Relações Interpessoais e Disciplina em Contexto Escolar
Description
University, high school, mid-school, elementary Psicologia da Educação Mind Map on Relações Interpessoais e Disciplina em Contexto Escolar, created by Pedro Callado on 06/01/2015.
Relações Interpessoais e
Disciplina em Contexto Escolar
Modelo de Gordon
Pretende fomentar uma boa relação entre professores e alunos, uma relação
aberta e transparente, uma relação assente: na preocupação pelo outro (caring),
na interdependência e na satisfação de necessidades mútuas, na demarcação
que permite ao outro crescer na sua individualidade, i.é., na auto-direcção,
auto-responsabilidade, autocontrolo, autodeterminação, auto-avaliação.
O uso sistemático destas competências, por parte dos educadores,
permite que a criança ou o adolescente observe e participe em processos
de comunicação, que vai assimilando quer através de processos de
modelação, quer do treino que tais situações lhe oferecem.
Baseado no Cognitivismo e na
Abordagem Centrada na Pessoa
Pressupõe que o jovem se desenvolve num ambiente de empatia,
compreensão, afecto, aceitação e abertura; explorando os seus próprios
pensamentos e sentimentos e tomando as suas próprias decisões.
Requer autenticidade, disponibilidade,
respeito pela privacidade
Exige técnicas como: escuta activa, resolução
de problemas, confronto, resolução de
conflitos (ambos se envolvem na procura de
soluções aceitáveis), mensagens “eu”
Deve expressar de que forma a
manutenção do comportamento interfere
com os direitos e liberdades do outro
Etapas do processo:
Definir o problema: Clarificar que se pretende encontrar nova forma de lidar
com a situação; Envolver só os alunos que são parte do problema; Assegurar
que alunos querem mesmo entrar no processo; Usar mensagens EU; Usar
escuta activa para que outros expressem suas necessidades.
Em vez de frases Tu (e.g., pára de fazer
barulho), deve transmitir os sentimentos
pessoais do Eu (e.g., o barulho incomóda-me)
Comportam riscos de revelação da intimidade e de
automodificação. Por vezes o próprio professor
tem de mudar ao fazer uma análise cuidada.
Gerar possíveis soluções: Não avaliar as soluções propostas;
Encorajar participação de todos; Não pedir justificação das ideias.
Avaliar as soluções: Começar com questões abertas; Riscar soluções que
alguém rejeita, incluindo o próprio; Escuta activa; Uso de mensagens do
eu; Encorajar a argumentação a favor das próprias propostas.
Decidir que solução é a melhor: Não votar, procurar o
consenso; Testar soluções propostas; Escrever o acordo.
Determinar como implementar a decisão: Escrever as
decisões sobre quem e como e quando faz o quê
Avaliar quão bem a solução resolveu o problema
Corrente de Gestão da Sala de
Aula - A Importância das Regras
e a Função dos Desvios
O papel das regras e o comportamento normativo
do professor é o eixo central do bom clima na sala
de aula para a corrente Classroom Management
Também a sociologia vê as
regras e o seu reforço, ao nível
microssociológico, como
expressão do Ethos da escola
Burns (1985) considera que nas escolas com baixa disciplina há falta de
acordo entre os professores, inconsistência na aplicação de regras e falta de
comunicação de quais as regras que se espera que sejam cumpridas
A inconsistência normativa do professor sobressai nos estudos
de opinião dos alunos sobre os problemas disciplinares
Para Cullinford, ao deixarem o 1º ciclo as crianças já conhecem a fragilidade
e a necessidade das regras, e já aprenderam a manipular o professor
Relações entre o sistema de regras e a produção pedagógica em sala
de aula: As funções pedagógicas dos comportamentos de indisciplina.
Função de proposição: comportamentos com o
fim de mudar, suavizar, facilitar ou resistir à tarefa.
Função de evitamento: permite que o aluno evite temporariamente
ou durante toda a aula a tarefa atribuida pelo professor.
Função de obstrução: Traz um ruptura total ou
parcial do funcionamento afectando toda a turma
Função de contestação: põe em causa directamente a autoridade do
professor. Exige deste uma posição de força ou de recuo.
Função de imposição: visa não apenas contestar a organização
estabelecida mas impôr uma contra-organização.
Os Problemas da Relação
Independentemente dos factores relevantes em cada caso, os comportamentos
desviantes pretendem contestar valores, regras, exigências e práticas, e são
necessariamente diferentes da relação e interacção pedagógica.
Toda a contestação exercida pelo aluno é contra aquilo que do seu ponto
de vista são as razões do seu insucesso e por isso deseja ver alterado.
Agressão, Insulto e Grosseria é responsabilidade de "alunos-caso"
na relação com professores com baixa assertividade
As réplicas à acçáo disciplinadora são comportamentos verbais e
não-verbais que exprimem insolência em resposta a avisos, chamadas
de atenção, reprimendas e castigos. Estes ocorrem habitualmente
depois de já terem ultrapassado os limites e são considerados por
professores e alunos como agravantes das situações anteriores.
Desobedecer ao professor são os comportamentos que consistem na recusa
ou resistência ao cumprimento de ordens, e no incitamento à desobediência.
O desvio ou dano da propriedade do professor ou da instituição é visto por professores e alunos como sendo de
extrema gravidade, sendo o número de alunos que se envolve neste tipo de problemas muito limitado. Também são
mais comuns em "turmas-caso" e com professores determinados. Só uma análise próxima e contextual permite
decifrar quer a falta de assertividade do professor, quer a necessidade do aluno de chamar a atenção.
Os Bons e Maus Organizadores da Sala de Aula
Alguns autores colocam em evidência o
planeamento dos primeiros dias,
sublinhando que os que se antecipam
aos problemas levam mais tempo a
estabelecer regras e a construir um bom
clima de grupo. Emer e Evertson (1984) e
Doyle (1986) caracterizam os professores
como bons e maus organizadores.
Bons Organizadores
Estabelecem bem as regras e dão
directivas precisas. Apresentam
claramente as expectativas quanto ao
comportamento. Respondem aos
comportamentos com consistência,
intervêm prontamente para parar
desvios e utilizam frequentemente as
regras para lidar com a indisciplina
Maus Organizadores
Utilizam regras vagas e não reforçáveis, e
dão directivas pouco precisas. Comunicam
ambiguamente as suas expectativas, são
inconsistêntes nas suas respostas,
ignoram comportamentos de indisciplina,
não evocam as consequências dos
comportamentos e são lentos na reacção.