Eczema (classificação clínico e etiopatogênico)

Eczema ou dermatite eczematosa de contato
1. dermatose causada por substâncias do meio ambiente (exógena)
2. pode ter apresentação aguda, subjugado crônica
3. localizada na região do corpo em contato com agente desencadeante
  1. em membros inferiores são bilaterais
4. irritantes comuns: sabões, detergentes, desinfectantes, limpadores industriais, solventes, álcoois, ácidos, óleos de corte, solventes orgânicos, agentes oxidantes, plantas, pesticidas, secreção de animal
5. 2 mecanismos etiopatogênicos: irritação primária e sensibilização
6. Dermatite de contato por irritação primária
  1. causada por agentes que provocam dano tecidual
  2. alterações queratinócitas epidérmicas desencadeiam
    1. ação cáustica das substâncias irritantes
  3. sem mecanismo imunológico
    1. investiga apenas com retirada da substância (não funciona testes de contato, por não ter sensibilização
  4. pode ser:
    1. Dermatite de contato irritativa aguda
      1. contato com irritantes primários absolutos ácidos ou bases fortes
      2. ação irritante que ultrapassa limiar de tolerância da pele
      3. dor, ardor, calor local, eritema, formação de vesículas e/ou bolhas
      4. processo de cura: substância retirada em contato com a pele
    2. Dermatite de contato irritativa aguda tardia
      1. reação inflamatória visível após 8h a 24h
      2. Ex: são reações provocadas pela antralina ou podofilina (trata condiloma acuminado) que surgem após horas de exposição
    3. Dermatite de contato irritativa crônica
      1. contato contínuo com o irritante primário que provoca o dano cumulativo na pele
        ultrapassando o limiar de tolerância da pele, levando a dermatite eczematosa
      2. eritema, ressecamento da pele, hiperceratose, fissuras
      3. cura: retirada dos agentes causadores
      4. regionalização: mãos e pés
  5. pode surgir numa primeira exposição com agente irritante (não precisa de pré-sensibilização), pode também surgir depois de repetidas exposições
  6. fisiopatologia: agente irritante agride camada córnea--> desnaturação da queratina--> diminuição da capacidade de retenção de água e altera pH
  7. substância irritante
    1. queratinócito libera
      1. IL-1 alfa
        TNF-alfa
        ICAM-1 (molécula de adesão)
        LT CD4
        INF- alfa
        IL-2
  8. quadro clínico: eritema, eritemato-vesiculosa, eritema-vesico-secretante, eritemato-secretante-infiltrativa liquenificada
  9. prurido: sintoma constante
  10. local de eczema é limitado à área de contato
    1. mão: por fatores ocupacionais (sabão e detergente em dona-de-casa)
    2. face: por cosméticos
    3. pés: produtos usados nos calçados
  11. infecção secundária são comuns na fase aguda (vesícula)
7. Dermatite alérgica de contato (DAC)
  1. não ocorre no primeiro contato com agente, tem sensibilização de 7 a 14 dias
  2. resulta da ação de hipersensibilização tardia (tipo IV)
    1. inicia no local de contato e depois sistêmica
  3. 2 fases de reação tipo celular-mediata
    1. fase de indução (via aferente)
      1. hapteno (fator desencadeante) em contato com a pele
        penetra no estrato córneo e reage com componentes do sistema imune
        ligação hapteno-proteína na pele (antígeno)
        que se liga a glicoproteínas da membrana plasmática das células de Langerhans
      2. Para sensibilização: hapteno precisa permanecer na pele por 18h a 24h
      3. Células de Langerhans (CL)
        derivadas da medula óssea
        são células dendríticos da epiderme que facilitam contato com o antígeno (forma rede)
        principais células apresentadoras de antígeno
        processam e transportam antígeno para linfonodo regional
        estimula granulócitos-macrófagos
      4. interação cel Langerhans- Linfócito T
        antígeno ligado a célula de Langerhans
        em contato com o LT no linfonodo regional
        proliferação de LT CD8 e céus de memória
    2. fase de elicitação (via eferente)
      1. indivíduo previamente sensibilizado em contato de novo com antígeno
      2. depois da interação com os LT, desencadeia resposta inflamatória, com citrinas (IL-2, INF-gama, TNF) e queratinócitos
      3. pode ter reativação do quadro sem re-exposição, por ter complexos antígenos-CL, e efetores de CT
  4. hapteno
    1. estimula sistema imune a produzir LT CD8
