BELO, Fábio; SCODELER, Kátia. A importância do brincar em Winnicott e Schiller. Tempo psicanalítico, Rio de Janeiro, v. 45.1, p. 91-109, 2013
Mestranda Zeni Pereira.
conceitualização do impulso
lúdico e do jogo para Schiller
O homem joga somente quando é homem no
pleno sentido da palavra, e somente é homem
pleno quando joga
o homem é dotado de dois impulsos (Triebe)
básicos, o sensível e o racional
coincide com a
origem do homem,
deve ceder seu lugar para que o pensar exerça poder
sobre o homem impondo a ele a necessidade lógica ou
moral.
surge com a lei e os
conceitos de justiça e
verdade que são expostos ao
homem de modo inevitável,
indelével e incompreensível
denomina impulso lúdico (Spieltrieb) uma área ou
estágio transicional que permite que razão e
sensibilidade atuem juntas sem que haja a
sobreposição de uma à outra.
zu spielen, de Schiller, foi traduzida
para o inglês como to play e para o
português como “jogar”
A estética Schilleriana - a
importância do jogo, ampliando a
ideia exposta por Kant
teoria do brincar de
Winnicott, e sua aplicação
na psicanálise.
interrogar sobre as possíveis bases
teóricas ou uma das bases sobre as quais
ele erigiu sua teoria sobre o brincar e sua
aplicação na prática clínica.
“É no brincar, e talvez apenas no
brincar, que a criança ou o adulto
fruem na sua liberdade de criação” [...]
é somente sendo criativo que o
indivíduo descobre o eu (self)”.
A expressão to play da obra de
Winnicott foi traduzida para o
português como “brincar”;
O homem como um
"vir a ser"
coloca o desenvolvimento humano
como uma jornada cuja estrela guia é a
independência jamais atingida,
o brincar na psicanálise
winnicottiaana
uma das características do brincar é que ele não é
nem da ordem da realidade externa nem da
realidade interna propriamente dita, está em um
meio entre ambos.
[...]capacidade de brincar, que se constitui a partir da criação de
objetos transicionais e a experiência de fenômenos transicionais
transita entre o mundo interno e o mundo externo que o bebê acaba de encontrar,
sem pertencer objetivamente a nenhum dos mundos
harmoniza os aspectos conflitantes e possibilita que o bebê experimente uma nova
realidade sem que ocorra um excesso de tensão que poderia ocasionar uma quebra nesse
processo de “vir a ser”.
brincar é o mesmo que jogar, e que ambos os autores estavam falando de um mesmo
conceito ao postularem que o jogo ou brincadeira têm a mesma função, qual seja, integrar
partes dissociadas da natureza humana: dentro e fora, realidade externa e interna, razão e
afeto
Salta aos olhos a semelhança entre as teorias de Winnicott e Schiller
quanto ao desejo de pensar em um espaço transicional