Questão | Responda |
Quais são os parâmetros clínicos principais ao monitorar uma anestesia geral? | Padrão: - Oxigenação (oximetria de pulso) - Ventilação (frequência respiratória) - Circulação (ECG, pressão arterial e avaliação de perfusão) - Temperatura (quando necessário) Podem ser adicionados: - Pressão arterial invasiva e venosa central - Ecocardiografia - Monitorização do bloqueio neuromuscular - Monitorização do SNC |
Padrão de monitorização para anestesia local. | Os mesmo da anestesia geral: Padrão: - Oxigenação (oximetria de pulso) - Ventilação (frequência respiratória) - Circulação (ECG, pressão arterial e avaliação de perfusão) - Temperatura (quando necessário) Podem ser adicionados: - Pressão arterial invasiva e venosa central - Ecocardiografia - Monitorização do bloqueio neuromuscular - Monitorização do SNC |
Avaliação dos órgãos vitais; | -Cardiovascular: FC, ECG, PA, ausculta, PVC, cateter de Swan-Ganz, eco transesofágica. - Respiratório: oxigenação (oximetria de pulso, gasometria arterial e venosa, cor da pele) e ventilação (capnografia e gasometria arterial). - Renal: débito urinário (sondagem vesical), concentração e densidade urinária. - SNC: EEG, escala de Glasgow, pressão intracraniana. |
Qual o conceito de capnografia? | Capnografia é a medida de CO2 inspirado e expirado em função do tempo. |
Cite 3 aplicações clínicas da capnografia durante o intra-operatório | Fornece informações acerca da produção de CO2, perfusão pulmonar e ventilação alveolar, padrões de respiração, eliminação de CO2 do circuito de anestesia e ventilador pulmonar. Dessa forma é possível: - Avaliar local adequado do tubo endotraqueal - Avaliar resposta à reanimação da parada cardio-respiratória - Diagnosticar doenças durante o transoperatório (TEP, broncoespasmo e aumento da resistência da via aérea). |
Três limitações do oxímetro de pulso. | Margem de erro – 2 a 3% - Baixa perfusão periférica - Anemia – saturação menor com Hg < 10g/dl - Meta-hemoglobinemia – NPS, NTG, sulfas, metoclopramida - Intoxicação por CO (Carboxihemoglobina) - Hemoglobina fetal - Contaminação luminosa – lâmpadas fluorescentes - Cor das unhas – usar o sensor lateralmente - Corantes – azul de metileno, fluoresceína, indigo carmin, verde de indocianina |
Cite as utilidades da ecocardiografia transesofágica e quando está indicada. | Utilidades: - Função valvular e contratilidade miocárdica - Função diastólica - Anatomia intracardíaca Indicações: - Hipotensão de causa obscura - PVC de difícil interpretação - Suspeita de massas ou vegetações intracardíacas - Anormalidades valvulares - Shunts - Embolia aérea - Doença pericárdica - Dissecção aórtica / aneurisma |
Hipotermia e sua influência na anestesia | -Arritmia cardíaca - Aumento da resistência vascular periférica - Desvio da curva de dissociação da Hb para a direita - Coagulopatia reversível (disfunção plaquetária) - Catabolismo proteico - Alteração do estado mental e renal - Metabolismo reduzido de fármacos |
Na falta de luz em bloco cirúrgico, qual o parâmetro clinico que poderia avaliar mais adequadamente uma anestesia geral? | Pulso (frequência cardíaca). |
Citar a monitorização mínima exigida na realização de anestesia geral para cirurgia videolaparoscópica com realização de pneumoperitônio | - Frequência cardíaca - Monitorização eletrocardiográfica (ECG) - Medida da pressão arterial - Oximetria de pulso - Capnometria, capnografia (nos procedimentos videolaparoscópicos - pneumoperitônio com CO2) |
Citar os objetivos da anestesia geral. | - Inconsciência e amnésia - Analgesia - Imobilidade - Atenuação autonômica |
Citar os 3 períodos ou etapas da anestesia geral. | Fase de indução: período entre a administração de agentes anestésicos até o início do procedimento cx. Fase da manutenção: período entre o início e o fim do procedimento cirúrgico Fase do despertar: reversão da anestesia e termina quando o paciente está prestes a sair da sala de cirurgia. |
Defina CAM e a sua importância | CAM (concentração alveolar mínima) é a concentração a 1 atm de anestésico inalatório necessária para abolir em 50% da população testada o reflexo de retirada mediante a um estímulo padrão (incisão cirúrgica da pele). Sua importância é que serve como medida da potência dos anestésicos inalatórios (quanto menor a CAM, maior é a potência do fármaco). |
