A palavra zouk significa “festa”, e a música é cantada em créole, língua que mistura predominantemente o idioma francês com dialetos africanos. É uma dança caribenha oriunda das Antilhas Francesas, com frequência praticada nas ilhas de Martinica, Guadalupe e Santa Lúcia, e também popular em países africanos onde o português é a língua oficial, como Angola, Cabo Verde, São Tomé e Príncipe, Guiné-Bissau, Guiné Equatorial e Moçambique. O ritmo é mundialmente conhecido.
No Brasil, popularizou-se ao final da década de 1990, com movimentos diferenciados e associados à lambada, influenciando-a e sendo influenciado por ela. É bastante conhecido na região Norte do país, o que se deve à proximidade com a Guiana Francesa, atualmente considerada parte do território ultramarino francês. O Amapá e o Pará são os estados brasileiros em que o zouk é mais popular.
Há indícios de que o zouk tenha influenciado alguns ritmos brasileiros, ocasionando mudanças na forma de dançar o carimbó, por exemplo, com a substituição de duplas soltas por casais abraçados. No caso da lambada, surgida no Pará durante a década de 1970, além do zouk e do carimbó, percebe-se também a influência do forró e de outros ritmos latinos, como o merengue.
Considera-se que o zouk dançado no Brasil não seja o mesmo dançado no Caribe. Os passos brasileiros são semelhantes aos da lambada, mas realizados mais lentamente. O ritmo dançado nos demais países é chamado de zouk love e seus passos são diferentes, por serem mais suaves. O zouk love possui três passos principais: o zouk cannelle (“canela”), o zouk gingembre (“gengibre”) e o zouk piment(“pimenta”).
Para esses passos é necessário considerar que os momentos de transferência do peso corporal ocorrem com movimentos de inclinação e de circundução da cabeça. O passo básico chamado “canela” se dá de maneira semelhante ao caminhar, para a frente e para trás, durante o qual o homem e a mulher se colocam de frente um para o outro.
Assim, o membro inferior direito de cada dançarino estará próximo ao membro inferior esquerdo de seu parceiro. O movimento é iniciado com a perna direita do homem projetando-se para a frente e, consequentemente, a perna esquerda da mulher projetando-se para trás. A seguir, ambos se reparam, agrupando os membros inferiores, para “dar um passo” no sentido oposto: a mulher movimenta a perna esquerda para a frente e o homem a acompanha com a perna direita para trás. Esse movimento de vaivém é contínuo ao longo da dança.
O passo “gengibre” envolve a semiflexão dos joelhos, seguida de extensão, assemelhando-se ao movimento de descer e subir. Essa movimentação, na articulação do quadril, é realizada à direita e à esquerda. Já o passo “pimenta” é a fusão dos anteriores (“canela” e “gengibre”), com o casal dançando o mais próximo possível, entrelaçando os membros inferiores. Embora algumas articulações tenham sido enfatizadas na descrição dos movimentos, na caracterização do zouk não basta apenas dar passos para a frente, para trás e para os lados. É necessário desenvolver todo o corpo ao dançar.