Além da dor (um dos sintomas mais freqüentes), outros
sintomas acometem os indivíduos com câncer, como:
anorexia, depressão, ansiedade, constipação, disfagia,
dispnéia, fraqueza, entre outros. Todos diminuem de algum
modo sua qualidade de vida, merecendo, portanto, a atenção
dos profissionais de saúde. À medida que a doença progride,
maior é a necessidade de cuidados paliativos, o que os torna
quase que exclusivos ao final da vida, porém, não terminando
com a morte do indivíduo com câncer.
Quimioterapia
Paliativa
Não visa a diminuição do tumor,
tampouco a cura, mas visa o alívio do
sofrimentos dos pacientes em
estágio terminal.
OMS estabelece que "cuidados paliativos é uma abordagem
que melhora a qualidade de vida dos pacientes e seus
familiares frente a problemas associados à doença
terminal, através da prevenção e alívio do sofrimento,
identificando, avaliando e tratando a dor e outros
problemas, físicos, psicossociais e espirituais"
Indicações para o cuidado paliativo oncológico:
Qualquer paciente com câncer metastásico ou
inoperável e devem observar os seguintes princípios:
1-Promover o alívio da dor e outros sintomas desagradáveis 2-afirmar a
vida e considerar a morte como um processo normal da vida 3-nem adiar,
nem acelerar a morte 4-integrar os aspectos espirituais e psicológicos no
manejo de cuidado do paciente 5-oferecer um sistema de suporte que
possibilite o paciente viver tão ativamente quanto possível, até o
momento da sua morte 6-oferecer sistema de suporte para auxiliar os
familiares durante a doença do paciente e a enfrentar o luto 7-abordagem
multiprofissional para focar as necessidades dos paciente e seu entorno
familiar, incluindo o acompanhamento no momento de luto 8-melhorar a
qualidade de vida e influenciar positivamente o curso da doença. 9-Deve
ser iniciado o quanto antes, juntamente com outras medidas de
prolongamento da vida, como a radioterapia e a quimioterapia e incluir
todos os processos investigativos necessários para melhor compreender
e controlar situações clínicas estressantes.
Titulação da analgesia
PCA (patient controlled analgesia)
A sigla, que significa Analgesia Controlada pelo paciente, traduz bem o
funcionamento desta bomba. Além do microcomputador que ela possui, o qual é
pré-programado pelo médico anestesiologista para a infusão constante de
analgésicos, o próprio paciente pode administrar pequenas quantidades do
medicamento ao acionar um botão, por isso o nome Analgesia Controlada pelo
Paciente. Não há o risco de superdosagem, pois o sistema é programado pela
equipe devidamente preparada, para evitar que doses em excesso sejam
administrada
Tipo de paciente e escolha de opioide A
escolha de um opioide deve ser
cuidadosamente considerada. Por exemplo,
os pacientes virgens de opioides correm
um risco maior de sofrer efeitos adversos e
overdose. Os pacientes idosos ou com
algumas comorbidades podem obter
benefícios da meia-vida curta dos opioides
de libertac¸ão imediata por causa da
probabilidade reduzida de overdose.
Formulação de opioides É de extrema
importância que a condic¸ão temporal da
dor seja equiparada ao tempo adequado de
liberac¸ão do opioide: liberac¸ão imediata
para a titulac¸ão inicial; início rápido para a
dor incidental e liberac¸ão prolongada ou
adesivos transdérmicos para analgesia
ininterrupta.
Princípios do tratamento
farmacológico
Escada da OMS
Opioídes
Fraco
Tramadol
50mg
Forte
Metadona
A terapia com opióides apresenta 3 fases: (1)
titulação/teste/iniciação,
(2)individualização/manutenção, (3)redução
gradual/rotação. TITULAÇÃO: Técnica utilizada
para determinar a mínima dose analgésica
efetiva inicial. O objetivo final é conseguir
fornecer um alívio mais rápido da dor sem
causar o surgimento de efeitos adversos.
Pode ocorre a tolerância ao medicamento devido, geralmente
ao uso indiscriminado da medicação, provocando uma
necessidade de aumento da dose para obter a analgesia do
mesmo nível do sintoma.
A dependencia fisica e definida
por uma sindrome de
abstinência caracteristica
quando o farmaco e
interrompido, ou quando se
administra um antagonista.
A dependência psíquica (adição)
caracteriza- -se pela utilização
compulsiva e continuada do
fármaco, adaptando
comportamentos inadequados
para a obtenção do mesmo.
