Created by Júlia Alvarenga
over 3 years ago
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Question | Answer |
Definição micoses superficiais | As micoses superficiais são as que acometem pele, pelos e unhas, sendo as principais pitiríase versicolor candidíase e dermatofitose (tinha). |
Pitiríase versicolor: etiologia, fisiopatologia | Etiologia: Levedura gênero Malassezia. Fisiopatologia: faz parte da biota normal da pele na forma leveduriforme, em algumas situações pode se transformar na forma filamentosa e fazer supercrescimento, gerando a manifestação clínica de Pitiríase versicolor. Alguns produtos derivados do crescimento podem levar a ativação do complemento ou aumento do IgE, e contribuir para as doenças relacionadas à Malassezia spp. (Dermatite seborreica, Foliculite Pitirospórica e Dermatite Atópica). |
Pitiríase versicolor: manifestação clínica | -Clínica: Máculas hipocrômicas de bordas bem definidas, de tamanhos variados, assintomáticas. Têm descamação fina furfurácea, com Sinal de Zireli positivo (aumento da descamação ao esticar a pele da lesão). Pode ser a forma folicular (máculas hipocrômicos ao redor dos folículos). |
Pitiríase versicolor: diagnóstico diferencial | -Pitiríase alba (maculas hipocromicas localizadas na face/cervical/MMSS. Frequente em crianças em contexto de atopia) -Vitiligo -Dermatite seborreica -Pitiríase rósea -Dermatofitose -Sifilis secundária |
Pitiríase versicolor: diagnóstico | É clinico! Pode ser confirmado pelo raspado da lesão. No exame micológico direto há hifas curtas, curvas e espessas e blastoconídeos agrupados em cachos (Malassezia). Cultura geralmente nao é necessária. |
Pitiríase versicolor: tratamento | -Educação: orientar que que as alterações de cor demoram a melhorar. -Tópico (lesões localizadas): Derivado imidazolico (miconazol creme 20 mg/g no SUS) ou morfolínicos. -Sistêmico (lesões extensas ou refratárias ao tto tópico): 1ª opção é Itraconazol 200 mg/dia por 5-7 dias ou Fluconazol 300 mg/semana por 2 semanas. Não usar cetoconazol oral pela hepatotoxicidade! -Recidiva: 15% recidivam em um ano. Prevenir com Cetoconazol xampu 20 mg/mL usar 1x a cada 15 dias - lavar o couro cabeludo e deixar a espuma cair sobre tronco e membros, deixar agira por 5 minutos e enxaguar. |
Candidíase mucocutânea: fatores de risco | Principal infecção oportunista do homem. fatores de risco: umidade, oclusão e quebra da barreira cutânea, após uso de ATB oral, imunossupressão, diabetes, levedura mais virulenta. |
Candidíase mucocutânea: manifestações clínicas | -Candidíase oral (sapinho): Placas brancas cremosas que se despreendem facilmente quando raspada. RNs, diabeticos, prótese dentária, AIDs! - Paroníquia e onicomicose: Cândida é um agente possível -Candidíase intertriginosa: maceração da pele em áreas de dobra (aspecto esbranquiçado - comum entre os dedos), placas eritematosas com pustulas (comum em área de fraldas). -Cândidíase mucocutânea crônica: candidíase repetida, em pctes com imunodeficiências específicas contra a cândida.. |
Candidíase mucocutânea: diagnóstico diferencial | -Líquen plano oral: placas esbranquiçadas de aspecto rendilhado, que não se desprendem facilmente. -Lesões ungueais: psoríase ungueal e a tinea ungueal. -Lesões intertriginosas: dermatite de contato, tinha interdigital e dermatite de fraldas (dermatite irritativa). |
Candidíase mucocutânea: diagnóstico | É clínico! Confirmação com raspado. No exame micológico direto há células leveduriformes, pseudo-hifas e hifas delicadas (Cândida). Na cultura há crescimento de colônia leveduriforme, branca, cremosa, com aspecto de "pingo de vela". |
Candidíase mucocutânea: tratamento | -Tópico: imidazólicos topicos por 2 a 4 semanas - Miconazol creme dermatologico 20 mg/g (aplicar 2x ao dia) ou Nistatina 100.000 u/g + oxido de zinco 200 mg/g (aplicar 2x ao dia). -Sistêmico: formas graves ou extensas. A droga de escolha é FLuconazol 150 mg/semana por 2 a 4 semanas. Segunda escolha é Itraconazol. |
