A avalanche de rejeitos gerada em Minas Gerais pelo rompimento de duas barragens da mineradora Samarco , australiana BHP, causou danos ambientais imensuráveis e irreversíveis. Apesar de a lama não ter um teor tóxico, ela pavimentou os mais de 500 km por onde passou devastando, com impacto ainda difícil de calcular completamente para grande parte do ecossistema da região. “Podemos dizer que 80% do que foi danificado lá é perda, não há como pensar em um plano de recuperação ambiental”,explica Marcus Vinícius Polignano, coordenador do Projeto Manuelzão.A barragem que rompeu foi a do Fundão, que acabou danificando a barragem de Santarém, ambas ficam no subdistrito de Bento Rodrigues, a 35 km do centro do município de Mariana, cidade histórica mineira a 124 km de distância de Belo Horizonte.De acordo com o Ibama, o volume extravasado foi estimado em 50 milhões de metros cúbicos, quantidade que encheria 20 mil piscinas olímpicas.
O subdistrito de Bento Rodrigues, em Mariana, foi tomado pela lama que saiu das barragens e ficou devastado. A avalanche destruiu a maioria dos imóveis. Mais de 600 pessoas ficaram desabrigadas e foram resgatadas pelo o Corpo de Bombeiro. Eles abandonaram suas casas e fugiram para as partes mais altas do distrito, mais afirmaram que nenhum sinal de alerta foi emitido.Até o momento, 15 corpos foram identificados. As vítimas confirmadas são Emanuele Vitória Fernandes e Tiago Damasceno Santos, crianças moradoras do subdistrito de Bento Rodrigues, e os trabalhadores Cláudio Fiúza, Sileno Narkevicius de Lima, Mateus Márcio Fernandes, Waldemir Aparecido Leandro, Marcos Roberto Xavier, Marcos Aurélio Moura, Samuel Vieira Albino, Ednaldo Oliveira de Assis, Daniel Altamiro de Carvalho, Claudemir Elias dos Santos, Pedro Paulino Lopes, Maria Elisa Lucas e Maria das Graças Celestino Silva..
A Samarco já é considerada a principal responsável pelo ocorrido, segundo a promotora de Justiça do Ministério Público do Espírito Santo Isabela Cordeiro."Costumamos dizer que a empresa é responsável, mesmo se tivesse adotado todas as medidas necessárias de prevenção. Ela é responsável por qualquer evento danoso ambiental ou social decorrente da atividade dela. Não tem desculpa", disse à BBC Brasil.Até o momento, a Samarco foi multada em R$ 250 milhões pelo Ibama – cinco multas de R$ 50 milhões – mas essa é apenas a primeira que o órgão pode aplicar.
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