Análise dos Capítulos 7 e 8 do livro "Psicologia do Trabalho Pedagógico" de Roseli Fontana e Nazaré
Descrição
Mapa Mental sobre Análise dos Capítulos 7 e 8 do livro "Psicologia do Trabalho Pedagógico" de Roseli Fontana e Nazaré, criado por Samantha Greco em 13-04-2018.
Análise dos Capítulos 7 e 8 do livro
"Psicologia do Trabalho Pedagógico" de
Roseli Fontana e Nazaré
Capítulo 7
O capítulo inicia com um diálogo de uma sala de aula
sobre a Semana da Pátria, e através deste diálogo
discorre-se uma discussão sobre o significado da
palavra “pátria” para as crianças e para a professora.
Processo de elaboração das palavras: através de
vivências as crianças criaram para si um sentido para
o significado de pátria, ou seja uma sequência de
eventos que se resume à uma palavra, ao perguntar o
exato significado da palavra as crianças passaram de
uma relação de uso a partir de eventos, para uma
reflexão sobre a palavra.
Atividade intelectiva: a partir da pergunta da professora
é direcionado para a atividade intelectiva pois através do
intelecto a criança buscará sentido a palavra, organizando
a compreensão sobre a palavra e sua função social que
pratica.
O que a psicologia nos diz:
Watson e Skinner consideram a linguagem como
comportamento verbal.
Comportamento verbal: as palavras são aprendidas
através de associação e reforçamento assim como todo
comportamento; através da aquisição do conhecimento de
uma palavra, começa a associação com seu significado
através de vivências do indivíduo; as palavras passam por
mudanças externas de significados pois através de
vivências da criança ela vai construindo um sentido para
a palavra.
Piaget> linguagem como função de
inteligência:
“A linguagem só é acessível à criança em função dos
progressos de seu pensamento” (1975:345).
Periodo sensório-motor: a criança interage com o mundo
através de seus sentidos e movimentos;
Inteligência sensório motora
função simbólica: a linguagem é resultado desta função
simbólica, que nada mais é do que um mecanismo
individual que torna possível as significações coletivas>
Pensamento operatório: relações lógicas de abstração (
atividade mental que separa elementos de um todo
para identificação de uma parte) e generalização
(inverso à abstração, agrupa vários objetos que
possuem caracteres comuns)> com o pensamento
operatório é possível a linguagem torna-se parte
necessária do conhecimento lógico- abstrato, os
sentidos são formados através de proposições ditas
verbalmente;
Através do desenvolvimento as palavras vão sendo
usadas a partir de seu significado atribuído a elas
refletindo os níveis de desenvolvimento cognitivo. O
autor cita ainda que é como um mapa do pensamento.
A linguagem como atividade simbólica constitutiva
Na teoria histótico-cultural a linguagem é analisada como sistema simbólico básico
a linguagem é um produto histórico, para atividade
especificamente humana, a comunicação, e através de
signos ocorre a troca de informações.
para Piaget, a linguagem se tratava de algo que se
acrescenta às representações, ações e
desenvolvimentos individuais
agora para Vigotski, ela passa a ser constitutiva ( a
base) da sociedade mental e humana de acordo com a
autora, para Vigitski ela é individual e social
“tem origem e se realiza nas relações entre indivíduos
organizados socialmente, é meio de comunicação entre
eles, mas também constitui a reflexão, a compreensão
e a elaboração das próprias experiências e da
consciência de si mesmo.”
A palavra não se desenvolve naturalmente nos seres humanos
Ela depende das nossas relações sociais
A criança nasce num mundo repleto de símbolos e
signos e os adultos se responsabilizam por inseri-las e
faze-las assimilar e incorporar os significados de tudo
o que as cerca. Como por exemplo, mesmo sabendo
que a criança não entende o que ela diz ela continua
nomeando as coisas que cercam seu filho.
