Cardiologia - ECG - Arritmias Cardíacas - Bradicardia Sinusal, Arritmia Sinusal, Parada Sinusal e Bloqueios de SA, AV e de Ramos

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P1 facul (P1 FCC) Note on Cardiologia - ECG - Arritmias Cardíacas - Bradicardia Sinusal, Arritmia Sinusal, Parada Sinusal e Bloqueios de SA, AV e de Ramos, created by Luís Fernando Lipka Insfran on 18/08/2019.
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Aula 2 - Cardiologia - ECG - Arritmias Cardíacas Avaliação Básica do ECG: Ritmo FC Eixo Onda P Intervalo PR Complexo QRS Segmento ST Onda T

Bradiarritmias Definição:          -Alterações de FC e/ou Ritmo Cardíaco -> cursam com baixa Frequência Ventricular          -Em alguns casos pode ser fisiológica -> atletas possuem baixa FC em repouso Tipos:           1. Bradicardia Sinusal; 2. Arritmia Sinusal; 3. Parada Sinusal; 4.Bloqueios AV (atrioventriculares); 5. Bloqueios IV (interventriculares) 1. Bradicardia Sinusal          -Origem: Nó Sinusal          -Onda P com orientação habitual e ocorre antes de cada complexo QRS          -FC<50 bpm          -Causas comuns:                      >Tônus Vagal Excessivo -> Vômitos, Vasovagal, Sono                      >Tônus Simpático Deprimido                      >Medicamentoso: Betabloqueadores, Bloqueadores dos Canais de Cálcio, Amiodarona, Parassimpaticomiméticos                      >DNSA                      >Condições Sistêmicas Adversas -> Meningite, Tumor SNC, Hipotermia, Hipotireoidismo                      >IAM -> Transitório e mais associado aos IAM de parede inferior          -Quadro Clínico: Geralmente benigno; Pode favorecer a hemodinâmica (maior tempo diastólico = enchimento ventricular); Eventualmente associa-se a Sincope Vasovagal.          -Tratamento: Geralmente não necessário; Se bradicardia com DC inadequado -> Atropina; Bradicardias Sinusais sintomáticas e persistentes -> Marcapasso.

2. Arritmia Sinusal          -Definição: Onda P com orientação normal e mantida          -Ritmo Cardíaco: Irregular          -Causas:                      >Fisiológica: respiratória -> melhor evidenciada em crianças (P-P diminui com a inspiração);                      >Patológica: Doença do Nó Sinusal;                      >Medicamentosa: Digitais e Opioides.          -Quadro Clínico: raramente provoca sintomas          -Tratamento: Não é necessário -> o aumento da FC suprime a arritmia

3. Parada Sinusal          -Definição: Longos períodos sem onda P no ECG          -Quando longas -> podem ser interrompidas por batimentos de escape (extrassístoles)          -Uma nova área do Nódulo Sinusal ou um foco Auricular Ectópico vizinho podem assumir o comando, e então estabelecer uma nova frequência.          -Quadro Clínico: Assintomático; mas podem precipitar outras arritmias, como assistolia ou taquiarritmias.          -Tratamento: No caso de Doença do Nódulo Sinusal -> Sintomático, pausas longas (>3seg) durante a vigíliar -> Marcapasso OBS.: existe uma diferença entre Parada Sinusal (geralmente outra área marca-passo assume o controle -> altera a frequência) e Bloqueio de Nódulo Sinusal - BAS (a mesma área marca-passo continua no controle -> mantém a frequência).  [O BAS não será abordado nessa aula, porém também possui classificações e suas peculiaridades!!!]

4. Bloqueios A-V (AV; AtrioVentriculares)          -Definição: É a ocorrência de retardo na condução dos estímulos atriais durante a passagem pelo Nódulo Atrioventricular (NAV). Quando os estímulos, apesar do retardo, conseguem atingir os ventrículos, tem-se o bloqueio atrioventricular (BAV) incompleto (1º e 2º grau), e nos casos em que o retardo da condução é avançado e os estímulos atriais não atingem os ventrículos, tem-se o BAV completo (3º grau).          -Apresentação no ECG: Aumento do intervalo PR acima do valor máximo para aquela frequência cardíaca e idade (em geral: >200ms/>1 quadrado grande/>5 quadrados pequenos), podendo ocorrer ondas P sem o complexo QRS correspondente.          -Tipos de BAV:                      >BAV de 1º Grau                      >BAV de 2º Grau:                               >Mobitz I                               >Mobitz II                      >BAV de 3º Grau ou BAV Total 4.1 - BAV de 1º Grau          O tempo de condução A-V está aumentado, porém, a condução A-V está sempre presente. Todas as ondas P são conduzidas e intervalo PR é longo (maior que 200ms).          Nunca é sintomático;          Causas: Miocardite, digitálicos, doença do nó sinusal;          Diagnóstico: Aumento do intervalo PR no ECG. Sequência P-QRS-T com PR prolongado.