Fatores que alteram e que não alteram a CAM. | |
Objetivos da anestesia geral e um fármaco | - Bloqueio mental (tiopental, propofol, midazolan) - Bloqueio sensitivo (fentanil, alfentanil, morfina) - Bloqueio motor (pancurônio, atracúrio) - Bloqueio dos reflexos autonômicos (atropina, beta-bloqueador) |
Cite 5 características de um anestésico inalatório ideal. | - Controle preciso da profundidade - Possibilidade de agente único - Promover anestesia em baixa concentração inspirada - Rápida recuperação - Ausência de toxicidade renal e hepática - Ausência de reações adversas - Baixo custo |
Uma questão comparando Propofol a outro fármaco: qual o mais utilizado e vantagens? | Propofol → Tem a vantagem de ser rapidamente metabolizado e, portanto, permite a recuperação rápida sem qualquer efeito ressaca. Isto permite que seja usado em infusão continua para manter a anestesia cirúrgica sem a necessidade de agente inalatório algum. Muito utilizado para cirurgias simples (alta no mesmo dia). |
Citar e explicar como 2 drogas de uso corrente podem interferir no transoperatório | Diuréticos → Podem alterar a capacidade renal de concentrar a urina prejudicando as respostas à hipovolemia β-blockers → ↓ ef. cardiovasculares da descarga simpática da cx, ↓ o consumo de O2 pelo miocárdio e, consequentemente, a chance de isquemia e arritmias. Os possíveis efeitos adversos seriam a bradicardia e a hipotensão, mas são de pequena gravidade e facilmente reversíveis. |
Paciente durante anestesia regional sente dor pré-cordial de início súbito, com sofrimento em derivações DII, ___, ____. Diagnóstico? | DIII, aVF. Infarto de parede inferior. |
*Derivações principalmente utilizadas (ECG): | -DII (avaliação do ritmo e diagnóstico de arritmias) – V5 (diagnóstico de isquemia) – CB5 ou CS5 (ritmo e isquemia em equipamentos de apenas uma derivação |
Conceitue os quatro tipos de dor e de exemplos | - Dor aguda: tem uma função específica, seja de alertar para uma possível lesão, ou de manter o local imobilizado para uma boa cicatrização. Geralmente ocasionada por trauma ou cirurgia, tem duração limitada. Costuma responder ao tratamento. - Dor crônica: sobrevive à sua função, não tem utilidade. Decorre de sensibilização central, tem duração >3m, costuma resistir ao tto - Dor nociceptiva: dor decorrente da ativação de receptores nociceptivos, que acontece devido à lesão (real ou ‘ameaça’), com ativação subsequente de mediadores químicos teciduais. É aquela que obedece a um modelo tradicional de dor. Ex.: trauma e pós-op. - Dor neuropática: dor decorrente de lesão em algum nível do sistema neurossensorial. Ex.: DM, lombociatalgia |
Diferenças de dor crônica e aguda. | - Duração: aguda – minutos a algumas semanas / crônica – mais que 3 meses - Objetivo: aguda – tem utilidade, fator protetivo / crônica – subsiste à sua função - Resposta ao tratamento: aguda – costuma responder e desaparecer / crônica – difícil controle - Causa: aguda – geralmente única (trauma, inflamação..) / crônica – múltiplos fatores (físicos e psicológicos) - Origem: aguda – ativação de nociceptores / crônica – sensibilização central |
Cite a diferença entre Alodínia, Hiperalgesia e Hiperpatia. | - Alodínia: resposta dolorosa a um estímulo que normalmente não provoca dor. - Hiperalgesia: resposta exagerada a um estímulo doloroso, provocando sensação dolorosa de intensidade anormal após um estímulo nocivo - Hiperpatia: reação dolorosa aumentada a estímulos repetitivos sublimiares ou pós-sensações dolorosas prolongadas |
Conceitue Wind Up. | Um ↑ progressivo no nº de potenciais de ação aferentes produzido nos cornos dorsais dos neurônios da medula espinhal, por impulso repetido nas fibras C, faz com que os potenciais se somem, já que são lentos. Isso faz com que ocorra uma sensibilização central (hiperalgesia secundária), ↑ a resposta à dor a cada estímulo repetido e da mesma intensidade. O fenômeno é crucial no surgimento de dor crônica pós-cirúrgica. |
Como percebemos a dor? | A) Transdução: estímulos nóxicos → terminações nervosas livres → sinais elétricos. B) Transmissão: eventos neuronais (sinapses) transmitem sinais da periferia ao córtex. C) Modulação: SNC inibe ou estimula estímulo doloroso. D) Percepção: interpretação subjetiva dos sinais pelo córtex → sensorial (intensidade, localização) + afetivo (psicológico). |
