delas derivam
Os bens, as mercadorias, as riquezas e todas as demais noções
de conduta são elementos da mente e da conduta humana
A produção é um fenômeno intelectual e espiritual
Informação
Conhecimento prático, relevante, subjetivamente interpretado,
conhecido e utilizado pelo agente no contexto de uma ação concreta
Função empresarial
Força protagonista (porém ausente na teoria neoclássica)
Impulsiona a coordenação entre os comportamentos
desajustados que ocorrem na sociedade
A única que torna possível a existência da
teoria econômica como ciência
Fenômeno próprio do mundo real que está sempre em desequilíbrio
Criar e descobrir informação que antes não existia
Dá lugar à aparição de novos desajustamentos que por sua
vez originam novas oportunidades de lucro empresarial que
tendem a ser descobertas e coordenadas pelos empresários
Erro empresarial
É possível que se cometam erros empresariais “puros”
sempre que uma oportunidade de lucro permanece no
mercado sem ser descoberta pelos empresários
Permite, quando descoberto e
eliminado, o “lucro empresarial puro”
Para os autores neoclássicos, nunca existem
erros genuínos de tipo empresarial dos quais
alguém deva se arrepender a posteriori
Concorrência
Processo de rivalidade
Big Bang Social
Modelo que permite o crescimento sem limite do
conhecimento e da civilização de uma forma tão
ajustada e harmoniosa (ou seja, coordenada) como
seja humanamente possível em cada circunstância
histórica
Problema econômica fundamental
Surge quando os fins e os meios são muitos e competem entre si, sendo que o conhecimento sobre os
mesmos não está “dado”, encontrando-se disperso pelas mentes de inúmeros seres humanos que
constantemente o criam e geram ex novo não sendo por isso sequer possível conhecer todas as
possibilidades e alternativas existentes, nem a intensidade relativa com a qual se deseja tentar
alcançar cada uma dela
Não separa micro e macroeconomia
O equilíbrio (defendido pelos neoclássicos) atuaria como uma espécie de véu que impediria o teórico de conseguir
descobrir a verdadeira direção que existe nas relações de causa e efeito que fazem parte das leis econômicas
Custo
Valor subjetivo que o agente atribui aos fins aos quais renuncia
quando decide empreender um determinado curso de ação
Os custos como valores subjetivos são assumidos em função do
valor subjetivo que os fins desejados têm para o agente
Fundador
Carl Menger
O uso da matemática na economia tem resultados nefastos porque as mesmas unem sincronicamente
magnitudes que são heterogêneas do ponto de vista temporal e da criatividade empresarial
Por exemplo, se alguém prefere A a B e B a C, pode perfeitamente
preferir C a A, sem deixar de ser “racional” ou coerente, bastando
para tal que, simplesmente, tenha mudado de opinião
Os critérios neoclássicos de racionalidade confundem o
conceito de constância com o conceito de coerência
O fato de o “observador” científico não poder obter a informação subjetiva, que está continuamente sendo criada e
descoberta de forma descentralizada pelos agentes-empresários “observados” que protagonizam o processo social,
fundamenta a sua convicção na impossibilidade teórica de efetuar testes empíricos em economia
Impossibilidade teórica de efetuar previsões específicas em economia
Em economia, portanto, apenas podem ser feitas “previsões de tendência” de tipo genérico
Estas previsões são de natureza exclusivamente qualitativa e teórica
Os fenômenos empíricos são continuamente variáveis, de maneira que nos acontecimentos sociais não existem
parâmetros nem constantes, sendo que tudo são “variáveis”, o que torna muito difícil, se não impossível, o objetivo
tradicional da econometria, assim como o programa metodológico positivista em qualquer das suas versões
Hayek
Denomina de “cientismo” a aplicação indevida do método
próprio das ciências naturais ao campo das ciências sociais
Livro 'O Caminho da Servidão'
Advertência à intelligentsia socialista inglesa
1944
Crítica ao socialismo radical
O grande mérito dos austríacos consiste em ter demonstrado que é perfeitamente possível elaborar todo o corpus
da teoria econômica de uma forma lógica e considerando o tempo e a criatividade (praxeologia)
Principais críticas aos neoclássicos
Concentram-se exclusivamente em estados de equilíbrio através de um modelo maximizador que assume como
“dada” a informação de que necessitam os agentes para as suas funções objetivo e restrições
A escolha, em muitos casos arbitrária, de variáveis e parâmetros tanto para a função objetivo como para as
restrições, tendendo a incluir os aspectos mais óbvios e esquecendo outros de grande importância, mas cujo
tratamento empírico é mais difícil (valores morais, hábitos e tradições, instituições etc.)
Centram-se nos modelos de equilíbrio que tratam com o formalismo da matemática e que ocultam as verdadeiras razões de causa e efeito
Elevam ao nível de conclusões teóricas o que não são mais do que meras interpretações da realidade histórica, que
podem ser relevantes em algumas circunstâncias concretas, mas que não se pode considerar como tendo uma
validade teórica universal, uma vez que apenas se baseiam num conhecimento historicamente contingente