4.2 - BAV de 2º Grau          A condução A-V é intermitente -> São necessários 2 ou mais impulsos auriculares para estimular a resposta ventricular (QRS) -> Bloqueios 2:1 ou 3:1...                      *Tipo I  (Mobitz 1) -> O intervalo PR vai ficando mais longo até que uma onda P não é conduzida (fenômeno de Wenckeback).          O  intervalo PR subsequente é mais curto e vai  aumentando progressivamente até surgir nova onda P não conduzida;          Raramento sintomático -> pode ser normal em atletas;          Raramente requer implante de marcapasso          Pode surgir na fase aguda do IAM de parede inferior.                      *Tipo 2 (Mobitz 2) -> Alguns estímulos atriais são conduzidos outros não.          O intervalo PR não varia;          Pode ser devido doença estrutural do sistema de condução ou por medicamentos (betabloqueadores, digitálicos);          Pode evoluir para BAVT -> por isso também exige implante de marcapasso.

4.3 BAV de 3º Graus (Total)          Bloqueio A-V total -> Não existe condução A-V;          Geralmente apresenta síncopes e ou sintomas de baixo débito;          Pode ser devido a doença estrutural do sistema de condução ou a medicamentos;          A maioria dos paciente necessita do impante de um Marcapasso Definitivo

5. Bloqueio Interventriculares          São os Bloqueios de Ramos:                      1. BRD: Bloqueio de Ramo Direito;                      2. BRE: Bloqueio de Ramo Esquerdo.          Lembrar de algumas considerações do ECG normal:                      V1: Morfologia rS, com T negativa                      V6: Morfologia Rs, com T postiva

5.1 - BRD - Bloqueio de Ramo Direito          Bloqueio completo ou incompleto da condução do estímulo pelo ramo direito do feixe de His;          Etiologia variada: Processos do septo interventricular na parte mais superior (calcificação, infecção); Lesão valvular aórtica; Lesão valvular tricúspide; Hipertensão arterial sistêmica; Doença arterial coronariana; Miocardiopatias; Defeitos congênitos do septo interventricular; Comunicação interventricular; Doença de Chagas; Como complicação de um infarto agudo do miocárdio, indicando mau prognóstico.          Características Eletrocardiográficas:                      Presença de complexos rsr', rsR' ou rSR' em V1 e V2, sendo R' habitualmente maior que r;                      Onda S alargada em V6 e D1, com duração maior que a onda R ou maior que 40ms em adultos. Obs.: podem haver distúrbios de condução em que há rR' com QRS > 120ms sem que haja patologia, se a faixa etária <35 anos.          Pode ser classificado entre 1)leve 2)moderado e 3)avançado                      #Critérios para BRD Leve a Moderado:                               *Duração do complexo QRS entre 80 e 120ms;                               *Diminuição progressiva da onda S em V2;                               *Empastamento da onda S em V2;                               *Desenvolvimento das morfologias rsr' ou rsR' em V2 e, posteriormente, em V1;                               *Onda T com direção oposta à deflexão terminal do complexo QRS.                      #Critérios para BRD Avançado:                               *Aumento da duração do complexo QRS igual ou superior a 120ms;                               *SÂQRS variável: frequentemente para direita, frente e para baixo;                               *Derivações direitas mostram onda R' alargada e entalhada;                               *Complexo QRS polifásicos em D2, D3, aVF e V2;                               *Onda S larga e espessada em D1, V5 e V6;                               *Onda T com direção oposta à deflexão terminal do complexo QRS.          Significado clínico do BRD:                      Estreita relação com a parte superior do septo ventricular e valvas aórtica e tricúspide;                      Surge em lesões valvares aórticas e tricúspides, HAS, coronariopatias, miocardiopatias e defeitos do septo membranoso;                      Surge em defeitos do Septo Atrial (CIA) por dilatação do VE;                      Embolia Pulmonar, Miocardiopatia chagásica e, até, Indivíduos normais.

5.2 - BRE - Bloqueio de Ramo Esquerdo          Ocorre quando há bloqueio do tronco do ramo esquerdo antes da sua bifurcação em fascículos:                      1. Ântero-superior e                      2. Póstero-inferior ou                      3. Bloqueio dos dois fascículos ao mesmo tempo.          Etiologia variada: Hipertensão arterial sistêmica; Doença das artérias coronárias; Doença valvular; Isquemia; Esclerose; Calcificação; Em consequência de hipertrofia do ventrículo esquerdo.                      

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