Explicar sobre o que acontece na dor crônica e porquê sentimos dor crônica. | A dor crônica é causada por lesões das partes sensíveis à dor no SNC. É resultado de múltiplos fatores (físicos e psicológicos) agindo uns sobre os outros que persistem mesmo na ausência/resolução de uma lesão ou inflamação tecidual. Não existe o fator protetor da dor aguda. |
Qual a relação dos opioides no Sistema Imune? | Efeito imunossupressor: efeito indireto dos opioides, especialmente da morfina, envolvendo redução da função das células NK e da atividade proliferativa linfocítica. Embora estudos apontem para um efeito imunossupressor dos opioides, a relevância clínica dessas observações continua incerta. |
Cite uma droga que aja nas fases da dor: transdução, modulação, transmissão, percepção. | A) Transdução: AINES, anti-histamínicos B) Transmissão: AL e antagonistas NMDA C) Modulação: AINES, opioides, antagonistas NMDA D) Percepção: Anestésicos gerais e opioides |
Cite 5 causas de dor lombar. | - Contratura muscular -Hérnia discal - Fratura de corpo vertebral - Lesão ligamentar - Metástases - Osteoartrite e AR - Espondilite anquilosante |
Qual o algoritmo da analgesia no adulto por passos da OMS? (Escada Analgésica) | 1º Degrau = Dor leve (1-3): Analgésicos não opióides (AINES, paracetamol) 2º Degrau = Dor moderada (4-6): Opióides fracos (codeína, hidrocodona, tramadol) +/- Analgésicos não opióides 3º Degrau = Dor intensa (7-10): Opióides potentes (morfina, metadona) +/- Analgésicos não opióides |
Qual o tratamento da hiperalgesia induzida por opioides? | Uso de antagonistas NMDA (ex.: Metadona) ou rotação de opioides. |
Cite 2 medidas para diminuir a tolerância a opioides | - Rotação de opióides - Uso de antagonista NMDA (Metadona) - Descontinuação (quando possível) |
Paciente com dor crônica recebendo 2 opioides e continua com dor. Quais erros de conduta? | Não devem ser usados dois fármacos da mesma classe. Correto seria usar AINE + opioide. |
Dor lombar crônica inespecífica. Como investigar? | Anamnese + exame físico + bloqueio anestésico diagnóstico. |
Classificação da OMS para tratamento de dor no câncer em adultos | Escala que serve para orientar o tratamento da dor nos pacientes oncológicos de acordo com a progressão da doença e das queixas do paciente. São vários degraus. Posso começar em qualquer degrau e posso usar como adjuvante medicações de degraus anteriores. - 1º Degrau = Analgésicos não opióides (AINES, paracetamol) para dor leve (1 a 3) - 2º Degrau = Opióides fracos (codeína, hidrocodona, tramadol) para dor moderada (4 a 6) com ou sem Analgésicos não opióides - 3º Degrau = Opióides potentes (morfina, metadona) para dor intensa (7 a 10) com ou sem Analgésicos não opióides - 4º Degrau = cateter peridural, bombas implantáveis - 5º Degrau = crioterapia, neurocx (descompressão de raiz por mtx óssea na coluna) |
Quais as características da dor do paciente oncológico, crônica, e como ela se apresenta. | A dor em pacientes oncológicos não tem apenas uma etiologia, ocorrendo por diversas causas, como: invasão tumoral ou compressão tecidual, dor cirúrgica ou por biópsias, dano por radioterapia aos tecidos, neuropatias causada por quimioterapia e outros tratamentos, isquemia, inflamação, dor visceral por bloqueio ou dano a estruturas orgânicas, dor musculoesquelética por baixa mobilidade ou artropatias, fraturas patológicas, entre outras. |
Cite a diferença no tratamento da dor aguda pós-operatória e da dor do câncer: | Na dor aguda, como é o caso de pós-operatório, a escala analgésica da OMS é invertida. Ou seja, começo dos degraus mais altos, com opioides potentes, e vou decrescendo até poder cessar analgesia. Já na dor oncológica, o ideal é fazer a escala ascendente, pois o tratamento de longo prazo vai gerando tolerância às drogas. Nesse tipo de dor, posso usar degraus que envolvem medidas mais permanentes, como bloqueios nervosos e neurocirurgias. |
Caso de paciente oncológico, quais as medidas para não baixar a imunidade | Preferir anestesia regional e não geral, evitar os fatores que alteram a imunidade, tais como medo, hipotermia, hipoglicemia, sangramento e transfusão, minimizar o trauma tecidual. |
