Movimentos Sociais no Brasil!

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ENEM Filosofia-Sociologia Slide Set on Movimentos Sociais no Brasil!, created by João Victor on 21/04/2016.
João Victor
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Manuela Andrade
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    Movimentos Sociais
    Vivemos em uma sociedade altamente diversa e dinâmica, em que uma enorme gama de diferenças coexiste diariamente. Os indivíduos que integram nossa sociedade possuem necessidades inseridas em realidades diferentes. Essas necessidades precisam ser representadas em nosso contexto político para que sejam atendidas. Todavia, como bem sabemos, não é sempre que os interesses e necessidades de determinados grupos são supridos devidamente pelo Estado ou pelos nossos representantes políticos. A partir desse conflito de interesses é que os movimentos sociais tornam-se uma ferramenta de intervenção.Os movimentos sociais são característicos de uma sociedade plural, que se constrói em torno do embate político por interesses coletivos e/ou individuais. Assim sendo, a organização de indivíduos em prol de uma causa é uma característica de uma sociedade politicamente ativa. Os grupos que produzem ação em busca da representação política de seus anseios atuam de modo a produzir pressão direta ou indireta no corpo político de um Estado. Para isso, várias formas de ações coletivas são usadas, como a denúncia, as passeatas, marchas etc.
    A importância da organização desses grupos mobilizados é grande. A força da ação coletiva só é efetiva quando direcionada. Dessa forma, o surgimento de líderes que representem diretamente as demandas do grupo e a organização em nome de exigências ou ideias comuns são os pilares e a força motriz por traz desses grupos.Portanto, percebe-se que os movimentos sociais estão diretamente ligados à resolução de problemas sociais, e não à reivindicação de posses materiais. No entanto, eles não se resumem apenas à revindicação de direitos ou à demanda pela representação de um grupo, pois um movimento pode surgir como agente construtor de uma proposta de reorganização social para mudar um ou outro aspecto de uma sociedade.

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    O movimento estudantil de 1968
    Nas décadas de 1960 e 1970, o movimento estudantil brasileiro foi importante foco de resistência e mobilização social à ditadura civil-militar. Organizados em diversas entidades representativas, como os DCEs (Diretórios Centrais Estudantis), as UEEs (Uniões Estaduais dos Estudantes) e a UNE (União Nacional dos Estudantes), suas reivindicações, protestos e manifestações influenciaram os rumos da política. Os estudantes protestavam por causas específicas como a ampliação de vagas nas universidades públicas, por melhores condições de ensino, contra a privatização e também em defesa das liberdades democráticas e por justiça social. Em março de 1968, o estudante secundarista Edson Luís de Lima Souto foi morto pela polícia militar no Rio de Janeiro (RJ) durante um protesto, o que causou comoção popular e marcou o início de intensas mobilizações contra o regime. Com receio que a Polícia Militar sumisse com o corpo de Edson Luís, os estudantes o levaram para ser velado na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro. A notícia da tragédia havia se espalhado e mais de 50 mil pessoas tomaram as ruas. A UNE decretou greve geral, entidades estudantis de vários estados solidarizavam-se com o ato, sindicalistas, artistas, religiosos e intelectuais demonstravam apoio ao movimento. Em junho do mesmo ano, a chamada “Passeata dos 100 mil” marcou a história da resistência e teve participação expressiva de estudantes. Entre 1968 e 1978, sob o AI-5 e a Lei de Segurança Nacional de 1969, ocorreram os chamados Anos de Chumbo. Neste período, houve um estado de exceção com controle sobre a mídia e a educação, censura sistemática, prisão, tortura, assassinato e desaparecimento forçado de opositores do regime.Em 1974 começaram a surgir os primeiros sinais da recuperação do movimento estudantil. A nova geração de estudantes, que militaram e lideraram as frentes universitárias da década de 1970, teve pela frente o árduo trabalho de reconstruir as organizações estudantis. O Congresso de reconstrução da UNE aconteceu Salvador, em 1979, reivindicando mais recursos para a universidade, defesa do ensino público e gratuito, assim como pedindo a libertação de estudantes presos do Brasil.Com o fim da ditadura militar, o movimento estudantil voltou às ruas para defender suas bandeiras e a consolidação da democracia no país. Em 1984, estudantes participaram ativamente da Campanha das “Diretas Já”, com manifestações e intervenções importantes nos comícios populares.

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    Diretas já
    Diretas Já foi um dos movimentos de maior participação popular, da história do Brasil. Teve início em 1983, no governo de João Batista Figueiredo e propunha eleições diretas para o cargo de Presidente da República. A campanha ganhou o apoio dos partidos PMDB e PDS, e em pouco tempo, a simpatia da população, que foi às ruas para pedir a volta das eleições diretas.Sob o Regime Militar desde 1964, a última eleição direta para presidente fora em 1960. A Ditadura já estava com seus dias contados. Inflação alta, dívida externa exorbitante, desemprego, expunham a crise do sistema. Os militares, ainda no poder, pregavam uma transição democrática lenta, ao passo que perdiam o apoio da sociedade, que insatisfeita, queria o fim do regime o mais rápido possível.Em 1984, haveria eleição para a presidência, mas seria realizada de modo indireto, através do Colégio Eleitoral. Para que tal eleição transcorresse pelo voto popular, ou seja, de forma direta, era necessária a aprovação da emenda constitucional proposta pelo deputado Dante de Oliveira (PMDB – Mato Grosso).A cor amarela era o símbolo da campanha. Depois de duas décadas intimidada pela repressão, o movimento das Diretas Já ressuscitou a esperança e a coragem da população. Além de poder eleger um representante, a eleição direta sinalizava mudanças também econômicas e sociais. Lideranças estudantis, como a UNE (União Nacional dos Estudantes), sindicatos, como a CUT (Central Única dos Trabalhadores), intelectuais, artistas e religiosos reforçaram o coro pelas Diretas Já.Foram realizadas várias manifestações públicas. Mas dois comícios marcaram a campanha, dias antes de ser votada a emenda Dante de Oliveira. Um no Rio de Janeiro, no dia 10 de abril de 1984 e outro no dia 16 de abril, em São Paulo. Aos gritos de Diretas Já! mais de um milhão de pessoas lotou apraça da Sé, na capital paulista.Uma figura de destaque deste movimento foi Ulysses Guimarães (PMDB), apelidado de “o Senhor diretas”. Outros nomes emblemáticos da campanha foram o ex-presidente da República, Luís Inácio Lula da Silva, a cantora Fafá de Belém e o apresentador Osmar Santos.