Dermatofitose (Tinha): etiologia, transmissão | infecções fúngicas da pele, cabelo e unhas. São causadas por fungos dermatófitos: os gêneros Microsporum, Trichophyton e Epidermophyton.. O contágio ocorre por contato direto (com seres humanos, animais ou solo contaminado) ou indireto (exposição a fômites contaminados). |
Tinha do couro cabeludo | Mais comum em crianças <12 anos. Pode ser microsporica (placa de alopecia unica com descamação do couro cabeludo, fluorescência esverdeada na lâmpada de Wood, causada pelo Microsporum), ou Tricofítica (lesões multiplas, com alopécia, causado pelo Tricophyton). Diagnóstico diferencial: dermatite seborreica. |
Tinha da barba e Tinha do corpo | Barba: Infecção do folículo piloso em região de barba. DIagnóstico diferencial com Psoríase. Tinha da face ou corpo: Placa eritematosa pruriginosa, forma anular com crescimento centrífugo, com cura do centro para a periferia, deixando as bordas evidentes. Na borda pode haver vesículas e crostas. A união de várias lesões dá um aspecto circinado. Principal agente é o Tricophyton rubrum. Diagnóstico diferencial com lupus (na face), impetigo, hanseníase (aspecto semelhante mas com perda de sensibilidade). |
Tinha inguinocrural | Precipitado por suor, obesidade, diabetes, imunodeficiência. Agente mais comum é o Tricphyton rubrum. Regiões intertriginosas (inframamárias, infrapanicular, interdigitais, axilares, infragluteais e nas dobras genitocrurais). Placa eritematosa pruriginosa, forma anular com crescimento centrífugo, com cura do centro para a periferia, deixando as bordas evidentes. Na borda pode haver vesículas e crostas. Tendem a coalescer causando aspecto circinado. Diagnóstico diferencial com eritrasma. |
Tinha das mãos, Tinha dos pés | -Tinha das mãos: no dorso há placas anulares semelhantes a tinha do corpo, na palma há lesões descamativas, hiperceratósicas, menos características. Diagnóstico diferencial com granuloma angular (se no dorso da mão). -Tinha dos pés: apresenta várias manifestações, pode se manifestar nas formas vesiculosas, interdigital, hiperceratósica (“mocassim”, acometendo toda a região plantar e borda) e ulcerada. Os agentes mais comuns são Tricophiton rubrum. Diagnóstico diferencial com candidíase. |
Tinha ungueal | Diagnóstico diferencial com psoríase ungueal, Cândida. - Forma subungueal distal lateral: acometimento inicial na borda livre da unha e causa descolamento da lâmina do leito da unha – “onicolise”. -Forma distrófica: destruição da lamina ungueal. - Forma subungueal proximal: acometimento a partir da borda proximal da unha. Mais comum em HIV+. - Forma branca superficial: lesões brancacentas superficiais na unha, presente em formas clinicas de HIV+. |
Dermatofitose (tinha): diagnóstico | Se suspeita clínica, confirmar por diagnostico laboratorial com raspado de lesões de pele, unha e cabelo. -Exame micológico direto: hifas hialinas ramificadas. -Cultura: identifica gênero e espécie. |
Dermatofitose (tinha): tratamento topico vs sistêmico | -Tópico: lesões isoladas, lesões de unha pequenas. Miconazol creme 20 mg/g, (2x ao dia) ou Amorolfina creme 2,5 mg/g (1x ao dia, à noite) por 4 semanas (ate melhora da lesão). Na unha usar Amorolfina esmalte 50 mg/mL (lixar, limpar e aplicar 1x/semana por 6-12 meses, pode ser usado junto com tto sistêmico). -Sistêmico: indicado se Tinha de couro cabeludo ou barba, pcte imunodeprimido, tinha de unha com acometimento médio, tinha extensa ou refratária ao tto tópico, tinha crônica. |
Dermatofitose (tinha): tratamento sistêmico. Medicação e tempo. | Medicação: 1ª opção é Terbinafina 250 mg/dia (crianças ver dose específica). 2ª opção Itraconazol 100-200 mg/dia (crianças 3-5 mg/kg/dia). Gliseofulvina 500-1000 mg/dia (crianças 15-20 mg/kg/dia). Tempo: Tinha do corpo ( 2 a 4 semanas), tinha dos pés (2 a 4 semanas), Tinha do couro cabeludo ( 4 a 8 semanas), Tinha da unha (3 a 9 meses). |
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