Mensagem, de Fernando Pessoa

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Karteikarten am Mensagem, de Fernando Pessoa, erstellt von fapllm am 12/06/2015.
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Mensagem - Estrutura tripartida A sua estrutura tripartida permite contar e refletir sobre a vida e o percurso de Portugal ao longo dos séculos. Encontra-se agrupada em três partes que correspondem às etapas da evolução do Império Português. Na primeira (guerra sem guerra) a sugerir que havia um espaço que tinha de ser conquistado, na segunda parte (posse do mar) a traduzir o domínio dos mares e a expansão, e por fim na terceira parte (paz nos céus) marcará o quinto império e a crença num reino de fraternidade para a construção de um novo Portugal.
Mensagem - Brasão Esta primeira parte corresponde ao nascimento do império Português, fazendo referência aos mitos e figuras históricas até D. Sebastião. Dá-nos conta de Portugal erguido pelo esforço dos heróis e destinado a grandes feitos. Apresenta Portugal com um povo heroico e guerreiro, construtor do Império Marítimo. O brasão é constituído por "Os campos", "Os castelos", "As quinas", "A coroa", "O timbre" que são marcas de afirmação do passado.
Mensagem - Mar Português Nesta segunda parte surge a realização e a vida. Evoca os descobrimentos, as personalidades, e os acontecimentos que exigiram uma luta contra o desconhecido e os elementos naturais, as glórias e as tormentas, considerando que valeu a pena. Em "Mar Português", Pessoa procura simbolizar a essência do ideal de ser Português vocacionado para o mar e para o sonhos, e há um presente de glórias, que já não existe, mas que faz parte da memória portuguesa.
Mensagem - O encoberto A terceira parte corresponde a desintegração, havendo, por isso, um presente de sofrimento e de mágoa pois o atual império encontra-se moribundo. Traduz a ânsia e a saudade daquele salvador/encoberto que deverá chegar, para edificar o quinto império, moral e civilizacional. Depois de manifestar a crença num regresso messiânico, considera que, após a tempestade atual, a chama há de voltar, e a luz permitirá o caminho certo. Encontra-se dividida em três, "Os símbolos", "Os avisos" e "Os tempos".
Mensagem - O mito do quinto império Pessoa anuncia um novo império civilizacional, que acredita ser o português. Antevê um império que se encontra para além do material, isto é, um império espiritual. Destaca a força de um povo dominador, agora, para que esse elogio continue a ser merecido, cabe a este país e a este povo guiar a Europa e o Mundo, até atingir um novo império, que terá que ser cultural e civilizacional. Em Mensagem, há o sonho de um novo império, alimentado pelo sentimento sebastianista.
Mensagem - O sebastianismo Na mensagem, o herói, o encoberto apresenta-se como D. Sebastião. O sebastianismo é abordado por Fernando Pessoa como mito, que exprime o drama de um país moribundo, a necessitar de acreditar de novo nas suas capacidades e nos valores que antigamente lhe permitiram a conquista dos mares. Ao longo da obra, a figura de D. Sebastião evolui do símbolo de um príncipe infeliz, desaparecido em Alcácer Quibir, para o mito, e daí para, regressará para criar o quinto império.
Mensagem - O mostrengo Este, é o guardião do mar tenebroso, no cabo das tormentas, mais tarde o da boa esperança. O mostrengo é a personificação do medo e do receio, ao ser vencido, permitiu a revelação de um novo mundo aos Portugueses. A figura do mostrengo amedrontava mesmo os mais corajosos, ao mesmo tempo, mostra a atitude de coragem do marinheiro português. Por isso o mostrengo representa os perigos e as dificuldades que se apresentam ao ser humano quando exploramos o desconhecido.
Relação intertextual Mensagem/Os lusíadas Camões vê Portugal como cabeça da Europa, Fernando Pessoa valoriza o seu papel na civilização ocidental. O épico fala dos heróis que construíram e alargaram o império Português, para que a sua memória não seja esquecida, enquanto Pessoa escolhe aquelas figuras históricas predestinadas a essa construção imperial. N'Os lusíadas há a viagem à Índia, na Mensagem temos a avaliação do esforço. O adamastor mostra que o homem tem de superar-se para ultrapassar os problemas, enquanto que o mostrengo permite contrapor o medo com a coragem.
Relação intertextual Mensagem/Os lusíadas - Estrutura das obras Camões procurou em Os lusíadas cantar os feitos gloriosos dos Portugueses que deram início ao grande império que se estendeu pelos diversos continentes. Pessoa, em Mensagem, cantou o fim do império territorial, procurando incentivar o aparecimento de um império espiritual, cultural e de valores. Entre Mensagem e Os lusíadas, verifica-se que à estrutura narrativa épica do poema camoniano e o espírito épico-lírico de Pessoa lhe conferem uma certa unidade e equilíbrio.
Relação intertextual Mensagem/Os lusíadas - O conceito de herói Na epopeia, o herói, ajudado ou perturbado pela intervenção dos deuses do olimpo, na obra épica-lírica, pela intervenção divina. Para além disso, n'Os lusíadas os sofrimento do herói é o dos navegadores e na Mensagem é o caminho sofrido. Na epopeia é um herói épico mas de carácter coletivo : o povo. Já o herói pessoano é contemplativo, embora manifeste a capacidade de sonhar, é um mito e tem por missão combater a estagnação em que o país se encontra. Na obra de Pessoa, a conceção do herói é messiânica.
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