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    No dia 25 de abril de 1984, o Congresso Nacional se reuniu para votar a emenda que tornaria possível a eleição direta ainda naquele ano. A população não pode acompanhar a votação dentro do plenário. Os militares temendo manifestações reforçaram a segurança ao redor do Congresso Nacional. Tanques, metralhadoras e muitos homens sinalizavam que aquela proposta não era bem-vinda.Para que a emenda fosse aprovada, eram necessários 2/3 dos votos. A expectativa era grande. Foram 298 votos a favor e 65 contra e 3 abstenções (outros 112 deputados não compareceram). Para ser aprovada, a proposta precisava de 320 votos.Com o fim do sonho, restava ainda a eleição indireta, quando dois civis disputariam o cargo. Paulo Maluf (PDS) e Tancredo Neves (PMDB) foram os indicados. Com o apoio das mesmas lideranças das Diretas Já, Tancredo Neves venceu a disputa.

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    Caras-Pintadas
    Todavia, a popularidade do presidente jovem, moderno, “honesto” e “caçador de marajás” foi desbancada e começou a ser revelada após entrevista de seu irmão para a Revista Veja, em maio de 1992, que delatou os esquemas de corrupção (Esquema Faria) no qual estavam envolvidos o Presidente Collor e seu tesoureiro Paulo César Faria. Diante disso, começou o processo de investigação sobre as ações do presidente, acusado de desviar verbas, pagar gastos pessoais com cheques emitidos por empresas fantasmas. Assim foi aberto uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) afim de investigar as acusações que cada vez mais manchavam a figura do presidente. Em agosto de 1992, Collor foi deposto tendo seus direitos políticos vetados. Nesse contexto de insatisfação popular, os estudantes resolveram se organizar no começo dos anos 90, para depor o presidente. Note que os estudantes sofreram muitas torturas, mortes e censuras durante o período da ditadura no país, sendo figuras que estavam centralizadas na União Nacional dos Estudantes (UNE) e na União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (UBES), os quais lutavam desde os anos 80, pela democracia, fim da censura, da corrupção.Em 29 de maio de 1992, aconteceu a primeira reunião organizada dos estudantes com o intuito de discutir a situação política do país e combinar quais ações seriam tomadas. Durante alguns dias do mês de agosto de 1992, o movimento dos caras pintadas, que adquiria cada vez mais adeptos, representou um marco de protesto contra a corrupção na política no país.Com as cores da bandeira nacional estampada em seus rostos, os estudantes e a população descontentes, se reúnem em frente do Museu de Arte de São Paulo, dia 11 de agosto, cerca de 10 mil pessoas estavam presentes. Por conseguinte, dia 16 de agosto, as capitais do Brasil, invadidas por passeatas, reuniram muitas pessoas que representavam o luto do país, utilizando roupas pretas, e ficou conhecido como “domingo negro”. Isso ocorreu porque um dia antes, Fernando Collor proferiu um discurso sobre suas ações e propôs que, durante os próximos dias os brasileiros que estavam ao lado dele, utilizassem roupas da cor nacional (verde e amarelo). Assim, o resultado corroborou sua figura de criminoso e corrupto, além da insatisfação generalizada da população, cujas pessoas saíram às ruas vestindo preto em forma de protesto, com o objetivo central de promover o Impeachment de Collor.

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    Movimentos #VemPraRua 2015-2016
    O processo iniciou-se com a denúncia por crime de responsabilidade. As acusações versam sobre desrespeito à lei orçamentária e à lei de improbidade administrativa por parte da presidente, além de lançarem suspeitas de envolvimento da mesma em atos de corrupção na Petrobras.A partir da aceitação do pedido, manifestações de rua contra e a favor do impedimento ocorriam periodicamente em todo o país. Durante o processo de impedimento, houveram manifestações populares. Em março de 2016, vários fatos agitaram a opinião pública: o vazamento da delação premiada do senador Delcídio do Amaral, que tinha graves acusações de que a presidente tinha conhecimento do esquema de corrupção na Petrobras e de que teria tentado obstruir as investigações da Justiça; e o pedido de prisão do ex-presidente Lula, acusado dos crimes de falsidade ideológica, corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Diante desse quadro, no dia 13 de março, os movimentos a favor do impeachment realizaram protestos em todo o país. De acordo com as polícias militares, esse número foi de 3,6 milhões. Assim como houve manifestações favoráveis, houve também manifestações contrárias. Algumas universidades protestaram, a CUT, o MST, a UNE e a Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura. Quanto às manifestações populares, movimentos sociais e sindicais, professores e estudantes fizeram passeatas nas ruas defendendo o Partido dos Trabalhadores e a democracia. De acordo com as estimativas, entre 159 mil (segundo a polícia militar) e 824 mil (segundo os organizadores) estiveram presentes.
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