“A mãe fala à criança dando significado a seus
movimentos choros e risos. Pela palavra da mãe, o
choro transforma-se em chamado, e o movimento
frustrado de agarrar, inscrito no ar pelas mãos de um
bebê voltadas para um objeto qualquer, transforma-se
em gesto de apontar. A mãe, observando as tentativas
da criança para agarrar o objeto, A criança ainda
entrega-o a ela, interpretando seu movimento: "Ela quer
esta bola". não entende, mas Nesse momento um
significado é atribuído pela mãe ao movimento do bebê,
transformando-o em gesto. A transformação do
movimento em apresentando-lhe gesto produzida pelas
pessoas que cercam a criança vai sendo incorporada
ao mundo. preparada por ela ao longo de experiências
semelhantes.”
“É pela interpretação e nomeação feitas pelo outro que
os movimentos do corpo convertem-se em gestos.”
“O mesmo acontece com o
balbucio, que se transforma em
esboço de fala. E a mãe ou
alguém mais velho do que a
criança e em interação com ela
que atribui inicialmente significados
a eles.”
“O universo da linguagem chega à criança mediado pelos
outros membros de seu grupo social.”
A linguagem depende das possibilidades que a criança
tem ou não nas suas relações sociais.
Portanto, para Vigotski, “uma palavra sem significado é
um som vazio” mas essa dinâmica não é tão simples
“Não se trata, portanto, de vestir as palavras com o
pensamento, considera Vygotsky, nem de vestir o
pensamento com palavras. Pensamento e palavra se
articulam dinamicamente na prática social da linguagem.”
“o significado das palavras e das relações e
generalizações nelas contidas também se transforma
no processo de desenvolvimento das crianças.”
“A relação entre o pensamento e a palavra, analisa
Vygotsky, "não é uma coisa mas um processo, um
movimento contínuo de vaivém do pensamento para a
palavra, e vice-versa. Nesse processo, a relação entre
o pensamento e a palavra passa por transformações..."
(1987: 104).”
Capítulo 8
A criança e a palavra
Piaget: a linguagem é uma função do pensamento e assume forma e desempenha
importante papel através dos estágios de desenvolvimento
Vygotsky: palavra e pensamento estão envolvidos em uma compreensão nas relações
sociais.
Piaget
do símbolo individual aos conceitos
nos dois primeiros anos de vida a criança passa por transformações em prol da
elaboração da linguagem, passa por estágios de desenvolvimento expandindo sua visão
de mundo, e nessa expansão começa a ter a noção de que um objeto retirado do seu
campo de visão continua a existir, e cria uma imagem mental do mesmo, mostrando um
desenvolvimento da função simbólica.
Função simbólica
desenvolve-se a partir dos 2 anos e o cognitivo se reorganiza em um plano
representativo
faz de conta: a reprodução de objetos e ações através de imagens mentais, símbolos,
fatos, pessoas e acontecimentos
momento em que é criado a distinção entre significantes e significados
essa função simbólica é uma forma da criança utilizar a palavra, mas sem ser em toda
a sua complexidade lógica.
Os primeiros esquemas verbais: primeiras palavras que são meras onomatopeias ou
imitações sem significado fixo; ex.: mama para mãe, vruuuum para carro. Essas são
característica dominantes do pensamento sin-crético.
pensamento sin crético: é o agrupar vários acontecimentos e objetos em um mesmo
sentido, levando em conta apenas seu ponto de vista e suas experiências acerca
desses objetos e acontecimentos
a partir desses esquemas verbais sin-créticos são formadas as palavras-frases, ex.:
mimi (quero dormir) tete (quero chupeta); e a partir disto cria as representações
verbais, conta fatos vividos em simples frases
Nessa narrativa de acontecimentos e objetos a criança começa a criar signos no lugar
de palavras para a comunicação, esses signos são formados através das ações com
as quais são acompanhadas, e disto a criança nomeia para si mesma objetos e parte
deles. A criança pensa por imagens e atribui as palavras à essas imagens. Essas
atribuições às primeiras palavras da criança Piaget chamou de pré-conceitos.