μ (mu): MAIS IMPORTANTE CLINICAMENTE, por conta da sua ação
analgésica principal, por meio da inibição das vias nociceptivas.
Relacionado INIBIÇÃO DE VIAS NOCICEPTIVAS E DIMINUIÇÃO DE
NEUROTRANSMISSORES PRÉ-SINÁPTICOS. k (kappa): APARENTE
RELAÇÃO COM DOR VISCERAL E NOCICEPÇÃO TÉRMICA; δ (delta):
EXERCE O PAPEL NA DOR MECANICANICA E INFLAMATÓRIA.
Anti-inflamatórios
celecoxibe 200mg
atuam na cascara do Ácido
Araquidônico inibindo a síntese
de prostaglandinas pelo
bloqueio da COX
Intervenções
Bloqueio
O bloqueio de plexo ou de nervos periféricos
permitem a analgesia de uma determinada
região especifica do corpo.
Anestesia locorregional.
As anestesias regionais são voltadas para atingir determinadas fibras nervosas,
bloqueando a dor em uma região especifica do corpo, como perna, braço, rosto ou, até
mesmo no abdome. As principais anestesias regionais são a Peridural, a Subaraquinodea
e o Bloqueio de plexos nervosos: braquial, caudal, lombar ou de ramos de nervos
periféricos. Na anestesia Peridural, o anestésico é injetado na região peridural, inserindo
a agulha até encostar na dura-máter, mas sem furá-la. Nesse local, exerce-se uma
pressão negativa, criando um espaço virtual, no qual se injeta o anestésico, levando a
anestesia da região abdominal, pélvica e membros inferiores.
alcoolização
É realizado principalmente nos casos de câncer de pâncreas e pelve quando as medicações
são insuficientes ou causam maiores danos. Com imagens obtidas pela tomografia
computadorizada, o médico insere com precisão uma agulha fina através da pele do
paciente até alcançar a estrutura nervosa a ser “inativada”. Esse procedimento dura, em
média, 40 minutos e é feito ambulatorialmente. Após seu término, o paciente volta para
casa. Como a substância utilizada para fazer essa inativação do nervo, geralmente, é o
álcool absoluto (álcool a 100%, preparado especialmente para utilização na prática médica).
Existem duas categorias principais de procedimentos minimamente
invasivos para o controle das dores oncológicas: as técnicas
neuroablativas e as não ablativas. Nas neuroablativas, o sistema
nervoso não é preservado, sendo realizadas interrupções das vias
nociceptivas, seja por meios cirúrgicos, químicos ou térmicos. Nas
neuromoduladoras ou não ablalativas, o sistema nervoso é preservado.
Analgésicos
não opioides
São limitados, pois
possuem um efeito teto,
mesmo aumentando a
dose não aumentam o
efeito analgésico
inibem a COX, diminuindo
prostaglandinas e
consequentemente
diminuindo a sensibilização
dos receptores e agindo no
limiar de dor.
Adjuvantes
Benzodiazempinicos
pregabalina
antidepressivos: Não produzem alívio da dor revertendo depressão coexistente, uma vez que o alívio da dor ocorre com
doses menores e maior rapidez do que seu efeito antidepressivo. Muitos neurotransmissores envolvidos na nocicepção
são afetados pelos antidepressivos tricíclicos, bloqueando a recaptação de serotonina e noradrenalina. Também podem
melhorar a analgesia, aumentando os níveis de morfina plasmática. Os antidepressivos tricíclicos (TCAs) são de grande
valia para os casos de dor constante, com sensação de queimadura ou parestesia, embora também tenham papel
importante nas dores neuropáticas lancinantes. O uso destes medicamentos (amitriptilina, imipramina, citalopran,
sertralina) pode levar a efeitos colaterais anticolinérgicos, como boca seca e ainda visão embaçada, constipação,
retenção urinária, hipotensão postural e confusão mental. Para minimizar os efeitos colaterais, deve-se iniciar com
baixas doses e aumentar gradativamente. No caso de sedação ser um efeito
Corticoídes
Os esteróides podem diminuir edema associado com condições
inflamatórias e crescimento tumoral. Podem ser benéficos para pacientes
em que a dor é causada pelo tumor exercendo pressão em estruturas
sensíveis à dor como no caso de metástase cerebral e metástase hepática
com distensão da cápsula.
Deve ser
preferencialmente: por
via oral; pelo relógio;
pela intensidade; para
o indivíduo, com
atenção aos
pormenores.