    2. leva à tolerância pelo LT CD4
  5. teste de contato (epicutâneos)
    1. classificação
      1. eritema + edema (pápula): +
      2. pápula + vesícula: ++
      3. pápla + vesícula + bolha: +++
  6. espongiose, veiculação, infiltrado mononuclear
    1. subagudas
      1. na epiderme: espongiose, edema intercelular, vesiculação, paraceratose e acantose
      2. na derme: edema infiltrado inflamatório e vasodilatação
    2. crônicas
      1. acantose, ceratose ou hiperceratose, paraqueratse focal, discreta espongiose e exocitose
      2. na derme: infiltrado inflamatório em torno dos vasos, aumento do número de capilares e espessamento da parede
8. Dermatite de contato fotoalérgica
  1. dermatose em áreas expostas
  2. quadro de sensibilização, pode comprometer áreas por contiguidade
  3. mecanismo etipatogênico da DAC
    1. substância apresenta propriedades antagônicas por modificações estruturais pelo sol
      1. Ex: dermatite de contato por prometazina ou anti-histamínicos de uso tópico
9. Dermatite das fraldas
  1. contato da pele com urina e fezes das fraldas, com maceração e retenção de suor
    1. infecção secundária por Candida ou bactérias (bacilos faceais, proteus, pseudomonas, staphilococcus e streptococcus)
    2. pode ser que algumas bactérias tenham ação sobre a urina, decompondo em uréia e aumentando a irritação
10. Dermatite de contato fototóxica
  1. substâncias com ação intensificada pela luz
  2. mecanismo etiopatogênico parecido com dermatite de contato por irritante primário, porém só aparece com o sol
  3. Ex: fitodermatose provocada por furocoumarinas (limão)
  4. substância fotosensibilizante determina formação de radicais livres, que causam dano celular
Eczema ou Dermatite eczematosa atópica
1. dermatose inflamatória crônica reincidivante
2. prurido intenso
3. localização típica, de acordo com idade
  1. na criança: pólo cefálico (bochecha)
4. pode estar associada com outras doenças atípicas (asma e rinite alérgica)
  1. marcha atópica: começa com eczema na pele, rinite e depois asma
5. sinais: eritema, infiltração/formação de pápula, liquidificação e escoriação
6. quadro clínico variável com idade
  1. infantil (0-2 anos)
    1. atinge região cefálica
    2. lesões inflamatórias agudas e eritematosas exultavas, com crostas e escamas
    3. prurido intenso
  2. pré-puberal (2-12 anos)
    1. lesões subjugadas em fossa cubital e poplíteo, e face extensas dos membros
  3. adulto
    1. neurodermite disseminada (lesões secas no corpo inteiro)
    2. lesões crônicas com surtos de agudização em locais variados
    3. liquenificação
    4. áreas de flexão pescoço, antecubital e poplítea)
7. diagnóstico
  1. critérios maiores: prurido, tendência à cronicidade com recidivas e morfotopografia
  2. dermografismo branco: atrito com pele deixa branco (em vez de vermelho, por vasodilatação)
  3. dupla prega de Dennie- Morgan: prega supranuméricas palmeirais
  4. sinal de Hertogue: rarefação do terço distal dos supercílios
8. doença que começa na infância
9. complicações: maior propensão às infecções fúngicas, virais (herpes simples e molusco) e bacterianas (estafilococos)
Eczema ou dermatite numular (lesão em forma de moeda = numular)
1. placa eritematosa circular ou oval com bordas claramente demarcadas
2. origem multifatorial, com componente de infecção secundária
3. mais frequente em adultos e idosos, com piora no inverno
  1. associado a pele seca, agravado pelo uso excessivo de sabão e água
4. múltiplas e mais comuns em antebraços, pernas, dorsos de mão e pés
  1. saram (desaparecem) sem deixar cicatriz
Eczema ou dermatite de estase
1. causa mais comum: varizes por insuficiência valvular ou tromboflebite
  1. outras causas: obesidade, lesões atróficas musculares, artrites deformante ou fratura nos membros inferiores e pés de algo-planos
2. doença crônica das pernas, por estas venosa na região
  1. mais frequente em mulheres, principalmente no período pós-parto (por edema de membros inferiores
3. edema e dermatite ocre (vermelho-acastanhado)
  1. pernas ficam mais escuras
4. inicia no terço inferior da perna, no tornozelo e estende gradualmente
  1. na fase aguda: eritema e vesículas secretantes
  2. no período crônico: liquenificação
5. pode ocorrer: ulcerações e erisipela
  1. que pode levar à dermatoesclerose e elefantíase

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