O desenvolvimento da elaboração conceitual das palavras
Para a elaboração conceitual das palavras utilizamos de critérios lógicos, as palavras
são generalizadas acerca do objeto, tornando- o conjunto da realidade sendo
compreendido por outra pessoa acerca da palavra falada, não mudando o significado
da palavra em diferentes situações.
Para a criança esse desenvolvimento de aprender o conceito da linguagem social
depende do desenvolvimento das operações de pensamento a partir dessas
operações de pensamento ela elabora a generalização da palavra, a partir de exemplos
concretos, entretanto a criança ainda não consegue transpor em palavra seu raciocínio,
demonstrando que ainda não possui o total conceito da linguagem social e por isso a
linguagem aqui não é condição necessária do pensamento, isso só é atingido na
adolescência em que o raciocínio dedutivo-hipotético é alcançado e o adolescente torna
a linguagem uma condição necessário do pensamento, conceituando a linguagem social.
Vygotsky: o desenvolvimento do significado da palavra na criança
Vygotsky considera que a elaboração conceitual da palavra é desenvolvida culturalmente
pelos indivíduos e inicia-se nos primeiros anos de vida com a nomeação.
As primeiras palavras: nos primeiros meses de vida a criança já possui a função
denotativa ou função de nomeação a partir dos que apreende com os adultos e
objetos nomeados por eles, nesse momento o significado da palavra depende da
situação em que a criança está quando é ouvida a palavra.
Função designativa: aos 3 anos de idade, a criança reage de modo seletivo aos objetos
nomeados e atinge um processo de utilização da palavra, reproduzindo sons similares
à fala do adulto.
A elaboração das funções analítica e generalizadora da palavra
Mesmo quando o entendimento da palavra já esta estável, e o adulto já consegue se
comunicar com a criança em um dialogo em que ambos entendam os signos, as
funções analíticas e generalizadoras da criança sofre transformações no decorrer do
domínio das operações intelectuais. A generalização da palavra para criança ainda
permanece restrito, ampliando seu contato com a palavra essa abstração vai se
tornando mais ampla assim como para o adulto. É nas relações que a criança analisa
e generaliza a palavra.
Funções intelectuais básicas: essa analise e genarilazação da palavra através de
vivencias; a elaboração conceitual da palavra ocorre através de pensamento por
complexos e dos conceitos potencias.
O pensamento por complexos e os conceitos potencias
Pensamento por complexo: base para generalização, a palavra é elaborada com base
no sentido afetivo que a criança relaciona à ela (análise da palavra); é o agrupamento
de uma série de elementos da realidade da criança e dos fatos reais, relações
concretas que de fato possuem elementos da realidade.
Conceitos potencias: relações lógicas (abstração), a generalização ultrapassa as
relações imediatas; a criança elabora a palavra a partir de relações imediatas que
subordinam-se às relações lógico verbais, que generaliza elementos da palavra;
pensamento analítico: retirar de um todo uma palavra para dar significado à ela
O papel do outro no desenvolvimento da elaboração conceitual
É nas relações sociais que a criança adquiri novas palavras e amplia as significações
das mesmas a criança vai ajustando as palavras aproximando-as aos conceitos do
grupo cultural e linguístico ao qual pertence, na interação com adultos e crianças
maiores auxilia as crianças menores à controlar seu modo de pensar e elaborar os
significados das palavras.
Vygotsky apresenta que o aprendizado precedo o desenvolvimento, e isto é perceptível
nas interações sociais nas quais a criança apreende a palavra e através do
desenvolvimento do conceito da palavra ela passa a entende-la e utiliza-la de forma
similar à de adultos. Sendo assim a linguagem resultado da prática social.
assimilação: através de
assimilações dentro deste coletivo
que a criança constrói o verdade
significado das palavras.