Fisiopatologia
Dor relativa a
existência do Câncer
1. Infiltração óssea. O crescimento tumoral ou as fraturas secundárias podem
ocasionar lesão, compressão, tração ou laceração das estruturas nervosas,
ocasionando dor isquêmica, dor neuropática periférica ou dor mielopática. A
dor óssea se manifesta com sensação de dolorimento constante, profundo, às
vezes contínuo, e surge com os movimentos (dor incidental). Ocorre devido à
estimulação nociva nos nociceptores do PERIÓSTEO A dor óssea manifesta-se
com sensação de dolorimento constante, profundo, às vezes contínuo, e surge
com os movimentos (dor incidental
Compressão ou infiltração de nervos periféricos. A infiltração ou compressão de
troncos, plexos e/ou raízes nervosas pelo tumor, linfonodos e/ou fraturas ósseas
metastáticas pode determinar dor aguda de forte intensidade, resultando em
plexopatia, radiculopatia ou neuropatia, ou seja, dor na distribuição da estrutura
nervosa acometida, com apresentação de dor em queimação, contínua, hiperestesia,
disestesia e perda progressiva da sensibilidade.
Infiltração do neuroeixo (SNC). Pode ocorrer dor por invasão tumoral na medula espinal, no
encéfalo e em suas meninges. A dor radicular surge por compressão ou infiltração da medula
espinal, com alteração motora, sensitiva e autonômica distais ao local da lesão. Podemos observar,
além da dor radicular, a primeira manifestação do comprometimento raquimedular, a dor
mielopática localizada e a dor -fantasma
Infiltração e oclusão de vasos sanguíneos e linfáticos. As células tumorais podem infiltrar e/ou
ocluir os vasos sanguíneos e linfáticos, ocasionando vasoespasmo, linfangite e possível
irritação nos nervos aferentes perivasculares. O crescimento tumoral nas proximidades dos
vasos sanguíneos leva à oclusão desses vasos parcial ou totalmente, produzindo estase venosa
ou isquemia arterial, ou ambos. A isquemia causa dor e claudicação
Dor relacionada
ao tratamento
Dor relacionado ao uso dos efeito
colaterais dos medicamentos
Dor decorrente de
atos operatórios
Dor decorrente da
manipulação do paciente
Dor decorrente
de Radioterapia
Dor decorrente de
procedimento
diagnósticos
Dor não relacionada ao
câncer ou ao seu
tratamento
Infecções, osteomielite, afecções vasculares, traumáticas, metabólicas,
carenciais, degenerativas (osteoartrose), imunoalérgicas, inflamatórias
(doenças reumatológicas), neurológicas (migrânea, cefaleia tipo tensão,
neuropatias diabética, alcoólica ou pós-herpética, hérnia discal),
músculo-esqueléticas (síndromes dolorosas miofasciais, síndrome
fibromiálgica) etc podem ocorrer no doente com câncer e não decorrer em
direta ou indiretamente de sua existência.
A dor pode ser
nociceptiva, somática ou
mista
Quadro Clínico
Dor nociceptiva – causada por danos aos tecidos corporais; geralmente
descrita como aguda, dolorosa ou latejante. A dor nociceptiva pode ser
causada pelo câncer se espalhando para os ossos, músculos, articulações ou
algo que bloqueie um órgão ou vasos sanguíneos. dor somática:ocorre
quando os estímulos que vão produzir a sensação de dor provêm da
periferia do corpo (pele, músculos, periósteo, articulações) ou de tecidos de
suporte do organismo. é sentida com alto grau de discriminação, sendo
amplamente representada na área somatosensorial é transmitida de acordo
com a distribuição anatômica das vias nociceptivas e pode ser SUPERFICIAL
CUTÂNEA e PROFUNDA de acordo com a estrutura envolvida na lesão.
Dor neuropática – causada pela lesão efetiva de nervos; muitas
vezes descrita como uma sensação pesada, de queimação, ou de
dormência. A dor neuropática pode ser causada por um tumor
cancerígeno pressionando um nervo ou grupo de nervos.
Sendo a dor mista a mais comum ao
longo da evolução da doença
Dor decorrente de lesões secundárias A dor pode resultar de retrações articulares
e musculares, lesão de estruturas do SNP ou do SNC somatossensitivo, fraturas
ósseas, anormalidades viscerais (doença péptica, discinesias de vísceras),
isquemias teciduais etc e serem secundárias ao câncer, seu tratamento ou
reabilitação do doente