Paciente com câncer com metástases ósseas e dor intensa 8/10. Dizer estratégia para analgesia. | Uso de opioides potentes (morfina, metadona), pois a dor é intensa (7 a 10), associados ou não com analgésicos não opioides |
Qual a relação da morfina com a diminuição da recidiva tumoral e o prognóstico do paciente oncológico. | A grande maioria das neoplasias super expressam receptores mi. E dai a morfina impede a progressão tumoral devido a isso |
Qual anestésico eu utilizo em um paciente com dor aguda, com dor crônica, e oncológico e por quê? | Descubra |
Cite 5 vantagens em tratar a dor no pós-operatório. | - Qualidade de vida - Melhora das funções orgânicas - Redução stress psicológico - Recuperação das atividades - Capacidade para cuidados próprios - Alta hospitalar mais precoce |
Qual a técnica de escolha para analgesia em pós-operatório de pneumonectomia? | Anestesia peridural com AL. Depois vai decrescendo de acordo com a escala analgesia da OMS. |
Paciente fez apendicectomia laparoscópica. Dizer a estratégia para analgesia. | Paciente pós-operatório tem que “descer a escada”. Sempre começa com opióides fortes (morfina) depois opióides fracos (codeína) e dps os não opióides (paracetamol, dipirona, coxibes...) |
Paciente submetido a laparotomia por perfuração de víscera oca. Planeje a analgesia pós-operatória. | Paciente pós-operatório tem que “descer a escada”. Sempre começa com opióides fortes (morfina) depois opióides fracos (codeína) e dps os não opióides (paracetamol, dipirona, coxibes...) |
Após nefrectomia aberta, via lombar, a analgesia deve ser incluída apenas no 1º PO. Você concorda? Por quê? | Não. É importante manter a analgesia por mais tempo, seguindo a escala analgésica da OMS. Está comprovado que, além de melhorar a qualidade de vida, evitar a dor resulta em melhora das funções orgânicas, diminui o stress psicológico, favorece a recuperação das atividades e a capacidade para autocuidado, bem como leva a alta hospitalar mais precoce |
Qual o esquema analgésico mais apropriado para o pós-operatória de uma gastrectomia? | Paciente pós-operatório tem que “descer a escada”. Sempre começa com opióides fortes (morfina) depois opióides fracos (codeína) e dps os não opióides (paracetamol, dipirona, coxibes...) |
Cite particularidades da via aérea em crianças. | - Epiglote longa e horizontalizada - Língua proporcionalmente grande - Brônquios fonte em ângulos iguais - Traqueia curta |
Tempo de jejum no lactente antes da cirurgia. | - Leite materno: 4h - Leite de vaca, fórmulas: 6h |
Paciente pós-duodenopancreatectomia deve continuar com analgésicos até o retorno às suas atividades cotidianas. Você concorda com a afirmação? | Concordo (parcialmente, segundo alguns), já que a analgesia deve ser mantida durante todo o tempo necessário e não mantida apenas nos primeiros dias pós-operatório. Se o paciente continiar com dor após retorno às atividades, a analgesia deve continuar também (por isso, parcialmente). |
Como os anestésicos gerais funcionam no CNS? | diminuindo a frequência de sinapses excitatórias e aumentando as sinapses inbitórias |
Paciente com dor crônica está em uso de Tramadol + codeína e ainda sente dor. Você concorda com a terapia adotada? Porque? | Não concordo. Utilizar classes diferentes |
Cite três fatores de risco para dor crônica pós-operatória? | - Dor pré-operatória (sensibilização) - Dor crônica (já em uso de analgésicos comuns) - Idade do paciente - Expectativas do paciente e do médico sobre intensidade dor pós-Cx - Estado físico ASA - Medo do paciente em relação ao resultado - Estado depressivo |
Cite 4 motivos para escolher um anestésico inalatório seletivo para a anestesia. | Menor tempo de ressaca, menos efeitos adversos, controle da profundidade, uso de um único agente para anestesia |
A analgesia deve ser interrompida no 1º PO de uma lobectomia? Justifique sua resposta. | - Banco |
Em um caso de dor crônica em que houver dúvida diagnóstica após a investigação, que outros métodos podem ser usados? | Ele queria que respondesse pensando no bloqueio anestésico diagnóstico |
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